Não basta a vergonha da derrota, é preciso que a ironia venha de brinde | OneFootball

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·05 de maio de 2025

Não basta a vergonha da derrota, é preciso que a ironia venha de brinde

Imagem do artigo:Não basta a vergonha da derrota, é preciso que a ironia venha de brinde
Imagem do artigo:Não basta a vergonha da derrota, é preciso que a ironia venha de brinde

Seria fácil resumir a derrota do Flamengo neste domingo, diante do Cruzeiro, em seus dois lances capitais.

Primeiro o gol adversário, em que, numa coreografia que remeteu aos melhores momentos do show de Lady Gaga em Copacabana, nossa dupla de defensores foi realizando uma ousada série de movimentos de imenso apuro estético e profundo apelo visual, mas que infelizmente não serviram nem pra evitar o drible e nem para fechar o ângulo do chute. Os little monsters nada são perto do tipo de monstruosidade que dois defensores com medo de dar bote podem representar.


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E depois o pênalti, já nos acréscimos, num lance desses em que você cogita conferir a documentação de Léo Pereira, mas não por medo de que ele tenha falsificado a idade, mas sim por medo que ele tenha adulterado a própria classificação biológica, sendo não um ser humano mas sim alguma espécie de besta ruminante, de roedor confuso, de peixe das profundezas cegado pelas luzes do refletor. Porque apenas isso explicaria chegar numa bola, dentro da área, daquele jeito.

Mas infelizmente, não foi só nesses dois lances que o Flamengo perdeu a partida.

Ele perdeu também em cada passe bisonhamente errado, em cada cruzamento realizado na cabeça de algum espírito visível apenas para os atletas rubro-negros e não para nós torcedores. Ele perdeu na marcação frouxa, na lentidão para fazer a transição de jogo, em Wesley não ter tomado uma loratadina para curar sua recente alergia em relação a linha de fundo.

Perdemos na insistência de Filipe Luis em manter em campo um De la Cruz que errou tudo que tentou e até mesmo o que não tentou, provavelmente falhando nos próprios pensamentos. Erramos numa montagem de elenco que não tem centroavante reserva e nem meia substituto. Erramos muito, erramos feio e erramos em todos os setores.

E nada mais justo, diante de uma atuação fraca e apática como essa, do que levar nas costas, além da derrota e da vergonha, também a ironia. Isso porque quem fez, no famigerado pênalti, o gol da nossa derrota? Sim, ele, Gabigol, o homem que havia abandonado o futebol profissional para, ao lado de nomes como Dudu, Cássio e Fagner, formar, em Belo Horizonte, uma nova equipe da Kings League, o showbol do Neymar.

Que sejam ligados então, todos os possíveis alertas. Um time que quer ser campeão brasileiro não pode jogar fora pontos assim, um time que em um mês vai disputar um mundial não pode dar esse tipo de vexame diante de um postulante a eliminação na fase de grupos da Sul-Americana. Não é apenas que o Flamengo pode mais do que isso, é que ele, para brigar nessa temporada, precisa de mais do que isso.

Então o que temos pra próxima quarta-feira, quando encaramos o Central Córdoba num jogo de vida ou morte pela Libertadores, é ainda mais pressão. E uma dúvida ainda maior sobre qual Flamengo veremos em campo: o de grandes atuações como aquelas diante de Corinthians e Juventude ou o das grandes palhaçadas, como a deste domingo. Porque apenas um desses Flamengos é capaz de conquistar uma vitória e não voltar quase eliminado da Argentina.

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