Musah trocou a seleção inglesa pela americana e, no reencontro com velhos conhecidos, fez outra ótima partida nesta Copa | OneFootball

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·25 de novembro de 2022

Musah trocou a seleção inglesa pela americana e, no reencontro com velhos conhecidos, fez outra ótima partida nesta Copa

Imagem do artigo:Musah trocou a seleção inglesa pela americana e, no reencontro com velhos conhecidos, fez outra ótima partida nesta Copa

Os Estados Unidos contam com o segundo elenco mais jovem da Copa do Mundo. E mesmo cheio de companheiros precoces, Yunus Musah é o segundo mais novo do US Team, a poucos dias de completar 20 anos. A capacidade que o meio-campista demonstra pela equipe, em compensação, prova como inexperiência não significa necessariamente imaturidade. O camisa 6 fez sua segunda boa atuação no Mundial e foi uma das principais figuras no empate por 0 a 0 contra a Inglaterra. Se os americanos foram melhores em campo e dominaram os favoritos na maior parte do tempo, o trabalho do volante valeu demais. Tudo fica mais simbólico ainda quando ele mesmo é um produto das seleções de base inglesas, criado em Londres a partir dos nove anos de idade. Muitos de seus adversários no Catar são seus velhos conhecidos.

Musah passou sua vida praticamente inteira na Europa. Os Estados Unidos não são mais do que o país natal do meio-campista. Filho de ganeses, o garoto nasceu quando sua mãe passava férias em Nova York. Cresceu na Itália, na região do Vêneto, e por lá se tornou apaixonado pelo futebol. Quando tinha nove anos, Musah mudou-se com a família para Londres e ingressou nas categorias de base do Arsenal. O americano chegou a compartilhar a equipe sub-18 dos Gunners com Bukayo Saka, um ano mais velho.


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O sucesso no Arsenal levou Musah às seleções de base da Inglaterra. O meio-campista defendeu todas as categorias do sub-15 ao sub-18, por vezes usando a braçadeira de capitão. Um ano mais novo, Jude Bellingham foi seu companheiro nos Three Lions. Outro jogador de Copa do Mundo que compartilhou os vestiários com o americano é Jamal Musiala, também mais novo. Aquela geração inglesa ainda incluía mais algumas figuras que despontam atualmente – Fabio Carvalho, Noni Madueke, Cole Palmer e Tino Livramento. Musah era visto como uma das principais promessas, mas seu caminho seria outro.

Em 2019, Musah aceitou uma proposta do Valencia e se mudou à Espanha antes de completar 17 anos. Neste momento, deixou de ser convocado para as seleções inglesas de base. E, enquanto progredia no Mestalla, com sua estreia na equipe principal em setembro de 2020, a seleção dos Estados Unidos entrou em seu caminho. O US Team contatou o meio-campista e o convenceu a defender a seleção principal, mesmo sem grandes laços com o país além do nascimento. Gareth Southgate tentou entrar na conversa, mas as portas na Inglaterra só estavam abertas na base e o adolescente preferiu seguir seu sonho americano. Não se nega que fez a escolha certa, ao menos para ganhar sequência e disputar uma Copa do Mundo rapidamente.

Nas últimas duas temporadas e meia, Musah se firmou no Valencia. É um nome importante na rotação e aparece com frequência na equipe, mas não como titular absoluto dos Ches. Sua maior minutagem vem na atual edição de La Liga, a partir da chegada de Gennaro Gattuso ao comando. Antes disso, o garoto já tinha emplacado pelo US Team. Sua estreia aconteceu em novembro de 2020 e ele seria reserva na conquista da Liga das Nações. A consolidação do camisa 6 aconteceu nas Eliminatórias, com atuações importantes para que os EUA se classificassem à Copa. Carimbou sua vaga no Mundial, o que certamente não aconteceria na Inglaterra.

Musah é menos badalado que outros jovens dos Estados Unidos. Companheiros como Giovanni Reyna e Timothy Weah, também com seus 20 poucos anos, têm mais cartaz na Europa. O meio-campista, entretanto, constrói sua reputação por aquilo que produz na seleção. Hoje parece impensável um 11 inicial sem o adolescente. Possui um entendimento muito bom com Tyler Adams e Weston McKennie, sobretudo, o que se notou no empate contra a Inglaterra nesta sexta. Os velhos companheiros Bellingham e Saka pouco se criaram diante do camisa 6.

Musah preencheu o meio-campo muito bem, sobretudo pelo lado esquerdo. O meio-campista teve seu papel na organização de jogo dos Estados Unidos e apareceu mais à frente algumas vezes, embora as principais tentativas viessem com Christian Pulisic. O camisa 6, de qualquer forma, garantiu uma potência importante para que os americanos progredissem ao ataque e dominassem o meio-campo. Foi o setor que travou qualquer virtude inglesa e permitiu que o US Team flertasse por mais tempo com a vitória.

Ao longo da noite, Musah chegou firme nas divididas e mostrou personalidade para um jogo de Copa do Mundo. Competir contra os europeus a vida inteira, ainda mais nas bases da Inglaterra e do Arsenal, influencia sua maturidade. Carrega uma bagagem que muitos companheiros mais velhos não têm, mesmo que os talentos americanos cheguem cada vez mais cedo aos grandes clubes europeus. A escola de Musah é multicultural e ele pôde aprender desde cedo o melhor nível competitivo do Velho Continente – seja na Itália, na Inglaterra ou na Espanha.

A partida mais importante dos Estados Unidos na Copa do Mundo será a próxima. Depois dos empates com Gales e Inglaterra, a vitória sobre o Irã será necessária para a classificação. E contra um adversário de muita capacidade física, a intensidade de Musah será vital. O garoto tem a possibilidade de deixar uma marca ainda mais profunda e atrair mais holofotes do que recebe no Valencia.

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