Na Copa de 2002, a Itália tropeçou no México e teve de encarar os anfitriões nas oitavas | OneFootball

Na Copa de 2002, a Itália tropeçou no México e teve de encarar os anfitriões nas oitavas | OneFootball

In partnership with

Yahoo sports
Icon: Calciopédia

Calciopédia

·29 de novembro de 2022

Na Copa de 2002, a Itália tropeçou no México e teve de encarar os anfitriões nas oitavas

Imagem do artigo:Na Copa de 2002, a Itália tropeçou no México e teve de encarar os anfitriões nas oitavas

No dia 13 de junho de 2002, a Itália entrou em campo pela terceira e última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo. Ao contrário do que todos esperavam, a situação da sua chave, a G, naquela edição do torneio era bem curiosa. Tida como uma das principais postulantes ao título, a Nazionale era favorita a avançar ao lado da Croácia, terceira colocada da competição em 1998. México e Equador, porém, bagunçaram o coreto no Japão.

A tricampeã Itália começou a Copa muito bem, ao bater o estreante Equador com autoridade, por 2 a 0. Já a Croácia teve um embate de seleções veteranas com o México e perdeu pelo placar mínimo, o que alterou completamente o cenário do Grupo G por conta dos compromissos da rodada seguinte: estavam programados os confrontos entre europeus e americanos.


Vídeos OneFootball


De virada, o México de Javier Aguirre, que havia entrado em evidência graças a um ótimo trabalho pelo Pachuca, venceu o Equador por 2 a 1. No outro jogo, realizado no dia anterior, a Croácia precisava da vitória sobre a Itália para seguir com boas chances de se classificar. E a conseguiu numa partida para lá de polêmica: a Nazionale saiu na frente, com Christian Vieri, mas levou a virada em poucos minutos, graças a Ivica Olic e Milan Rapaic. O problema é que a Squadra Azzurra teve dois gols legais absurdamente anulados pelo árbitro Graham Poll, da Inglaterra.

Imagem do artigo:Na Copa de 2002, a Itália tropeçou no México e teve de encarar os anfitriões nas oitavas

Vieri tinha três gols na Copa, mas passou em branco ante o México (AFP/Getty)

Dessa forma, a equipe de Giovanni Trapattoni considerava injusta a situação em que chegava para a última rodada, precisando vencer para garantir a classificação sem depender de outros resultados – os italianos só não imaginavam que a indignação com a arbitragem do Mundial viria a aumentar muito posteriormente. O México, por sua vez, estava em excelente situação. Um mero empate com os azzurri lhes garantiria o primeiro lugar do Grupo G. E, caso o resultado fosse negativo, a terceira colocada Croácia ainda precisaria tirar quatro gols de saldo para tirar os tricolores da zona de classificação para as oitavas de final.

Dito isso, a seleção azzurra foi a campo no estádio de Oita – conhecido popularmente como Big Eye, por conta do projeto arquitetônico de sua cobertura – com a estratégia padrão utilizada em 2002, que se repetiu nos três jogos da fase de grupos: dar a bola ao adversário, atraindo-o para seu lado do gramado e pressionar para roubar a posse e acionar, em profundidade, os atacantes. A única mudança feita por Trap foi a troca do 4-4-2 por um 4-3-1-2, para encaixar Filippo Inzaghi ao lado de Vieri, com Francesco Totti no suporte, qualificando o último passe.

Logo no início da partida, a tática de Trapattoni prevaleceu. Damiano Tommasi fez a pressão imediatamente após perder a posse, roubou a bola e passou para Totti, que ajeitou com perfeição para Inzaghi balançar as redes. No entanto, o gol foi anulado de forma absolutamente equivocada pela arbitragem, comandada pelo brasileiro Carlos Eugênio Simon – o gaúcho, a bem da verdade, foi traído pelo auxiliar Jorge Oliveira, que não se guiou pela linha da grande área e assinalou um impedimento absurdo de Pippo.

