O Atlético não foi eliminado da Copa do Brasil só pelas mexidas de Coudet e também não ganhou o clássico só pelas remexidas (e muito menos pela pressão) | OneFootball

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·04 de junho de 2023

O Atlético não foi eliminado da Copa do Brasil só pelas mexidas de Coudet e também não ganhou o clássico só pelas remexidas (e muito menos pela pressão)

Imagem do artigo:O Atlético não foi eliminado da Copa do Brasil só pelas mexidas de Coudet e também não ganhou o clássico só pelas remexidas (e muito menos pela pressão)

Por Hugo Fralodeo

“Pra quê remexer no trem que tá começando a ficar quieto, Hugão? Não revira a merda fede mais”. Pelo mesmo motivo que Coudet mexe e remexe no time do Atlético, a história é feita de fatos menores que vão se compondo e formando a narativa. Ou seja, o futebol é cíclico e um jogo só acontece depois do outro.


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Remando contra a maré, eu (e tenho certeza que muitos outros também) tenho a convicção que o Atlético não caiu na Copa do Brasil só pelas escolhas feitas por Chacho para começar o jogo em São Paulo.

Apesar de Atleticano, minha posição enquanto comentarista e analista é “confortável”. Eu não preciso escalar o time, não preciso fazer as substituições, não preciso treinar os jogadores, não preciso motivá-los, não preciso tomar decisões. Eu só comento o que pode acontecer e o acontecido. Eu nunca “perco” ou “ganho” os jogos, eu sempre só escrevo ou só falo sobre eles. Também por isso, eu nunca contesto as decisões de um treinador ou de um jogador, mesmo que discorde, porque o dia a dia na Cidade do Galo não é com a minha presença. Porém, não significa dizer que eu não possa, dentro do limite do meu conhecimento, opinar e tentar explicar o que foi tentado, o que teve sucesso, o que não teve sucesso. Tento sempre manter essa postura.

E, apesar de defender a continuidade até onde eu não enxergue mais possibilidade de progresso, não é meu dever defender o trabalho de um treinador. O que deve defendê-lo é seu próprio trabalho.

Dito isso, EU nunca deixaria meu principal jogador de fora de uma partida eliminatória, SE ELE REUNIR CONDIÇÕES DE JOGO. Hulk parecia ter, entrou no jogo, mas…. Apesar de entender a opção de Coudet, eu discordo frontalmente. EU considero que os dois melhores momentos para dar um descanso para o artilheiro seria contra o Coritiba e no final de semana que vem, diante do RB Bragantino, quando ele estará suspenso. Não contra Inter e Corinthians. Em um jogo deu certo, no outro não. Veja bem, são decisões.

Mas e quanto às outras alterações?! Lemos (jogador de seleção) não era considerado o melhor zagueiro do elenco? (aliás, ele é um dos melhores zagueiros da Libertadores). A troca de Hyoran por Igor Gomes não foi tema por uma semana? Otávio, apesar de vir de lesão, não dava conta de suprir a ausência de Allan? – ainda que EU tivesse mantido Battaglia –  Rubens por Patrick também não parece algo tão absurdo.

Se as coisas são tão extremas assim, tenho a impressão que as pessoas que estranharam tais mudanças não acham que o Atlético possui um elenco. Repito, EU só não deixaria de escalar Hulk e manteria também Battaglia. Não significa que as escolhas do treinador não tenham influenciado no jogo. Mas não venha me dizer que “os jogadores estavam acostumados, entrosados, tinha uma base sendo formada….” Que diabos o time fica fazendo durante a semana na Cidade do Galo, eles treinam ou jogam baralho?

Como as escolhas do treinador, as dos jogadores também, claro, decidem jogos. Hulk acabou de falar que um escolha por um detalhe decidiu um clássico. Ainda dentro do meu “perfil’ de comentar, eu raramente irei tecer comentários negativos especificamente, mas não somos cegos. Houveram gols perdidos, más escolhas em lances decisivos, e nem vou falar sobre a disputa por pênaltis. Assim é o futebol.

Não isentando ninguém de culpa, muito menos cupando alguém, o Atlético está fora da Copa do Brasil por uma sequência de péssimas decisões dentro de boas ideias, assim como venceu no Parque do Sabiá por uma sequência de boas escolhas e também más escolhas, também dentro de boas ideias.

Apesar da pressão ter aumentado, muito por conta de tais decisões, o Atlético fez um jogo para vencer. Simples. O Galo precisava ganhar o clássico. E ganhou. Irão lembrar do golaço do Hulk e da partidassa de Everson. Alguns da raça de Battaglia, outros de boas rebatidas da dupla de zaga, também teve algumas chances de matar o jogo perdidas em bons contra-ataques…. Vê? Boas e más escolhas.

Pode ter certeza que o Atlético vai oscilar ainda. Pra cima e Pra baixo. Enquanto o futebol for futebol será assim. Haverá mais excelentes escolhas, outras péssimas. A tendência, porém, é que isso seja minimizado, positivamente e negativamente. O Galo está se tornando competitivo de novo, e a casca, sabemos bem, só vem com trabalho.

O futebol é muito mais do que uma receita de bolo. Aliás, tem inúmeras formas de se fazer um bolo, e existem bolos de vários tipos e gostos, a única certeza é que ele precisa estar assado e gostoso. Não muito tempo atrás, os percalços do Atlético viraram histórias de superação. Quem come o bolo e gosta pode até pedir a receita, mas dificilmente fará em casa do mesmo jeito. Quem vê o resultado no futebol pode até ter ideias de como chegar a ele, mas é muito mais do que uma escalação, uma formação, uma substituição. Mas nada é aleatório, como nada é certo.

Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, o pensamento do portal FalaGalo.

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