Novo Morumbi pode custar até R$ 1,5 bilhão e WTorre revela que pode entregar obra até centenário do São Paulo | OneFootball

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·09 de maio de 2025

Novo Morumbi pode custar até R$ 1,5 bilhão e WTorre revela que pode entregar obra até centenário do São Paulo

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Tricolor quer ter casa reformado em 2030 (Maurício Rummens/Instagram)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo


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Após um longo silêncio, a WTorre revelou detalhes do projeto que desenvolve junto com o São Paulo para a reforma e modernização do Morumbi até o centenário do clube tricolor, em 2030.

A fala, dada pelo CEO da construtora, Marco Siqueira, em entrevista ao jornal 'O Estado de S. Paulo', vem em um momento de indefinição interna na política são-paulina sobre a viabilidade ou não da obra, conforme o AVANTE MEU TRICOLOR informou em março.

Entretanto, parece ter havido certo avanço significativo no assunto nos últimos meses. A começar pelo próprio projeto em si.

De acordo com Siqueira, a WTorre já entregou à diretoria de Julio Casares o projeto, com custo estimado de aproximadamente R$ 1,5 bilhão.

"O acordo com o São Paulo está numa fase anterior ao do Santos (que também negocia a modernização da Vila Belmiro com a construtora). Nós ainda vislumbramos mais um período de negociação sobre o modelo de negócio e a estrutura física. O São Paulo tem um estádio grande, com muito potencial para receber eventos, mas precisamos estruturar uma equação correta", disse.

Ao periódico, o executivo revelou que o projeto do novo Morumbi inclui cobertura, 85 mil lugares (hoje são 60 mil), demolição do anel inferior e extensão das cadeiras até a beira do campo, uma ou duas fileiras de camarotes, mais bares e restaurantes, além de quartos de hotel.

"A cobertura é uma vontade nossa e do clube, mas é o também o principal item de custo. Então, estamos analisando se é mandatória ou não", completou Siqueira.

O surpreendente é que apesar da demora no avanço da questão (a parceria foi revelada no início de 2024), a WTorre continua apostando que o novo estádio pode ser entregue até o centenário são-paulino, em janeiro de 2030, como quer a gestão Casares.

"Dá tempo. E é estratégico, porque se o clube não fizer nada diferente, não tem como entrar em outro patamar de receitas. Com certeza, o estádio pode agregar", disse.

PROBLEMAS

Em março, o jornalista Jorge Nicola revelou que o São Paulo estaria desistindo de continuar o projeto de modernização do Morumbi com a WTorre.

De acordo com o profissional, há descontentamentos entre as duas partes para que se cumpra o programado de entregar a casa tricolor reformulada para o centenário do clube.

Pelo lado da gestão Julio Casares, a insatisfação é por conta das contra-partidas exigidas pela construtora para encabeçar o projeto. As maiores polêmicas pairam pela preferência da WTorre em instalar gramado sintético, justamente para dar conta da série de shows e eventos que pretende realizar no Morumbi.

A alegação, segundo consta, é que essa seria a única maneira viável de angariar a verba necessária para a reforma, orçada entre R$ 500 milhões e R$ 800 milhões.

Pelo lado da construtora, haveria certa indignação pelo fato do São Paulo ter vendido o naming rights do estádio, diminuindo mais uma fonte de receitas para a obra.

AVANTE MEU TRICOLOR apurou que a indefinição é maior do que se espera. Isso porque a gestão Julio Casares chegou a um entendimento com a WTorre quanto ao modelo a ser adotado ( o mesmo do Monumental de Nuñez, do River Plate), mas desagradou boa parte dos sócios e conselheiros.

No projeto que esperava-se ser anunciado em todo o ano passado, o que não aconteceu por conta dos problemas, o São Paulo anunciaria o fim do anel inferior do Morumbi, estendendo o anel intermediário até o gramado. Com isso, o Morumbi saltaria para uma capacidade de 85 mil lugares, além de deixar a torcida colada ao campo, um sonho antigo de todo tricolor.

Mas, e sempre tem um mais, as intenções geraram chiados. Conselheiros cobram explicações sobre como ficariam as cadeiras cativas. Sócios cobram explicações sobre o fim da pista de atletismo. Parceiros querem soluções sobre camarotes e afins em espaços alugados com contratos vigentes além da data prevista para a entrega do novo estádio, em 2030, ano do centenário tricolor.

O andamento das coisas desde o começo do ano passado de fato caminha de maneira lenta. Na parte do clube, propriamente dito, já que as obras do poder público no entorno, mais precisamente do Córrego Antonico, que passa sob o palco, iniciadas no primeiro trimestre e que seriam uma espécie de gatilho para o andamento do projeto, estão a todo vapor, como faz questão de mostrar o presidente Julio Casares constantemente em suas redes sociais.

O que falta então? Muita coisa...

