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·18 de agosto de 2022

No quinto ano de atividades na modalidade, Ceará chega à Série A1 do futebol feminino

Imagem do artigo:No quinto ano de atividades na modalidade, Ceará chega à Série A1 do futebol feminino

Foto: Stephan Eilert/cearasc.com

Foram três temporadas batendo na trave e chegando até o jogo decisivo para se garantir na primeira divisão do futebol feminino, mas vendo a vaga na elite escapar justo no último momento. Em 2022, a história foi diferente. No quinto ano de atividades no futebol feminino e quarta temporada em que disputava a Série A2 do Brasileirão, o Vozão passou pelo JC, do Amazonas, e é um dos clubes que jogarão o Campeonato Brasileiro A1 em 2023.


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O trabalho na modalidade foi iniciado em 2018. Naquele momento, o objetivo inicial era conquistar o título estadual para, assim, garantir vaga na Série A2 do Campeonato Brasileiro.

Com a conquista nos pênaltis, as Meninas do Vozão conseguiram a vaga e no ano seguinte começaram a saga pelo acesso à elite do futebol feminino nacional. No primeiro ano de A2, depois de uma campanha consistente na primeira fase, o Alvinegro chegou às quartas de final para encarar o Cruzeiro, um dos favoritos ao acesso. Mesmo com muito esforço, o acesso não veio e o sonho de chegar à primeira divisão teria de ficar para o ano seguinte.

Profissionalização dentro e fora de campo

Em 2020, depois de um ano de experiência na divisão de acesso do futebol feminino nacional, era hora de se iniciar a competição com um foco ainda maior no acesso. Para isso, o clube resolveu reforçar-se dentro e fora de campo. Para o corpo diretivo, o Ceará contratou César Molina, profissional respaldado por anos de experiência no futebol feminino e passagens por clubes como a Ferroviária.

Caberia a César capitanear o trabalho de formação do elenco que buscaria o acesso. Ainda que com as dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19, o Ceará conseguiu manter as atividades do futebol feminino ativas e, a exemplo do que fez para o departamento de futebol, trouxe peças experientes no futebol feminino nacional para dentro das quatro linhas. Destes nomes, destaque para Karen, Edna Baiana e Michele Carioca, nomes trazidos diretamente do Flamengo e que, somados às peças que já estavam no elenco, fariam do Ceará um dos melhores times da A2 naquele momento.

“Quando eu cheguei ao Ceará, a diretoria teve a humildade de me dizer que não tinham o conhecimento e a vivência que eu tinha no futebol feminino. Todos confiaram no meu trabalho e acreditaram naquilo que propus para o clube”, afirmou César Molina.

“Quando começamos a formação do time, muitos tinham dúvidas sobre como seria jogar em um clube do Nordeste. Mesmo assim, depois de nos ouvirem, as atletas acreditaram no projeto, confiaram na gente e vestiram a camisa”, finalizou.

Ainda assim, ao enfrentar um novo gigante do futebol brasileiro, o Ceará bateu na trave. Em um confronto em que guerreou do início do primeiro jogo ao final da segunda partida, o Vozão sucumbiu ao Botafogo e viu o clube carioca chegar à primeira divisão.

Em 2021, o projeto continuaria, mesmo com as desventuras nas temporadas anteriores, o trabalho do futebol feminino do Ceará continuou e, a exemplo do que ocorria desde 2018, dando passos a mais. Naquele momento, o novo degrau a ser subido pelo clube seria a formação de uma base e a participação em competições nacionais nas categorias de acesso ao futebol profissional.

Na A2, mais uma campanha de muito destaque na fase de grupos, mas mais um quase na hora do acesso. Desta vez diante do Cresspom/DF, as Meninas do Vozão viram a vaga escapar em casa e teriam de lutar pelo acesso em mais uma temporada.

Ao fim do campeonato, o clube efetivou Erivelton Viana, ex-jogador do clube que ocupava a vaga de auxiliar técnico do então treinador e comandava as equipes de base, como o técnico da modalidade. Já na primeira competição, Erivelton comandou o clube no título do Campeonato Cearense 2021 e ajudou o Mais Querido a levar para casa uma taça que havia ido embora no ano anterior para o maior rival.

Já em 2022, o Ceará montou um elenco praticamente todo novo para disputar a Série A2 do Campeonato Brasileiro. Com um grupo que mesclava a experiências de atletas como Karen, Juh Morais e Michele Carioca com a juventude de Thaynara, Flávia Pissaia e Bianquinha, reforços trazidos justamente para a disputa da A2, o Ceará teria mais uma chance de chegar à elite do futebol feminino nacional.

Quebrando o muro No quinto ano de atividades da modalidade e quarta temporada na Série A2, é possível dizer que as Meninas do Vozão já haviam vivido tudo o que era possível para chegar à primeira divisão do futebol feminino nacional. Depois de anos de luta e entrega, o Ceará venceu o JC/AM em duas oportunidades e, em 2023,  jogará a Série A1 do Futebol Feminino pela primeira vez na história.

Atleta símbolo desta conquista e torcedora do Ceará desde a infância, Juh Morais sentiu a dor das decepções dos anos anteriores e, agora, vive o êxtase do tão sonhado acesso. A volante marcou nos dois jogos das quartas de final e foi peça chave na campanha até aqui.

“A sensação é a melhor possível. Senti demais as derrotas nos anos passados, pois, além de tudo, é o time do meu coração e subir de divisão era um desejo de todo mundo no clube. Pude ajudar nos dois jogos deste ano com gols nos dois jogos e agora é hora de comemorar”, disse a meio-campista.

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Próximos passos Com a vaga entre os quatro clubes que já garantiram o acesso garantida, o Ceará foca, agora, nas semifinais do Brasileirão A2. O adversário será o Real Ariquemes/RO. Ainda assim, o clube já projeta o trabalho para a temporada seguinte.

Ainda na comemoração do acesso, o presidente Robinson de Castro salientou que este era um desejo de muito tempo e que o trabalho será para a manutenção na principal divisão do país.

“Esse acesso é o fruto do trabalho de todo mundo que se entrega diariamente pelo futebol feminino no clube. Agora, assim como no futebol masculino, somos da elite e vamos trabalhar para continuar nesse lugar por muito tempo”, pontuou.

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