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·07 de janeiro de 2025

Na Serie B 2024-25, um trio disparou na busca pelo acesso direto à elite

Imagem do artigo:Na Serie B 2024-25, um trio disparou na busca pelo acesso direto à elite

A Serie B italiana de 2024-25 segue muito disputada após a 20ª rodada, mantendo o enredo típico de uma competição em que nada está realmente definido até o último instante. Apesar de o equilíbrio continuar sendo a tônica na segundona, em que equipes tradicionais e emergentes duelam de igual para igual, a principal disputa do certame – aquela pelo acesso – tem fugido à regra e, pela primeira vez em quase duas décadas, é real a chance de três times subirem diretamente, sem a necessidade de playoffs.

Dificilmente o grupo de promovidos sairá de Sassuolo, Pisa e Spezia. Hoje, o terceiro colocado tem uma vantagem de oito pontos sobre o quarto – um abismo, mas ainda insuficiente para eliminar os playoffs. Porém, caso essa diferença seja superior a 14, os três primeiros sobem diretamente para a Serie A. A última vez que isso ocorreu foi em 2006-07, quando Juventus, Napoli e Genoa obtiveram a promoção. Na época, entretanto, o regulamento previa ser necessário um intervalo de pelo menos 10 pontinhos entre os times para que a repescagem não fosse disputada.


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Dominando o campeonato, com 46 pontos, o Sassuolo justifica o rótulo de favorito. Com 14 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas, os neroverdi mostram força no ataque, tendo o melhor desempenho ofensivo de todo o campeonato, com 43 gols marcados. A defesa também colabora, sofrendo apenas 19. Sob o comando de Fabio Grosso, o Sassuolo equilibra experiência e talento individual – nomes como Domenico Berardi, Kristian Thorstvedt e Armand Laurienté vêm desequilibrando, deixando claro que o time não quer saber de outro destino que não seja o retorno à elite, com o caneco.

A vice-liderança pertence ao Pisa, com 43 pontos, campanha resultante de 13 vitórias, quatro empates e três derrotas. Com 36 gols marcados e 18 sofridos, os toscanos apresentam, ao lado do Spezia, uma das melhores defesas do torneio. O fator de desequilíbrio, porém, é o ataque ágil e certeiro, que contou com grandes atuações de nomes como Mattéo Tramoni e Alexander Lind, até agora. Com uma doppietta do francês, aliás, os toscanos, conseguiram derrotar o Sassuolo por 3 a 1, na última rodada do primeiro turno. No comando, Pippo Inzaghi coloca seu DNA de artilheiro a serviço de um time nerazzurro, tal qual o de seu irmão Simone – a Inter.

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Com boa vantagem o Sassuolo lidera a Serie B e faz valer favoritismo; o Frosinone, por outro lado, decepciona (LaPresse)

Fechando o pódio momentâneo e abrindo a disputa pelas semifinais dos playoffs, o Spezia soma 38 pontos – 10 vitórias, oito empates e apenas duas derrotas –, ostentando a melhor defesa do campeonato, com somente 13 gols sofridos. Treinado por Luca D’Angelo, o time bianconero apresenta uma proposta sólida e eficiente, em grande parte graças à dupla de irmãos Esposito (Salvatore e Francesco Pio), que tem feito estragos no meio-campo e no ataque. Ainda que tenham escorregado em algumas rodadas recentes, os lígures demonstram consistência e prometem brigar até o fim não só pelo acesso, mas possivelmente pelo título, se Sassuolo e Pisa derem alguma brecha.

A quarta posição é da Cremonese, com 30 pontos. O time grigiorosso busca retomar o caminho rumo à Serie A depois de ter ficado pelo meio do caminho em temporadas anteriores. São oito vitórias, seis empates e seis derrotas, com 26 gols marcados e 21 sofridos – números equilibrados, mas que refletem alguns tropeços. Comandada por Giovanni Stroppa, a equipe lombarda conta com destaques como Franco Vázquez e Jari Vandeputte, mas precisa ajustar ainda mais o setor ofensivo para poder encostar no trio de ferro lá de cima.

