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·20 de janeiro de 2023

Na Coppa Italia, queda precoce do Napoli surpreendeu; Juve, Lazio e Atalanta avançaram

Imagem do artigo:Na Coppa Italia, queda precoce do Napoli surpreendeu; Juve, Lazio e Atalanta avançaram

Entre terça e quinta, 17 e 19 de janeiro, quatro jogos encerraram a fase de oitavas de final da Coppa Italia, iniciada na semana anterior. Com diferentes níveis de atuação e sofrimento, Juventus, Atalanta e Lazio confirmaram o seu favoritismo e avançaram na competição. Já o Napoli, time que mais poupou jogadores, protagonizou a maior surpresa do torneio até agora: foi eliminado nos pênaltis pela Cremonese, lanterna da Serie A, que teve muita resiliência em sua visita à Campânia.

As quartas de final da Coppa Italia acontecem entre 31 de janeiro e 2 de fevereiro. De um lado da chave, o vencedor do duelo entre Inter e Atalanta encara quem levar a melhor no confronto entre Juventus e Lazio; no outro, a Roma recebe a Cremonese e o Torino visita a Fiorentina. Antes disso, acompanhe a nossa análise das partidas das oitavas.


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Napoli 2-2 Cremonese (4-5 nos pênaltis)

Luciano Spalletti resolveu escalar um time reserva para o confronto diante da Cremonese. Os motivos eram simples: a intensa rotina de jogos desde o fim da pausa para a Copa do Mundo e o desejo de priorizar a disputa rodada a rodada pelo scudetto, que pode encerrar um jejum de mais de 30 anos sem o título da Serie A para o Napoli. A proximidade das oitavas de final da Liga dos Campeões também foi um fator levado em consideração pelo técnico. No fim das contas, o único realmente titular que começou jogando foi Meret – Juan Jesus e Olivera, por sua vez, frequentam o onze inicial com alguma regularidade, mas não são os donos de suas posições. De resto, uma equipe de jogadores com poucos minutos recebidos na temporada.

Sem vitórias na Serie A desde o seu retorno à elite, a Cremonese trocou de treinador e, após a demissão de Massimiliano Alvini, apostou no experiente Davide Ballardini para tentar produzir o milagre da permanência na elite. A estreia do veterano acabou sendo na Coppa Italia, competição em que a equipe grigiorossa havia somado triunfos sobre Ternana e Modena, da segundona. Contra um Napoli que vem encantando, o treinador fez poucas mudanças no desenho tático do time: apenas optou pelo 3-5-2 ao invés do 3-4-2-1 que vinha sendo utilizado pelo seu antecessor.

Aproveitando um Napoli sem entrosamento e sem seus melhores jogadores, a Cremonese começou o jogo com confiança, sabendo trabalhar as roubadas de bola e escapadas no contra-ataque. O time mandante tinha o controle, mas pouco conseguia infiltrar na defesa adversária. E, depois de uma posse perdida no ataque pelos azzurri, Okereke disparou pelo lado esquerdo, venceu Bereszynski no um contra um e cruzou para Ciofani, no comando do ataque. A pelota passou direto e Pickel empurrou, para abrir o placar logo aos 17 minutos de partida.

O Napoli aumentou o ritmo após o gol sofrido, mas acabou esbarrando na falta de suas melhores peças, tendo pouca efetividade e pouco volume ofensivo. Aos 32, a bola parada apareceu para mudar o cenário. Elmas cobrou escanteio pelo lado direito, a zaga afastou e Ndombélé pegou de primeira, obrigando Carnesecchi a realizar grande defesa. No entanto, a pelota voltou para a pequena área e, numa confusão danada entre defensores e atacantes, Juan Jesus completou para o fundo da rede, empatando o jogo. O tento deu confiança aos partenopei, que viraram apenas dois minutos depois: Zerbin arrancou pelo lado direito e cruzou na medida para Simeone cabecear.

O cenário de tranquilidade do Napoli parecia restabelecido. Com a necessidade de buscar o empate, a Cremonese se lançou ao ataque com muita gente durante todo o segundo tempo, mas pouco conseguia produzir e não levava perigo à meta de Meret. Os azzurri, por sua vez, tinham muito espaço para contra-atacar, mas terminavam errando no momento decisivo. Raspadori, Elmas, Simeone: todos perderam chances claras para definir a partida.

