Nunca fui aos Churrascos do Cuca | OneFootball

Nunca fui aos Churrascos do Cuca | OneFootball

Icon: Fala Galo

Fala Galo

·27 de outubro de 2021

Nunca fui aos Churrascos do Cuca

Imagem do artigo:Nunca fui aos Churrascos do Cuca

Foto: Pedro Souza Por: Betinho Marques

Estranhamente, sempre amei exatas e humanas, creio que são ciências complementares, o abstrato de uma pondera o devaneio da outra. Isso é um pouco de mim.


Vídeos OneFootball


Mas, hoje, quero falar meu grande amor, mas não das coisas que aprendi nos livros. Quero falar de tudo que aconteceu com ele.

Nunca balizei minhas relações no “bajulismo” e assim sempre será. No entanto, não será por uma cara, ou boca, ou até mesmo se o treinador, jogador ou presidente não for simpático a mim que o irei pirraçar ou persegui-lo. O nosso acerto sempre será pela noite com o nosso travesseiro, com a “maldade” ou honestidade que tenha sobrado ou faltado em nós.

Dito isso, indo aos fatos, acredito apenas que alguém melhore se tiver por perto bons e questionadores companheiros. O puxa-saco não ajuda ambiente algum.

No início do ano, ainda nas primeiras partidas, questionamos o treinador Alexi Stival sobre ligações diretas, fechamento de espaços e coesão do Galo, mas sempre indagando técnica e taticamente, enfim, indo ao ponto que o torcedor do Atlético queria entender…

Pois é!

O tempo foi passando, as frases acontecendo, até que uma delas foi dita por Cuca:

“Permitam-me trabalhar e em dez dias verão um time muito diferente”.

Não vou me apegar se foi em dez ou quinze dias, mas além disso, o treinador ajeitou mais essa bola quadrada e soube domar um elenco, inclusive, com o episódio em que Hulk pediu mais minutos em campo.

Obviamente, cercado por um diretor de futebol extremamente discreto e “brigador” no bom sentido da palavra, paradoxalmente, brigando pela harmonia do elenco, Rodrigo Caetano fez bem seu papel.

Mas, voltando a Cuca, claro, com um aparato técnico e um elenco recheado, à comissão técnica cabia gerir grupo e estudar, criar planos diversos para fazer do Atlético um time não previsível. Cuca conseguiu.

A evolução acontece estudando

Talvez, na ânsia de querer não dar o corpo todo a torcer, alguns ainda queiram dizer que poderia ser melhor, mas, de fato, o treinador curitibano, está escrevendo uma redação digna de um 1.000 no ENEM.

O Atlético tem a menor média de gols sofridos do século, ganha fora de casa como se estivesse no Mineirão e é eficiente. Cuca faz tudo que muitos fazem na Europa. Varia formações, muda posicionamentos confortáveis dos atletas, tira o comodismo dos adversários, abre mão da posse de bola se ela não for inteligente, deixa campo e “arapucas”, joga por dentro, por fora, com superioridade numérica, estuda os pontos fortes e fracos dos concorrentes e faz um gol em jogada de escanteio sem cruzamento na área, o tão criticado “escanteio curto”.

Enfim, acompanhado de mais de 74% de aproveitamento faltando pouco mais de um mês para o término da temporada, dizer que Cuca apresenta pouco repertório beira à desonestidade intelectual, birrinha de criança mimada, ou alguém não foi convidado para algum churrasco ou pelada dos “Stival”.

Eu nunca tomei uma taça de vinho com ele, não fui a nenhum churrasco com o Cuquinha comandando e afinando seu excêntrico bigode. Continuarei fazendo perguntas que possam acrescentar e, talvez, ele nem goste delas, mas não serão água com salsicha para agradar, serão apenas honestas …

Nosso acerto é apenas com o travesseiro. Cuca que treina o Atlético tem repertório, conhecimento e variação. Sua redação histórica falta pouco tempo para se registrar.

Sugiro ao Cuca treinar mais o espanhol, ele é encantador.

Hable, Stival!

Saiba mais sobre o veículo