Nas últimas cinco rodadas, empates têm sido constantes; falta transformar esse “quase” em vitórias para encurtar a distância aos líderes. O que também pode atrapalhar a Cremonese é o agito nos bastidores e as indecisões da diretoria, refletidos numa dança das cadeiras. Stroppa foi demitido em 8 de outubro e, apenas algumas horas depois, Eugenio Corini foi apresentado como novo técnico. Porém, 33 dias após sua chegada, o ex-jogador do Palermo foi exonerado e seu antecessor retornou ao estádio Giovanni Zini.

Logo abaixo, numa posição que lhe daria vaga para a fase preliminar dos playoffs, temos a zebra do campeonato: a Juve Stabia, que veio da terceirona e soma 29 pontos em 20 jogos. São sete vitórias, oito empates e cinco derrotas, com 22 gols marcados e 23 sofridos, o que resulta em um saldo negativo (-1), mas que não reflete a valentia da equipe de Guido Pagliuca. O ataque comandado por Andrea Adorante, Leonardo Candellone e o espírito de luta no estádio Romeo Menti fizeram a diferença até aqui – as vespas vêm conquistando triunfos importantes nas últimas rodadas, evidenciando que a meta inicial de apenas permanecer na Serieb B pode se transformar em algo maior, como brigar por um inédito acesso.

Surpreendendo na sexta posição, o Catanzaro, com 27 pontos (cinco vitórias, 12 empates e três derrotas), é um dos times que mais empatam na competição, ainda que sustente uma curva ascendente nas últimas rodadas. Com 24 gols marcados e 20 sofridos, tem uma defesa consistente, além de um ataque que costuma encaixar bons contragolpes. O técnico Fabio Caserta vem fazendo um ótimo trabalho de reconstrução, mesmo após a saída de peças importantes no mercado. O grande destaque segue sendo o ídolo Pietro Iemmello, que dispensa apresentações quando o assunto é balançar as redes na segundona – além de artilheiro da categoria, com 10 gols, é o sexto maior goleador do torneio entre os atletas em atividade, com 60.

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Tramoni tem brilhado e marcou uma doppietta na recente vitória do Pisa, vice-líder, sobre o Sassuolo (LaPresse)

Também com 27 pontos, no tríplice empate entre sextos colocados, o Bari segue na gangorra: seis vitórias, nove empates e cinco derrotas. O ataque marcou 22 vezes e a defesa sofreu 18, o que indica um rendimento aceitável no setor defensivo, embora falte mais consistência para transformar empates em triunfos. O elenco, bancado por Aurelio De Laurentiis, que também é dono do Napoli, tem nomes interessantes, como Kevin Lasagna e César Falletti. A oscilação, porém, é o principal inimigo dos galletti, que acumulam sequências ruins e boas na mesma proporção. A torcida alvirrubra espera que o time engrene na reta final para brigar por uma vaguinha no G8.

Fechando esse bolo com o pé nos playoffs, com os mesmos 27 pontos, a grande surpresa é a Carrarese. O time recém-promovido da Serie C soma sete vitórias, seis empates e sete derrotas, com 18 gols marcados e 20 sofridos. Um saldo negativo que não diminui a empolgação do elenco. O técnico Antonio Calabro aposta em um sistema de jogo seguro, em que nomes como o de Filippo Falco e Manuel Cicconi se destacam. No entanto, agora precisará repor a saída recente de Hjörtur Hermannsson, vendido ao Volos, da Grécia. A série recente de bons resultados – três triunfos e duas igualdades nas últimas cinco partidas – mostra que a equipe marmifera vive uma fase iluminada e segue embalada para se manter na parte de cima da tabela.

Com 25 pontos, o Modena (nono colocado) é dono de cinco vitórias, 10 empates e cinco derrotas, com 25 gols pró e 24 contra. Apesar do equilíbrio dos números, o time treinado por Paolo Mandelli desde o início de novembro, após a demissão do experiente Pierpaolo Bisoli, pode render mais. Reforços como Mattia Caldara e Grégoire Defrel ajudam a manter a equipe competitiva, mas ainda falta aquele algo a mais para enfileirar vitórias e encostar no G8. Já o brasileiro Eric Botteghin, decepciona até aqui, atuando em apenas quatro jogos nessa temporada. A maratona de empates nas últimas rodadas mostra a dificuldade que os canarini têm em fechar as partidas quando abrem o placar – um ponto que o técnico precisa ajustar.

