Mundo Rubro Negro
·17 de novembro de 2024
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Mauro Cezar Pereira fez duras críticas aos responsáveis pela curadoria do Museu do Flamengo. Após visitar o local, inaugurado em 2023, o jornalista reclamou principalmente da omissão dos 10 jovens vítimas do incêndio no CT em 2019 e também criticou a pouca importância dada para a história do clube antes da década de 80.
Tente encontrar, no Museu do Flamengo, referências a Moderato, Pirilo, Valido, Leônidas, Zizinho, Domingos, Fausto, Evaristo, Dr. Rúbis, Carlinhos, Reyes, Doval, Zagallo, Geraldo e tantos outros. Não será fácil. E se achar, sobre muitos deles, verá somente a foto rodando num painel com o nome E sem qualquer informação a mais. Quem foi? Quando jogou? Quais seus feitos com a camisa rubro-negra? Nada disso está acessível naqueles painéis. O Museu do Flamengo decepciona, mas ainda é possível corrigir erros crassos, que vão além da falta de referências e detalhamento de vários nomes históricos do futebol rubro-negro”, diz trecho da publicação de Mauro nas redes sociais.
Outro erro a que o jornalista se refere é a ausência de ao menos uma citação aos 10 Garotos do Ninho que faleceram vítimas do incêndio que atingiu o Ninho do Urubu no início de 2019. Mauro Cezar cobra a curadoria do Museu a contar melhor toda a história do clube e revela que fez questionamentos sobre o tema, mas a reposta foi que a única homenagem seria no CT.
“Como a omissão completa dos 10 meninos mortos no CT em 8 de fevereiro de 2019. O memorial existente na Gávea antes da inauguração desse espaço tinha uma homenagem aos Garotos do Ninho. No Museu do Flamengo, parece que eles nunca existiram. Logo após a inauguração, questionei a assessoria de imprensa do museu, em 7 de agosto de 2023. A resposta: “A homenagem para os meninos do Ninho está la no CT mesmo – não terá mais uma no museu”, diz o jornalista, antes de finalizar.
“Insisti, afinal, o Centro de Treinamentos não fica aberto à visitação, quem pode ver a tal homenagem? Até hoje, 468 dias depois e após novas mensagens cobrando uma resposta que faça sentido, ela ainda não veio. Quem fez a curadoria do Museu do Flamengo tem muito a corrigir, se o objetivo do trabalho for contar a história do clube. É o que fazem os museus. Esses nomes, e muitos outros, fazem parte dela, que não começou em 2019, tampouco em 1981. E os Garotos do Ninho também, mesmo que da maneira que ninguém jamais desejaria. Faz bem a torcida do Flamengo, que os homenageia cantando aos 10 minutos de cada jogo. “São 10 estrelas a brilhar”. Sim, eles são. Menos no Museu do Flamengo.”
Assim como disse Mauro, a torcida do Flamengo e alguns jogadores que estavam presentes no clube em 2019 jamais irão deixar de lembrar dos 10 Garotos do Ninho. O técnico Filipe Luís foi um dos que dedicou a conquista da Copa do Brasil aos jovens.
“Quero fazer uma menção especial a uma sensação que eu tenho dentro de mim e eu preciso falar que são os meninos do Ninho. Eu não estava aqui quando aconteceu tudo, queria mandar um abraço para a família de todos eles porque eu tenho uma conexão muito forte com eles, eu não sei o porquê.”
“Existe um memorial lá no Ninho, no CT e não foi por acaso, eu comecei no Sub-17, no Sub-20 parece que eu tenho eles muito presentes comigo, mesmo eu não estando aqui na época e não conhecendo nenhum deles, conheço alguns familiares. Então eu queria só deixar isso aí registrado porque eu sinto que eles são parte de mim”, disse o treinador após o título.
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