
Gazeta Esportiva.com
·10 de abril de 2025
“Não estou bem”, disse Maradona a um médico semanas antes de morrer

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·10 de abril de 2025
Um médico disse nesta quinta-feira que, semanas antes de falecer, Diego Maradona disse a ele: “Não estou bem”, no julgamento de sete profissionais de saúde envolvidos na morte da lenda do futebol argentino em 2020.
Maradona morreu de edema pulmonar causado por insuficiência cardíaca no dia 25 de novembro de 2020, enquanto estava internado em casa após uma neurocirurgia.
Médicos, enfermeiros, um psiquiatra e um psicólogo são acusados de homicídio com dolo eventual, o que implica que eles sabiam que suas ações poderiam resultar em morte. Uma oitava acusada — uma enfermeira — será julgada em um processo separado.
Flavio Tunessi, traumatologista do clube argentino Gimnasia de La Plata desde 2002, prestou depoimento em San Isidro, subúrbio ao norte de Buenos Aires, perto da cidade de Tigre, onde o ídolo argentino morreu.
Ele relatou que em 30 de outubro, durante uma homenagem aos 60 anos do ídolo no estádio do Tigres, quando ainda era técnico da equipe, viu Maradona caminhando sozinho em direção a uma ambulância. “Cheguei perto dele e disse ‘Diego, precisa de alguma coisa?’ e ele me disse ‘não, vou embora, não estou bem’ e saiu”.
O médico contou que neste dia viu o argentino “magro e abatido” e que outras pessoas que interagiram com o ele lhe disseram que “não o viam bem”, entre eles o presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), Claudio Tapia.
No dia seguinte, Leopoldo Luque, médico pessoal de Maradona, pediu-lhe que o levasse à clínica Ipensa, onde Tunessi trabalha para interná-lo e realizar exames.
Lá, detectaram que o ex-jogador de futebol tinha um “hematoma subdural” na cabeça, embora os neurologistas da unidade médica, que também testemunharam nesta quinta-feira, tenham considerado que “não se tratava de uma emergência cirúrgica”.
O chefe de neurologia da Ipensa, Guillermo Burry, considerou que “o quadro clínico do paciente não era devido ao hematoma subdural” e que, devido às suas comorbidades, “não era o momento certo” para uma operação.
Entretanto, Luque, que também é neurocirurgião, considerou submetê-lo a um procedimento cirúrgico, fazendo com que Maradona fosse transferido para a Clínica Olivos, onde foi operado no dia 3 de novembro.
A audiência desta quinta-feira continuará com o depoimento de um cardiologista que atendeu o ex-camisa ’10’ na clínica Ipensa.
Este julgamento continuará pelo menos até julho, com o depoimento de dezenas de testemunhas. Os réus correm o risco de pegar entre 8 e 25 anos de prisão.