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·16 de agosto de 2018
No Barcelona, Rivaldo foi o craque certo para uma época errada

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·16 de agosto de 2018
Há exatos 21 anos, Rivaldo chegava ao Barcelona após ter demonstrado o seu espetacular futebol com a camisa de um Deportivo La Coruña que aparecia com o desafio de desbancar gigantes na Espanha.
O pernambucano precisou de apenas uma temporada na Galícia para mostrar aos maiores que poderia ser um dos melhores do mundo. E, de fato, foi!
Aos 25 anos, ele chegava por 26.7 milhões de dólares a um Camp Nou que anos antes havia redescoberto o seu amor pelos jogadores brasileiros – graças aos gols de Romário e, anos depois, Ronaldo.
Vestindo a camisa do Barcelona de 1997 até 2002, Rivaldo encantou torcedores e imprensa espanhola, fez mais gols do que jamais voltaria a fazer por outro clube e ainda seria eleito melhor jogador do mundo em 1999. Além disso, conquistaria dois títulos espanhóis e uma Copa do Rei.
No entanto, a passagem de Rivaldo pela Catalunha também ficou eternamente marcada pelas polêmicas do brasileiro com o técnico holandês Louis van Gaal – que por causa do relacionamento com o craque, ganhou o rótulo de não gostar de jogadores brasileiros.
A relação inicialmente foi boa. Van Gaal lhe prometeu ser Bola de Ouro, e o brasileiro conseguiu isso com ajuda dos 29 gols e do título espanhol. Mas não demorou para que o pulso firme de Van Gaal começasse a azedar a relação, em um verdadeiro tiroteio de indiretas de um lado e do outro.
“Uma vez ele brigou comigo por 20 segundos de atraso, até mostrou o relógio", relembrou o craque em entrevista feita em 2011 para a Revista ESPN. Em sua defesa, Van Gaal dizia que Rivaldo era individualista demais, pensando mais em si do que no bem da equipe. A imprensa tomou o lado do camisa 10, e foi um dos motivos que ajudaram na primeira queda do holandês no Barça.
Curiosidade do destino, após deixar o Camp Nou em 2000 Van Gaal retornaria justamente na primeira temporada a pós a saída do pernambucano (2002-03). Olhando em retrospectiva, os 136 gols em 253 jogos não impressionam tanto se comparados ao que Lionel Messi faz. Mas o legado de Rivaldo na Catalunha é justamente o de ter sido o craque em uma época de transição.
Rivaldo chegou logo após o Barça ter perdido Ronaldo para a Internazionale, e o clube também não tinha mais o inglês Bobby Robson no comando. No meio de tudo isso, testemunhou as estreias de jovens como Puyol, Xavi e Iniesta. E encantou com lances que ficam na memória, como o gol de bicicleta feito contra o Valencia, de fora da área. Um jogo que mostra o quanto aquele Barcelona era diferente do atual.
A comemoração efusiva não era apenas pelo tento que seria eleito o mais bonito na história do clube, após uma pesquisa do jornal catalão Mundo Deportivo: foi aquele golaço que classificou, na última rodada da liga espanhola, o Barcelona para a Champions League, algo que atualmente é uma obrigação mínima no calendário barcelonista.