Muzzi comenta formação de liga, entrada do Atlético na LIBRA e revela detalhes da venda do Diamond Mall | OneFootball

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·25 de março de 2024

Muzzi comenta formação de liga, entrada do Atlético na LIBRA e revela detalhes da venda do Diamond Mall

Imagem do artigo:Muzzi comenta formação de liga, entrada do Atlético na LIBRA e revela detalhes da venda do Diamond Mall

Na tarde de ontem (24), o Galo anunciou a contratação de Gabriel Milito como novo treinador do clube para 2024. Com contrato até o fim de 2025, o argentino chega para buscar títulos e reestruturar o time alvinegro que é considerado acima da média.

Agora, de olho na final do Campeonato Mineiro, que terá o primeiro duelo disputado no sábado (30), na Arena MRV, o clube volta aos treinos nesta segunda (25), e os jogadores começam a ter os primeiros contatos com o novo comandante alvinegro.


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Ao mesmo tempo, o Gao comemora seus 116 anos de fundação e muitas das principais personalidades do clube, como é o caso do CEO Bruno Muzzi, deram entrevistas nesta data tão especial. Em contato com o Portal No Ataque, o dirigente comentou sobre a entrada do Galo na LIBRA, um dos grupos econômicos que buscam a criação de uma liga no futebol brasileiro.

Semana passada [semana de 7 de março], os contratos foram assinados com a Globo. Foi, talvez, um dos movimentos mais importantes, porque a Libra atuou como um bloco comercial. Em conjunto, para que pudesse garantir esse direito de televisão para os próximos cinco anos. O outro bloco, com a LFU, está nessa tentativa de buscar. Ainda não sei qual o caminho que eles estão seguindo. E tem uma diferença grande. Eles venderam participação, 20% de sua participação, de todos os seus direitos, para um investidor. Aqui na Libra isso ainda não foi feito. O contrato da Globo já foi assinado. Um contrato de R$ 1,3 bilhão, por cinco anos, que já prevê, se o Corinthians, que é o grande ‘indeciso’ no momento… Prevê uma antecipação de valores também. Essa antecipação já está caminhando para que seja paga aos clubes da Libra. Você tinha me feito uma pergunta anterior, que acho que acabei esquecendo, e quando você trouxe a liga eu relembrei aqui. Que é sobre as cifras do futebol brasileiro. Isso é uma coisa que de fato vem me preocupando muito, porque eu acredito fielmente que o futebol brasileiro, para ter uma mudança radical, passa pela liga – e não simplesmente pelo fato de uma liga ter direitos comerciais explorados conjuntamente. Mas pelo fato de a liga ter uma governança na qual exige um fair play financeiro de todos os times. Todos os times têm que ter ali suas rubricas bem controladas. E o que a gente está vendo hoje são os times que receberam dinheiro de diversas maneiras e gastando tudo ali no futebol. É isso que a gente não pode fazer de forma desequilibrada. E isso muito difere a mentalidade de uma associação para uma SAF. A associação, às vezes, ou em sua grande maioria, se pensa ali na gestão naquele curtíssimo prazo. E numa SAF, que tem essa visão de longo prazo, precisa ser mais equilibrada. Então, isso me preocupa de fato, e a gente está vendo esse ano já. Esse ano vai ser um Campeonato Brasileiro, eu acho, dos mais difíceis historicamente. Com times fazendo investimentos muito fortes. Será um desafio esse ano sim.

Por fim, Bruno Muzzi comentou sobre a venda do Diamond Mall, antigo patrimônio do clube, e revelou detalhes da utilização dos R$ 340 milhões recebidos pelo clube.

Na verdade, o Atlético veio com um endividamento elevadíssimo. Ali, foi feito um investimento em jogadores em 2020, e a gente teve um efeito muito catastrófico que foi a questão dos juros terem subido de 3% para 12%, 13%. Eu acho que essa combinação de dívida elevada, com aumento de Selic (taxa básica de juros da economia), com pandemia… Isso tudo teve uma repercussão muito grande nas finanças do Atlético. Era praticamente impossível gerir o clube ali. Quando eu vim, em 2022, eu já vim com o objetivo de ir para uma transformação de SAF, porque a gente precisava transformar para poder reduzir o endividamento. Então, eventualmente, o pessoal pode ter dado uma ou outra declaração, mas eu acho que o mais importante é a gente ter essa tranquilidade de dizer que era um clube endividadíssimo e que a venda do Diamond foi fundamental para que isso não piorasse radicalmente. Ia ser ainda muito pior. Quando a gente fechou a transação da SAF, o Atlético tinha R$ 2,1 bilhões de dívida – entre dívidas com Arena MRV (Certificados de Recebíveis Imobiliários), dívidas bancárias, dívidas com os Rs, dívidas fiscais, dívidas com agentes… Mais de R$ 300 milhões entre dívidas com agentes e acordos trabalhistas. Estava impossível a gestão! Estava muito, muito difícil. Quando a SAF fez, a gente conseguiu equilibrar. O endividamento, os números vão sair ainda, porque vão ser auditados, mas a gente deve chegar no final do ano aí com um endividamento, em 2023, na casa de R$ 1,3 bilhão. E para o próximo ano, a gente deve tentar reduzir um pouco mais ainda esse endividamento, para que a gente possa equilibrar e, cada vez mais, reduzir as despesas financeiras. Ele foi usado 100% para conter crescimento de endividamento. O que é importante dizer: o Atlético vem há anos sendo operacionalmente negativo. E a gente começou a reverter isso, e esse ano, a gente pretende fazer com que o Atlético fique operacionalmente positivo. O problema é que nós temos duas contas muito pesadas ainda, que são as despesas financeiras – que fazem com que o fluxo de financiamentos fique negativo. E esse ano a gente tem uma meta que é deixar o fluxo de investimento, de compra e venda de jogadores, próximo do zero a zero. A partir do momento em que a gente conseguir investir mais em infraestrutura na base, ter mais revelações da base (o que já começa a acontecer), nós vamos fazer com que esse fluxo de investimento, de compra e venda de jogadores, se torne positivo. Esse é o principal desafio. Operacionalmente, a gente já quer deixar positivo esse ano. O desafio de reverter essa equação e zerar o endividamento. Aí, o Atlético passa a ser totalmente sustentável.

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