Trivela
·19 de janeiro de 2023
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·19 de janeiro de 2023
O Iraque atravessa semanas contagiantes no futebol de seleções. O país recebia a 25ª edição da Copa do Golfo, após 44 anos da última vez que a competição foi realizada em seu território, e esperava que o novo capítulo marcasse um retorno gradativo dos compromissos internacionais às cidades iraquianas. O certame se concentrou em Basra e mobilizou multidões, também em outras cidades, nas comemorações pelos ótimos resultados da equipe da casa. E a festa se torna ainda maior nesta quinta-feira, com o título dos Leões da Mesopotâmia no torneio. Numa final épica, o Iraque derrotou Omã por 3 a 2 na prorrogação. Os iraquianos venciam até os 54 do segundo tempo, quando os omanis empataram em 1 a 1. Já no tempo extra, os novos tentos também ficaram para o apagar das luzes. Os anfitriões retomaram a vantagem no 115° minuto, os visitantes igualaram de novo no 118° e o gol decisivo surgiu no 122°, para uma celebração inesquecível dos Leões da Mesopotâmia.
Apesar de toda a alegria, a final da Copa do Golfo também culminou em uma tragédia que precisa da devida investigação das autoridades. A superlotação do Estádio Internacional de Basra resultou em pelo menos uma morte e mais de 60 feridos, alguns em estado crítico. Segundo a agência oficial de notícias do Iraque, o incidente ocorreu nos arredores do estádio, com um pisoteamento de pessoas em decorrência da superlotação. Por conta do tumulto, os portões do estádio foram fechados. Assim, uma multidão permaneceu nas ruas do entorno quando a bola rolou.
Apesar da tragédia, a partida foi realizada da mesma maneira em Basra. O Iraque abriu o placar na final logo aos 24 minutos do primeiro tempo. Ibrahim Bayesh acertou um chute cruzado no canto e deixou os anfitriões em vantagem. Aos 37 do segundo tempo, Omã teve a primeira chance do empate. No entanto, o goleiro Jalal Hassan pegou o pênalti de Jameel Yahmadi. O problema para os iraquianos é que os omanis ganharam outro penal, desta vez nos acréscimos. O tiro convertido por Salah Al-Yahyaei entrou aos 54 minutos e forçou a prorrogação.
O empate prevaleceu no placar até os 10 minutos do segundo tempo extra, quando a loucura realmente desatou. O Iraque retomou a vantagem num pênalti convertido por Amjed Attwan. Três minutos depois, aos 13, seria a vez de Omer Al Malki empatar para Omã numa cabeçada sozinho, que parecia encaminhar os pênaltis. No entanto, nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação, os Leões da Mesopotâmia garantiram seu épico triunfo no 122° minuto. Numa cobrança de falta na intermediária, Attwan levantou a bola e Munaf Younus desferiu a cabeçada decisiva.
As principais seleções do Golfo Pérsico não contaram com seus elencos titulares na Copa do Golfo, por conta da proximidade com a Copa do Mundo. Apesar disso, o Iraque teve o gosto de vencer a Arábia Saudita na fase de grupos e também de desbancar o Catar nas semifinais. Os Leões da Mesopotâmia terminaram a competição com quatro vitórias em cinco partidas. O único empate ocorreu exatamente contra Omã, rival na estreia, em 0 a 0 que marcou a abertura do torneio. O treinador responsável pela conquista é o espanhol Jesús Casas, antigo assistente de Luis Enrique na seleção de seu país. Já em campo, num elenco que se concentra nos clubes locais, os destaques ficam para o goleiro / capitão Jalal Hassan, o meia Amjed Attwan e o artilheiro Aymen Hussein.
O Iraque conquista seu quarto título na Copa do Golfo, o primeiro desde 1988. Apenas o Kuwait, com dez taças, aparece à frente. Além disso, é o primeiro título das Leões da Mesopotâmia em qualquer competição desde a mítica conquista da Copa da Ásia de 2007. Numa nação apaixonada por futebol, o triunfo possui um significado ainda mais forte pelas expectativas de fim dos conflitos e de uma estabilidade duradoura. Que prevaleça uma festa pacífica em diferentes cidades, porque motivos para comemorar os iraquianos têm.
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