Quando o jogo se encaminhava para o seu final, Meïté inverteu bem a bola, achando Zanimacchia livre pelo corredor direito. O ala avançou, levantou a cabeça e colocou na medida para Afena-Gyan testar para o fundo da rede, empatando o duelo. Os comandados de Spalletti tentaram o gol da vitória ainda no tempo normal, mas a partida ficou mesmo no 2 a 2 e foi para a prorrogação.

Com 10 minutos jogados no tempo extra, a missão da Cremonese ficou ainda mais complicada, já que Sernicola foi expulso. A essa altura, o Napoli já tinha muitos titulares importantes em campo, mas Spalletti sentiu a necessidade de lançar Osimhen, numa última cartada. O atacante até levou perigo e incomodou muito o sistema adversário, mas o resultado não se alterou.

Politano, Vásquez, Simeone, Buonaiuto, Zielinski e Tsadjout converteram suas cobranças. Até que chegou a vez de Lobotka: ao tentar deslocar o goleiro Carnesecchi, o eslovaco tirou demais e acabou mandando a bola para fora. Valeri deixou a Cremonese em vantagem e Osimhen manteve viva a chance do Napoli. Porém, Afena-Gyan apareceu novamente, guardou sua cobrança e classificou sua equipe para enfrentar a Roma, agremiação que o projetou no futebol italiano.

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A Atalanta emendou sua segunda goleada na semana e eliminou o Spezia (Getty)

Atalanta 5-2 Spezia

Atalanta e Spezia chegaram em boa forma para o duelo válido pelas oitavas da Coppa Italia. O primeiro jogo das equipes pós-Copa do Mundo havia sido um confronto direto válido pela Serie A, no qual os spezzini abriram 2 a 0 e jogaram melhor na maior parte do tempo, mas acabaram sofrendo o empate. Dessa vez, contudo, não houve espaço para contestação e a Dea voltou a construir um placar elástico, apóso 8 a 2 construído sobre a Salernitana.

O jogo começou de maneira insana, com o Spezia buscando encaixar uma ligação direta com Nzola e a Atalanta tentando trabalhar em toques curtos, até poder acelerar pelos lados do campo. Contudo, antes mesmo que esse padrão se confirmasse como tendência para o duelo, os gols começaram a sair. Aos 10, Boga cobrou escanteio pela esquerda, Scalvini desviou e Lookman utilizou o joelho para abrir o placar. Menos de dois minutos depois, Koopmeiners conduziu por dentro e tocou para Lookman, que tabelou com Zapata e aumentou a vantagem.

Atordoado, o Spezia não conseguia achar saídas e o terceiro parecia perto de sair. Até que Ekdal roubou a bola, tabelou com Nzola e disparou até bater cruzado, sem chances para Musso – aos 14 minutos, já haviam saído três gols.

Os minutos seguintes tiveram uma Atalanta mais cautelosa, que trabalhava bem a bola e acalmava o jogo. Já o Spezia procurava Nzola em contra-ataques. Aos 25, Maehle trabalhou bem da ala esquerda até o centro e, novamente, a busca foi pelo pivô de Zapata para a tabela. O passe do atacante colombiano saiu muito forte, mas sobrou na medida para Hateboer marcar o terceiro gol da Dea.

O Spezia não sentiu tanto o gol como no 2 a 0 e seguiu em busca de contra-ataques. Nesse meio tempo, quase anotou numa linda cobrança de falta de Verde, o autor do segundo tento. Aos 38, Nzola apareceu como opção para acelerar o jogo e, da esquerda, Moutinho que cruzou em direção à marca do pênalti. A zaga afastou mal e o camisa 10 spezzino só precisou deslocar Musso, descontando para os visitantes.

Na volta do segundo tempo tivemos 20 minutos de superioridade do Spezia, que, à sua maneira, controlou as ações e gerou volume ofensivo, empurrando a Dea para o seu campo de defesa. O gol não saiu e o jogo mudou novamente de mãos quando Gian Piero Gasperini colocou Muriel e Hojlund no gramado. Boga e Zapata voltaram muito mal do intervalo e a dupla que entrou deu nova dinâmica ao ataque dos mandantes.

Aos 72, Muriel recebeu pelo meio, carregou e achou o jovem Hojlund, que se livrou da marcação e soltou uma bomba com a perna esquerda, fazendo um lindo gol. O Spezia não mais recuperou o controle da partida e acabaria sofrendo o quinto tento nos minutos finais, quando novamente o colombiano e o dinamarquês se articularam. Dessa vez, a finalização do garoto terminou batendo na trave e Ampadu mandou contra a própria meta, na tentativa de afastar a bola.

