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·01 de dezembro de 2021

“Ninguém se sente inseguro aqui”: Catar diz que homossexuais são bem-vindos para a Copa 2022

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Ser homossexual é um crime no Catar e pode gerar até pena de morte. Embora não haja evidências que pessoas tenham sido condenadas por isso, é uma preocupação justa de quem é homossexual e queira estar no país para a Copa do Mundo 2022. Segundo os organizadores, porém, isso não será um problema. Nasser Al Khater, organizador do torneio, disse que todos os homossexuais são bem-vindos e que a única restrição é de demonstrações públicas de afeto.

O lateral esquerdo Joshua Cavallo, que foi um raro jogador a declarar publicamente que é gay, disse que tinha receio de ir ao Catar para a disputa da Copa do Mundo. O jogador, de 21 anos, é cotado para estar na seleção australiana – por enquanto, ele só defendeu o time sub-21. Ele disse que se assustava com a possibilidade de ir ao Catar sabendo como o país trata homossexuais.


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“Damos as boas-vindas a ele [Cavallo] aqui no estado do Catar, damos as boas-vindas a ele para vier e ver, mesmo antes da Copa do Mundo”, disse Nasser Al Khater. “Ninguém se sente ameaçado aqui, ninguém se sente inseguro aqui”.

“Acho que, infelizmente, talvez ele esteja com essa percepção por ter lido muitas dessas acusações ou muitas dessas notícias que lançam uma luz negativa. O Catar é como qualquer outra sociedade do mundo. Todos são bem-vindos”, continuou Al Khater.

“Ouça, demonstrações públicas de afeta são desaprovadas e isso é generalizado. O Catar é um país modesta. Isso é tudo que precisa ser respeitado. Fora isso, todos são livres para viver suas vidas”, disse ainda o organizador. “Eles [homossexuais] virão ao Catar como torcedores de um torneio de futebol. Eles podem fazer o que qualquer outro ser humano faria. O que estou dizendo é que o Catar, do ponto de vista de demonstração pública de afeto, é conservador”.

Casamentos e uniões civis de pessoas do mesmo sexo não são reconhecidas pelo governo catari. Fazer campanhas em favor de direitos LGBTQI+ no país é contra a lei. Al Khater, porém, diz que a Copa do Mundo pode ser usada como uma plataforma contra o Catar nesse sentido, mas que não é uma preocupação dos organizadores. “Todos os cenários estão abertos e todos os cenários estão na mesa. Estamos preocupados com isso? Não, eu não diria que estamos”.

Em 2019, o país foi considerado um dos mais perigosos para pessoas LGBT viajarem, ao lado de países como Nigéria, Arábia Saudita, Malásia, Malawi, Omã, Jamaica e Myanmar. Al Khater diz que a percepção negativa vinda do exterior sobre o Catar é injusta.

“Nos últimos anos, as coisas provavelmente ficaram um pouco piores. E não importa muito o quanto o Estado do Catar avance, em termos de realmente acelerar o progresso, isso nunca é mostrado, nunca é refletido e nunca é algo comunicado”, diz Al Khater.

O Catar é duramente criticado desde que foi escolhido como sede da Copa do Mundo de 2022, ainda em dezembro de 2010. Diversos relatos mostraram problemas trabalhistas no país, com uso de trabalho escravo. Entidades de direitos humanos, como a Anistia Internacional, tem feito cobranças públicas há anos por melhorias nas condições de trabalho. A pressão fez com que o Catar abolisse a kafala, um sistema de trabalho análogo à escravidão. É esperado que haja protestos vindos até mesmo de jogadores e seleções em campo durante a Copa do Mundo. Protestos de torcedores também não são descartados.

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