Num duelo de posturas distintas, o Atleti provou sua força e encerrou o jejum de 10 anos contra o Barça no Espanhol | OneFootball

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·21 de novembro de 2020

Num duelo de posturas distintas, o Atleti provou sua força e encerrou o jejum de 10 anos contra o Barça no Espanhol

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Diferentemente de seus dois principais concorrentes na Espanha, o Atlético de Madrid possui uma identidade de jogo bem definida. O estilo aplicado por Diego Simeone não é o favorito de muita gente e também tem mudado, com mais armas ofensivas. De qualquer forma, o Atleti atravessa uma fase bem mais confiável que Barcelona ou Real Madrid, e reforçou esta noção no Metropolitano. Contra um Barça que mal sabia o que fazer com a bola, os colchoneros mantiveram sua segurança defensiva e atacaram com voracidade nas chances que surgiam. Assim, conquistaram a vitória por 1 a 0, a primeira de Simeone contra os blaugranas por La Liga. Yannick Ferreira-Carrasco protagonizou a equipe não apenas pelo gol decisivo, punindo a saída desesperada de Marc-André ter Stegen, mas também por liderar o espírito de luta dos rojiblancos.

O Atlético de Madrid reforçou sua marcação na escalação inicial, com um 5-3-2 visto contra o Cádiz. Kieran Trippier e Carrasco eram alas com potencial ofensivo. Já na frente, João Félix se combinava com Ángel Correa – sem a esperada revanche de Luis Suárez, ausente por contrair a COVID-19. O Barcelona se manteve num 4-2-3-1, com Frenkie de Jong e Miralem Pjanic dando sustentação ao meio-campo. Com Lionel Messi na armação, Pedri e Ousmane Dembélé caíam pelas pontas, enquanto Antoine Griezmann jogava mais à frente.


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Ainda que a primeira finalização tenha sido do Barcelona, com Griezmann batendo para fora, o Atlético de Madrid se mostrou mais disposto a construir a vitória durante o início da partida. Aos cinco minutos, Saúl encheu o pé da entrada da área e Ter Stegen realizou uma excelente defesa rente à trave. Os colchoneros achavam mais espaços e, numa infiltração, lamentariam ainda mais aos 11 minutos. Marcos Llorente recebeu o passe de Ángel Correa e finalizou firme, mas carimbou o travessão adversário.

O roteiro da partida não fugia muito do imaginado, com o Barcelona dominando a posse de bola e o Atlético de Madrid bem postado na defesa. As duas linhas rojiblancas mantinham a compactação e não davam muita profundidade aos blaugranas, também compartilhando o controle em certos momentos. Messi estava distante de sua noite mais inspirada, errando bastante, e o único que tentava um pouco mais era Ousmane Dembélé. O Atleti demorou a encaixar seus contragolpes, ganhando mais terreno a partir dos 30 minutos, mas falhando no desfecho de seus avanços.

A grande chance do Barcelona aconteceu aos 40. Jordi Alba deu um passe cirúrgico a Messi e o camisa 10 dominou com espaço pelo lado esquerdo da área. Porém, não tinha o melhor ângulo e, sem opção de passe, chutou à defesa de Jan Oblak. E se o primeiro tempo parecia fadado ao empate, Carrasco contou outra história nos acréscimos. Ángel Correa deu um belíssimo lançamento ao belga, para desespero de Ter Stegen. Quando o goleiro saía na intermediária para bloquear o ataque, com Piqué totalmente fora de posição, Carrasco foi muito inteligente ao dominar com a parte de fora do pé, jogando à frente e mandando por baixo do alemão. Com a meta escancarada, concluiu com calma e garantiu a vitória parcial dos colchoneros.

O segundo tempo não traria outra atitude do Barcelona, nem nos primeiros minutos. O Atlético de Madrid seguia com mais intensidade e pouco permitia uma reação dos blaugranas. Clément Lenglet teria duas chances de cabeça, mas em ambas facilitou a Oblak, pegando com segurança sobre a linha. E os blaugranas tentariam mudar sua postura a partir das alterações. Recuperado de lesão, Philippe Coutinho entrou na vaga de Pedri. Já aos 15, Gerard Piqué se machucou e Sergiño Dest veio para o lugar, mudando a configuração da defesa, com De Jong recuado à zaga.

Dembélé chegou a acertar o lado de fora da rede, mas o Barcelona não se mostrava além de um time comum, impotente contra uma defesa bem montada. E não que o Atlético fosse mero espectador da passividade barcelonista, apenas fechado atrás. Por volta dos 20 minutos, os colchoneros tiveram uma sequência de bons ataques e botaram pressão, com um tiro cruzado de Carrasco que por pouco não entrou. As equipes possuíam posturas totalmente diferentes, entre a apatia dos blaugranas e a firmeza dos rojiblancos.

No final do jogo é que o Barça tentou algum suspiro, mas sem qualquer organização. Oblak chegou a pegar uma cabeçada de Griezmann, pouco antes que Koeman acionasse as entradas de Trincão e Martin Braithwaite. Os blaugranas abafaram um pouco e quase deram sorte em um tiro desviado de Sergi Roberto, que assustou. Simeone aumentou o poder de marcação com as entradas de Geoffrey Kondogbia e Felipe, evitando maiores problemas atrás. Ao apito final, os méritos eram todos dos colchoneros. Foi a primeira vitória do clube sobre o Barça por La Liga desde 2010.

O Atlético de Madrid iguala a pontuação da Real Sociedad, mas ainda sem tomar a primeira colocação. Ambos somam 20 pontos, com um jogo a mais para os bascos, que ainda entram em campo neste domingo. Os colchoneros possuem aproveitamento superior e, invictos, venceram seus últimos cinco jogos. O Barcelona, longe da campanha ideal, é apenas o décimo colocado. Os catalães somam 11 pontos, com uma vitória nos últimos seis compromissos por La Liga. Que se imaginasse uma temporada difícil, o desempenho sai pior que o imaginado.

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