Nem lateral, nem extremo: a função do ala no futebol | OneFootball

Nem lateral, nem extremo: a função do ala no futebol | OneFootball

Icon: FNV Sports

FNV Sports

·29 de dezembro de 2020

Nem lateral, nem extremo: a função do ala no futebol

Imagem do artigo:Nem lateral, nem extremo: a função do ala no futebol

A coluna Dicionário do futebol desta semana explica um pouco sobre a função do ala, que vem se tornando fundamental para a evolução tática do esporte. Ela geralmente funciona em esquemas com três zagueiros. Assim, a posição tem sido utilizada por treinadores em todo o mundo. O termo originou-se em esportes como futsal e basquete.

COMO SURGIU

No processo de evolução tática do futebol não existe uma precisão histórica sobre o posicionamento inicial de um ala. Entretanto, sabe-se que a função surgiu juntamente com o esquema com três zagueiros. Os times da época adotavam formações com dois atacantes, e a saída era recuar um jogador que não era zagueiro para a linha defensiva, avançando os laterais.


Vídeos OneFootball


A ideia dos treinadores era estabelecer superioridade numérica na última linha de defesa, e ao mesmo tempo povoar o meio de campo. Por isso, os laterais foram colocados mais à frente. Desta forma, foi originada a função de ala no futebol de campo.

Imagem do artigo:Nem lateral, nem extremo: a função do ala no futebol

ALA X LATERAL

Muitos pensam que o ala é um lateral que ataca muito, mas não é bem assim. A posição de defensor pelos lados originou-se junto com o esquema 4-2-4. Desta forma, quatro zagueiros formavam uma linha defensiva. Portanto, as ações dos laterais visavam exclusivamente a marcação. Com o avanço da tática no futebol, a função deixou de ser apenas de combate, mas continua com o mesmo posicionamento inicial.

O ala tem uma função mais ofensiva, isso que o diferencia do lateral. Em uma linha de três zagueiros, ele é o responsável por povoar o meio de campo e ganha também mais liberdade para combinar jogadas ofensivas, sem se preocupar tanto com a defesa. Assim, os zagueiros e volantes ficam com a responsabilidade de trazer equilíbrio ao sistema defensivo.

ALA X EXTREMO

Outra coisa que é muito falada sobre o funcionamento do ala é que ele é um extremo. Entretanto, essa ideia está equivocada. O ponta geralmente joga em esquemas com três atacantes e entra inicialmente na última linha ofensiva. Assim, aparece mais no último terço do campo, criando jogadas de ataque pelos lados e ajudando na recomposição defensiva.

O ala não é tão ofensivo quanto o extremo. Ele entra inicialmente na linha à frente dos zagueiros, ou seja, funciona mais na transição entre defesa e ataque. Assim, não cumpre a mesma função do ponta no campo de jogo. Dessa forma, os dois podem funcionar muito bem juntos em um esquema de jogo.

EXEMPLOS DE FUNCIONAMENTO DOS ALAS

A seleção brasileira campeã do mundo em 2002 é um grande exemplo de equipe que utilizava os alas na construção de jogo. O técnico Luiz Felipe Scolari montou um time com três zagueiros e avançou Roberto Carlos e Cafu. Assim, a equipe brasileira era consistente na defesa e muito forte pelos lados do campo.

Felipão conseguiu utilizar com maestria o sistema com três zagueiros. Desta forma, o técnico potencializou o futebol de Cafu e Roberto Carlos. Os dois exerceram bem a função de ala, sendo fundamentais para a conquista do penta.

Outro exemplo de time que utilizou bem um sistema de jogo com alas é o São Paulo, campeão mundial em 2005. O técnico Paulo Autuori utilizava os laterais Cicinho e Júnior mais avançados. Isso fazia com que o Tricolor Paulista tivesse fortes jogadas ofensivas pelos lados, superioridade numérica no meio de campo e consistência defensiva.

No jogo do título mundial contra o Liverpool, o volante Mineiro apareceu na cara do goleiro Reina e fez o único gol da partida. O jogador, que cumpria uma função de marcação, teve liberdade para projetar-se à frente. Isso aconteceu porque a presença dos alas povoava o meio de campo e dava respaldo para os volantes aparecerem mais à frente.

Foto destaque: Divulgação/ CBF

Saiba mais sobre o veículo