Com o mesmo total de 25 pontos, empatado com o Modena na nona posição, aparece o Cesena. São sete vitórias, quatro empates e nove derrotas, marcando 27 gols e sofrendo 28. O ataque até funciona, com destaque para o albanês Cristian Shpendi, que soma 10 tentos até aqui e divide a artilharia com Iemmello. Porém, a defesa deixa brechas, e a instabilidade custou pontos preciosos. Sob o comando de Michele Mignani, o time que chegou a fazer bonito na Coppa Italia (eliminando até Pisa e Verona) agora precisa retomar a consistência para seguir sonhando com algo melhor. A sequência recente de quatro derrotas em cinco jogos acende o alerta para os bianconeri.

Já o Palermo, em 11º, soma 24 pontos (seis vitórias, seis empates e oito derrotas), apresentando uma defesa até decente, mas um ataque que não consegue engrenar. A equipe do City Football Group vive momentos tensos, tendo acumulado quatro derrotas nos últimos cinco confrontos. Nomes de peso como Salvatore Sirigu, Matteo Brunori e Thomas Henry ainda não renderam o esperado, e o técnico Alessio Dionisi precisa reencontrar o melhor entrosamento para fazer justiça ao potencial do elenco. A paciência da apaixonada torcida rosanero anda curta e o treinador sente a corda em volta do seu pescoço já há algumas semanas.

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Salvatore Esposito e seu irmão Francesco Pio lideram o Spezia, terceiro colocado na Serie B (LaPresse)

Com a mesma pontuação do Palermo (24) e o mesmo retrospecto (seis vitórias, seis empates, oito derrotas), a Reggiana tem 21 gols marcados e 23 sofridos. O saldo negativo (-2) indica problemas defensivos em certos jogos, mas o time grená compensa com muita raça em campo. Vindos da terceirona, os comandados de William Viali buscam a permanência na Serie B sem sustos. Algumas vitórias importantes nas últimas rodadas demonstram evolução e, quem sabe, podem embalar uma arrancada para mirar os playoffs.

No 13º lugar, o tradicionalíssimo Brescia soma 23 pontos (cinco vitórias, oito empates e sete derrotas), com 24 gols a favor e 27 contra. Uma queda notável para um dos maiores frequentadores da Serie B em termos históricos. Ex-Modena, Pierpaolo Bisoli tenta dar um rumo ao elenco, mas, nas últimas cinco partidas, o time não ganhou, acumulando quatro igualdades e um tropeço ainda maior, estagnando na tabela. O islandês Birkir Bjarnason e outros experientes atletas do plantel precisam intensificar o volume de jogo se os andorinhas quiserem retomar sua vocação de brigarem na parte de cima.

Também com 23 pontos, o Mantova, registra campanha idêntica ao último citado, mas com 22 gols marcados e 26 sofridos. Diferentemente do Brescia, os virgiliani vêm de uma oscilação maior, em que os resultados fazem um rodízio sem padrão. O meia-atacante Mattia Aramu carrega boa parte da criação ofensiva. A meta segue sendo permanecer na divisão, mas, se engatar triunfos, o time biancorosso pode afastar logo o perigo e até se permitir sonhar com algo a mais.

Fechando o grupo dos empatados na 13ª posição, surge o Cittadella, também com 23 pontos (seis vitórias, cinco empates e nove derrotas). Porém, o saldo é preocupante: 17 gols marcados e 32 sofridos (-15), indicando que a defesa tem falhado muito. Curiosamente, a equipe vem de três triunfos em cinco jogos, sinal de que o elenco encontrou um respiro na hora certa. Após a demissão de Edoardo Gorini, Alessandro Dal Canto tenta estancar o sangramento defensivo sem perder a eficiência no ataque. A reação recente iluminou as esperanças da torcida grená.