Imagem do artigo:Na Copa de 2002, a Itália tropeçou no México e teve de encarar os anfitriões nas oitavas

Em Oita, México e Itália fizeram confronto disputado (Getty)

A Itália vinha dominando a partida, mas se abalou pelo gol anulado e por uma boa chance perdida por Totti, que, recebeu na área e chutou para fora. Assim, a Nazionale passou a dar espaços aos mexicanos, que ofereceram bastante perigo à meta de Buffon. E, aos 34 minutos, balançaram as redes. Cuauthémoc Blanco levantou na área e Jared Borgetti, em vantagem sobre Paolo Maldini, efetuou uma cabeçada inesperada e muito técnica: de costas para a meta italiana, conseguiu girar a testa e colocar no canto oposto de Gianluigi Buffon.

A essa altura da partida, a Squadra Azzurra estava fora da Copa do Mundo. No entanto, no início da segunda etapa, a Itália passou a se classificar mesmo perdendo o jogo, já que o Equador tinha aberto o placar contra a Croácia e chegava aos mesmos 3 pontos dos italianos, porém com três gols a menos de saldo. Sem querer dar sopa para o azar, a equipe de Trapattoni foi para cima em busca do empate e o confronto ganhou emoção.

As duas equipes passaram a se atacar incansavelmente e ofereciam riscos ao gol adversário a cada vez que subiam para o campo ofensivo. O México chegou muito perto do segundo tento quando Jesús Arellano fez grande jogada, tabelou com Blanco e bateu na saída de Buffon. No entanto, o arqueiro resvalou na bola e Fabio Cannavaro cortou antes de Borgetti aproveitar a sobra.

Imagem do artigo:Na Copa de 2002, a Itália tropeçou no México e teve de encarar os anfitriões nas oitavas

No finalzinho, Del Piero marcou o gol de empate italiano (Getty)

Na tentativa de obter o empate, Trapattoni colocou Vincenzo Montella no lugar de Inzaghi e até mudou o esquema tático com a entrada de Francesco Coco no lugar de Christian Panucci: a Itália passou do 4-3-1-2 para o 3-4-1-2, já que o lateral do Barcelona ocupou a faixa esquerda e Gianluca Zambrotta dominou o flanco oposto. Isso não surtiu grande efeito e o técnico deu sua última cartada aos 78 minutos, ao sacar Totti e por Alessandro Del Piero em campo.

Com sete minutos no gramado, Delpi justificou a escolha de Trap. A Itália teve um lateral para cobrar e Tommasi bateu rápido para Montella, que girou para a grande área de primeira. Esperto, o craque da Juventus surgiu nas costas da defesa mexicana, aproveitando a desatenção de Rafa Márquez e Manuel Vidrio, para empatar o jogo com uma cabeçada.

Após o empate, não houve mais tempo para grandes acontecimentos na partida. O placar deu a classificação para a fase seguinte para as duas seleções, que teriam as suas trajetórias encerradas nas próprias oitavas de final. Enquanto o México perdeu o clássico da Concacaf para os Estados Unidos, a Itália enfrentou a Coreia do Sul, uma das anfitriãs da competição, num dos jogos mais polêmicos da história das Copas, no qual a péssima arbitragem do equatoriano Byron Moreno se sobressaiu.

México 1-1 Itália

México: Pérez; Carmona, Vidrio, Márquez; Arellano, Rodríguez (García), Torrado, Luna; Blanco; Morales (Caballero), Borgetti (Palencia). Técnico: Javier Aguirre. Itália: Buffon; Panucci (Coco), Nesta, Cannavaro, Maldini; Tommasi, Zanetti, Zambrotta; Totti (Del Piero); Vieri, Inzaghi (Montella). Técnico: Giovanni Trapattoni. Gols: Borgetti (34′); Del Piero (85′) Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Brasil) Local e data: estádio Oita, Oita (Japão), em 13 de junho de 2002

Saiba mais sobre o veículo