Zerozero
·11 de novembro de 2024
In partnership with
Yahoo sportsZerozero
·11 de novembro de 2024
O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, pode também ler excertos das conversas no nosso portal.
A Roménia é o país, daqueles em que atuou no estrangeiro, no qual Cristiano Figueiredo passou mais tempo- três temporadas. A entrada do guarda-redes no referido país aconteceu pelas portas do Hermannstadt, clube do qual o internacional jovem por Portugal não guarda as melhores recordações.
«Quando cheguei, o presidente e o diretor foram buscar-me, sendo que ambos tinham sido campeões no Cluj. Essa foi uma das razões para eu ir para esse clube. Disseram que eram um projeto para ganhar e, ainda para mais, o salário era bom. Eu sabia que o clube só tinha sido fundado em 2015, mas subiu de forma rápida e aquele era o segundo ano na 1ª divisão. Para além disso, havia mais portugueses e brasileiros no plantel, o que iria ajudar na adaptação», começou por explicar, antes de partir para os aspetos negativos:
«Eu chego lá e o balneário estava cheio de água no chão. No teto estava tudo degradado e caíam pingas de forma frequente. Pensei que deveriam fazer obras entretanto, mas... Estive uma época inteira lá com chuva a cair dentro do balneário e depois, no segundo ano, jogámos sempre em casa emprestada porque estavam a fazer um estádio novo. Na minha altura as condições eram más, o campo de treino era mesmo ridículo. Eu fui com mente aberta e ainda aguentei, mas houve colegas que vieram embora logo em dezembro. Se chovesse um bocadinho mais, sabíamos que tínhamos de equipar de pé porque os bancos estavam molhados.»
As dificuldades logísticas tiveram reflexos também noutros campos. «Depois fui pedir a minha roupa ao roupeiro e aquilo não era uma rouparia, estava tudo em pedra e parecia que tinham acabado de mandar paredes abaixo. Ele deu-me a roupa e só comentei com quem me tinha levado para lá que as condições deixavam a desejar. Só queria que o salário fosse pago sempre direitinho para esquecer um pouco essas más condições. Só me deram uma t-shirt e uns calções para treinar, o resto tive de ser eu a comprar- meias, calças térmicas...», rematou.