Na 16ª posição, abrindo a zona de playout, temos a decepcionante Sampdoria, com 20 pontos (quatro vitórias, oito empates e oito derrotas), 23 gols marcados e 30 sofridos. O início ruim resultou na saída de Andrea Pirlo e na chegada de Andrea Sottil, mas já em dezembro o segundo citado deu lugar a Leonardo Semplici. Com o terceiro técnico, a engrenagem ainda não girou como se esperava. Com nomes de peso, como o experiente Marco Silvestri no gol e o veterano Massimo Coda no ataque, o time blucerchiato patina, sem conseguir embalar. Se não der um salto de desempenho com o novo comando, a Samp continuará brigando na zona baixa, sem perspectiva de mirar o topo, caso permaneça na segundona.

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Iemmello, do surpreendente Catanzaro, é um dos artilheiros da Serie B e tenta devolver o time à elite (LaPresse)

Empatado em pontos com a Sampdoria (20), mas com pior saldo (-10 e menos vitórias), outro que decepciona é o Frosinone. São quatro vitórias, oito empates e oito derrotas, com 17 gols marcados e 27 sofridos. Após a debandada de jogadores, devido à queda da Serie A, o técnico Vincenzo Vivarini não conseguiu se encontrar e, ainda em outubro, deu lugar a Leandro Greco, que ainda luta para remontar a espinha dorsal dos canários. A equipe até consegue alguns bons resultados pontuais, mas não engrena. O cenário é preocupante: ou os ciociari deslancham e deixam a parte de baixo, ou corre o risco de despencar para a terceirona, somando dois descensos seguidos.

Na zona da degola, aparece outra equipe vinda da elite: a Salernitana, com apenas 18 pontos, quatro vitórias, seis empates, 10 derrotas, 19 gols pró e 29 contra. Sob o comando de Stefano Colantuono, após a demissão de Giovanni Martusciello em novembro, o time não se encontrou após cair da elite. Nomes de primeira linha, como Luigi Sepe, Simy, Giulio Maggiore, Roberto Soriano e Daniele Verde, emprestado pelo Spezia, não conseguiram manter a consistência necessária, e a sequência negativa nas últimas cinco partidas (duas paridades e três tropeços) evidenciam a crise. Precisando urgentemente de um salto de qualidade, a formação campana tenta desesperadamente fugir do descenso, em meio a uma administração turbulenta.

Também com 18 pontos (porém saldo pior, de -14), aparece o Südtirol, na antepenúltima colocação, empatado com a Salernitana. São cinco vitórias, três empates e 12 derrotas, com 19 gols marcados e 33 sofridos. Bem distante do desempenho que quase rendeu o acesso em 2022-23, o time sul-tirolês vive maus bocados. Falta inspiração na frente e segurança lá atrás. Terceiro técnico na temporada, após as demissões de Federico Valente e Marco Zaffaroni, Fabrizio Castori segue buscando soluções, mas os resultados ruins já geram um desanimado contentamento com a queda.

Fechando a classificação, o Cosenza amarga a lanterna com 17 pontos. A campanha apresenta quatro vitórias, nove empates e sete derrotas, com 19 gols marcados e 23 sofridos, que resultam num saldo de -4. A pontuação poderia ser maior, não fosse a punição por atraso no pagamento de impostos, mas, de toda forma, o time não encaixa o bastante para se afastar do buraco. O técnico Massimiliano Alvini, ex-Cremonese, luta para reconstruir a moral do elenco, contando com o volante brasileiro Charlys e alguns jovens valores. Sem uma reviravolta imediata, os lobos correm risco de voltar ao inferno da Serie C.

De modo geral, o melhor ataque até aqui, sem surpresas, pertence ao Sassuolo (43 gols), enquanto o Spezia ostenta a defesa mais sólida (apenas 13 sofridos). Do outro lado, as maiores decepções são times de camisa pesada, como a própria Sampdoria e o Brescia, que não decolaram, além de Frosinone e Salernitana, que apresentam duas das maiores folhas salariais da categoria e lutam para não caírem. Ainda assim, tudo pode mudar em um piscar de olhos: há mais 18 rodadas pela frente, reviravoltas como a da Juve Stabia e histórias peculiares, como as de Stroppa e Corini em Cremona, prontas para se repetir. Resta acompanhar quem manterá o embalo, quem reagirá no apagar das luzes e quem sucumbirá diante da maratona que é a Serie B.

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