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·26 de maio de 2025

No Vale Tudo do Brasileirão, o Flamengo finalmente se comportou como protagonista da trama

Imagem do artigo:No Vale Tudo do Brasileirão, o Flamengo finalmente se comportou como protagonista da trama
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Impossível negar que o cenário estava mais do que preparado contra a equipe rubro-negra neste domingo.

Enfrentávamos o líder do campeonato, fora de casa, num gramado que nem mesmo de grama era, mas que curiosamente a regra permite - pode ter certeza que se decidíssemos que agora o Maracanã teria só areia para um gostoso beach soccer seríamos criticados.


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Diante disso o pênalti dado logo aos 10 minutos, quando Varela cometeu a temerária ação de correr como o personagem Naruto do lado de fora da nossa área, não pode ser considerado exatamente surpreendente, por mais que sua marcação exigisse da arbitragem uma forte ausência de capacidade visual ou uma intensa presença de parcelas atrasadas num consignado da Crefisa.

Mas foi aí, quando parecia ser desenhada mais uma cena profundamente clichê de um time considerado favorito usando todas as vantagens possíveis para vencer, que o Flamengo decidiu mostrar que, ainda que outro clube tivesse montado o palco, ele seria o protagonista.

Porque Rossi, numa fase tão iluminada de que vem tornando dispensáveis postes, aposentando lâmpadas de led e extinguindo de vez todo o ramo da farolagem no litoral brasileiro, abraçou a máxima de que pênalti mal marcado não entra e ainda fez questão de garantir que rebote de pênalti mal batido não passa também. Imenso, gigante, um Ricardo Darín das traves, com ele envolvido é certeza que a Guerra das Malvinas não teria acabado como acabou.

E o que veio depois disso foi tensão, angústia e ranger de dentes. O Flamengo tinha a posse mas não articulava, o adversário atacava mas não criava chances, e o jogo parecia ao mesmo tempo a beira de ser decidido no menor vacilo ou talvez jogado sem gols por toda a eternidade.

Até que, mais uma vez, os protagonistas apareceram. Luiz Araújo, que já havia errado os passes mais simples, encontrou um dos mais difíceis para um Arrascaeta que vinha apagado mas nasceu pra brilhar. O drible foi dado, o zagueiro foi superado, o pênalti foi cometido. E depois, é claro, coube ao VAR cinco minutos de profunda análise até concluir que poxa, realmente puxar alguém dentro da área impedindo que ela faça um gol pode sim ser pênalti, que coisa chata. Arrasca bateu com tanta frieza que refez 10% das calotas glaciais, placar aberto, Flamengo na frente.

Mas não era só isso. Com um adversário obrigado a se lançar ao ataque, coube ao Flamengo garantir que, independente de qualquer esforço institucional, não iria ter nenhum tipo de virada, cultural ou não no palco da Allianz Arena. Num passe inteligente de um Wallace Yan possesso - que depois viria a cavar um cartão, tomar um cartão e puxar uma briga -  Ayrton Lucas ficou em ótima posição para fazer com o goleiro adversário o que bandidos já haviam tentado fazer com nosso arqueiro na semana passada e fuzilar sem dó. 2x0 e estava definida a partida.

Uma vitória essencial para a briga pelo título brasileiro mas que também serve como divisor de águas numa temporada em que o Flamengo muitas vezes pareceu não atuar no nível de qualidade que é capaz.

Porque somos sim o time de alguns dos melhores defensores do continente, como Alex Sandro, Danilo, e essa incrível dupla de zaga que são os dois Leos. Temos jogadores capazes de decidir partidas num piscar de olhos como Arrascaeta e revelações que podem surgir do nada para resolverjogos, como Wallace Yan. Somos um time que tem condição e até mesmo obrigação de ser protagonista no país, no continente, e que mês que vem tem um encontro marcado com o mundo.

Que o Flamengo de Filipe Luís continue, como fez ontem, plenamente ciente de quem é o personagem principal da história, seja no palco que for.

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