A começar pela própria WTorre, parceira também dos rivais Palmeiras e Santos, a construtora já vem buscando investidores para o novo Morumbi no mercado afim de conseguir captação de dinheiro para a reforma. Reuniões já ocorreram, mas, sem a apresentação formal do projeto, há poucos interessados. Não há ainda um projeto financeiro desenhado.

Isso porque nos bastidores, além disso, São Paulo e a construtora tem divergências sobre diversos pontos que precisam ser alinhados.

Questões como a utilização do espaço nos dias sem jogos, comprometimento financeiro a longo prazo, realização de shows...

Há resistência interna do Conselho Deliberativo sobre a aprovação dos projetos iniciais da construtora. O maior deles seria a adoção do gramado sintético, preferência da WTorre para que o gramado não sofra grandes prejuízos após eventos, mas algo que é carta fora do baralho na cabeça dos cardeais tricolores.

Também dificulta o avanço da reforma uma cláusula da WTorre que pede a liberação do estádio para shows a cada dois meses, outro ponto de divergência.

São itens debatidos entre as partes causam estranhamento até entre conselheiros apoiadores de Casares, por serem questões tidas como inegociáveis pelo lado tricolor.

Para os mais atentos, basta notar que são exatamente as contra-partidas polêmicas acertadas pelo rival Palmeiras para a sua arena. E que via de regra é alvo de reclamações (e piadas) por parte dos são-paulinos.

O São Paulo não cede nesses dois aspectos. Quer a grama natural (até pelo fato de Casares ser defensor da ideia de se vetar piso artificial no Brasil) e manter a autonomia sobre quando jogar na própria casa. Para isso, justifica a assinatura de contrato com a Live Nation, promotora de eventos que agenda shows para o Morumbi em datas discutidas com o próprio clube.

Além disso, São Paulo e WTorre não definiram ainda questões como número de cadeiras a serem repassadas à construtora.

Outros assuntos que ainda estão sendo discutidos a respeito da reforma são o tombamento do estádio

Estima-se um custo da obra entre R$ 500 milhões e R$ 800 milhões.

AMT revelou que o projeto escolhido entre Casares e WTorre para o Morumbi seguirá mesmo a base usada pelo River Plate, da Argentina. A construtora vem avaliando junto às autoridades de São Paulo a viabilidade de fazer setores populares atrás dos gols para que torcedores possam assistir aos jogos em pé.

Entre o fim de 2022 e o começo do ano passado, o River simplesmente acabou com a pista de atletismo ao redor do gramado e criou para o lugar dois setores. A geral, atrás dos gols, será específica para suas barras bravas (como são chamadas as torcidas organizadas do país vizinho), sem assentos. Terá 23,3 mil lugares. Nas partes centrais, a ampliação das cadeiras numeradas e de sócios deixou os espaços com capacidade total de 57,7 mil pessoas.

Com as reformas, a casa do tradicional time portenho virou o maior estádio da América do Sul, com cerca de 83,2 mil de capacidade. O Morumbi, que já foi o maior campo de futebol particular do mundo, atualmente é o quinto da relação continental, para um público de 66.795 espectadores.

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O CASO

O São Paulo assinou em dezembro contrato com a WTorre para reforma do estádio do Morumbi. O acordo prevê o prazo de seis meses para a construtora apresentar um projeto de modernização para apreciação do clube.

A WTorre é quem ergueu e administra a arena do rival Palmeiras. Também é quem negocia a reforma da Vila Belmiro com outro rival, o Santos. Mas o contrato com o Tricolor será diferente dos dois.

A reforma prevê aumentar a capacidade para receber até 100 mil pessoas em shows — atualmente, o estádio comporta cerca de 80 mil pessoas. Em dias de jogos, o local terá espaço para cerca de 85 mil espectadores.

De concreto até agora no projeto estão os planos para se construir um anfiteatro modular com capacidade para até 20 mil pessoas, no espaço do portão 1 do estádio, a entrada principal na Praça Roberto Gomes Pedrosa, onde poderão ser realizados eventos esportivos e palestras, sem impacto no gramado.

Será criado também um estacionamento para cerca de 2 mil veículos, que poderá ser usado pelos sócios do clube.

O projeto são-paulino difere de Palmeiras e Santos pelo fato de que a WTorre não será dona do estádio, mas terá participação nas receitas.

ALL-NEW MORUMBI

A reforma do Morumbi é assunto na pauta do São Paulo desde que Julio Casares assumiu a presidência, em 2021.

O São Paulo espera o poder público realizar o mutirão de obras previstas para a região do Morumbi, como canalização dos afluentes da bacia do Córrego Morumbi, entre eles o rebaixamento do Córrego Antonico, que passa embaixo do estádio, e também a construção de piscinões e cisternas. As obras foram lançadas no final de fevereiro.

Desde os anos 1990 há falas das diretorias do São Paulo sobre reformas estruturais profundas no Morumbi. A última de grande impacto foi em 2008, na gestão Juvenal Juvêncio, quando se prometia cobrir todo o setor das arquibancadas e também construir estacionamento. Sem a inclusão do estádio na Copa do Mundo de 2014, os planos foram engavetados.

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