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Felipe Anderson anotou o gol solitário do triunfo da Lazio (Getty)

Lazio 1-0 Bologna

Lazio e Bologna se enfrentaram no Olímpico, num confronto entre duas das equipes que mais oscilam na temporada, embora estejam em patamares diferentes. A Lazio, com Maurizio Sarri, é capaz de entregar, em curtos intervalos de tempo, jogos incríveis e também atuações para serem esquecidas. Já o Bologna, desde antes da chegada de Thiago Motta, é irregular demais dentro das próprias partidas.

Antes do jogo, Mihajlovic foi novamente homenageado. Com a bola rolando, a Lazio foi muito superior nos primeiros 30 minutos de partida. Tendo Zaccagni como opção recorrente pelo lado esquerdo e contando com Luis Alberto e Milinkovic-Savic para fazer a pelota andar, a equipe capitolina criou boas oportunidades de gol.

Aos 33, Sosa saiu jogando errado, Pedro pressionou, roubou a bola e só rolou para Felipe Anderson marcar. Com a vantagem, a Lazio se acomodou no jogo e o Bologna teve seus melhores momentos na partida no final do primeiro tempo. Naquele período, criou principalmente com as ultrapassagens de Orsolini, que levou perigo à defesa celeste.

Com a volta do intervalo, a Lazio tomou o controle do jogo de volta. Logo nos primeiros minutos, Zaccagni partiu pela esquerda e cruzou na cabeça de Milinkovic-Savic, que quase marcou. Depois foi a vez de Lazzari chegar à linha de fundo pelo lado direito e achar Luis Alberto na entrada da área. Skorupski, contudo, defendeu o arremate do espanhol. O duelo seguiu nessa toada e as mudanças de Thiago Motta pouco conseguiram adicionar maior ritmo ao Bologna, que em momento algum foi capaz de colocar a equipe mandante contra a parede para buscar o empate.

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Chiesa assinou uma pintura e colocou a Juventus na próxima fase (Getty)

Juventus 2-1 Monza

Em Turim, a partida entre Juventus e Monza foi marcada por momentos bastante diferentes. O jogo começou com uma Velha Senhora muito intensa, ligada no duelo e criando muito pelos lados do campo. Logo de cara, Iling-Junior trabalhou bem pelo corredor esquerdo e Fagioli teve uma chance de finalizar na entrada da área, mas acabou mandando para fora. Poucos minutos depois, o corredor foi trocado e McKennie carregou até a linha de fundo, antes de cruzar na medida para Kean abrir o placar.

Com a vantagem no marcador e o jogo bem encaixado, a Juventus mantinha o Monza em seu campo defensivo e ia levando o confronto em ritmo confortável, trocando passes e acelerando quando tinha chance. Até que, aos 24 minutos, um escanteio pelo lado direito mudou tudo. Colpani cobrou na primeira trave, McKennie e Kean se posicionaram muito mal e Valoti empatou a partida.

Depois do gol de empate do Monza, a peleja se transformou. A Juventus perdeu o ímpeto dos 25 minutos iniciais, os visitantes ganharam confiança e o jogo forte pelo corredor, que vinha funcionando para o time de Massimiliano Allegri, perdeu eficácia. No primeiro tempo, a Vecchia Signora ainda chegou com perigo, através de finalizações de fora da área de Iling-Junior e Soulé, mas ficou nisso.

No segundo tempo, se verificou outra mudança no desenho da partida: o Monza começou a sair mais para o ataque e abriu espaço para a transição da Juventus. Com 50 minutos de jogo, Colpani já havia desperdiçado boa chance para os visitantes e Kean uma melhor ainda para os mandantes, quando um passe brilhante de Soulé o deixou cara a cara com Cragno.

O jogo seguiu aberto, com as duas equipes errando muito no momento do passe final. Até que Chiesa saiu do banco para resolver tudo. Aos 78 minutos, o atacante recebeu a bola de Alex Sandro na ponta esquerda, deixou dois marcadores na saudade e finalizou no canto superior direito de Cragno, sem oferecer a menor possibilidade de defesa para o arqueiro. O golaço fechou a conta no Allianz Stadium e mandou a Juventus para as quartas da Coppa Italia.

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