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·20 de setembro de 2020

MQJ Memória: Inspiração para Domènec, Cláudio Coutinho montou o inesquecível Flamengo

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O Flamengo vive uma crise após a goleada de 5 a 0 sofrida para o Independiente del Valle no Equador pela Copa Libertadores. Em momentos como esse, para entender o presente é preciso buscar inspiração no passado. Construir um Flamengo que permaneça vitorioso é a meta do técnico Domènec Torrent. Para facilitar o trabalho do comandante o MQJ Memória volta até a década de 70 ara recordar Cláudio Coutinho, o técnico que montou o inesquecível Flamengo, campeão da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes de 1981.

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Cláudio Coutinho tinha origem militar, formado em Educação Física na Escola do Exército. Apaixonado pela ciência, integrou como preparador físico a Seleção Brasileira que foi tricampeã do mundo em 1970. Anos antes, nos Estados Unidos, ele foi aluno de Kenneth Cooper, idealizador do famoso método de avaliação física que leva o seu nome. Assim implementou o método na Seleção Brasileira.


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Em 1976, mostrando interesse por tática e técnica, é chamado para dirigir a Seleção Brasileira que ficaria na quarta posição nos Jogos Olímpicos. Na volta ao Brasil o convite para dirigir o Flamengo. Ficou apenas meses no clube, pois a CBF o chamou para treinar a Seleção Brasileira no caminho para a Copa do Mundo de 1978.

A Seleção Brasileira ao estilo europeu foi campeã moral

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Coutinho aceitou o desafio e na Seleção Brasileira começou a implementar um trabalho de tornar a Seleção Brasileira mais europeia. Ele pregava que a força tática e o conjunto prevaleceriam em relação à dependência do talento. Com isso adotou a “polivalência”, sistema em que cada jogador passaria a exercer mais de uma função em campo. O conceito teve origem no Carrossel Holandês da Copa do Mundo de 1974.

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Adepto a novidades, Coutinho implementou jogadas como o overlapping, que facilitava a passagem do lateral para a linha de fundo. Também usou o conceito de “ponto futuro”, que descrevia o procedimento em que o jogador fazia a jogada com seu companheiro já se posicionando para receber a bola posteriormente.

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A Seleção Brasileira foi até a fase semifinal, mas acabou eliminada na histórica armação de resultados que culminou com a goleada de 6 a 0 da Argentina sobre o Peru. Os brasileiros ficaram em terceiro lugar.

– Não ganhamos a taça, mas fomos os campeões morais – disse Coutinho.

No Flamengo, Cláudio Coutinho montou o time campeão mundial

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Deixou a Seleção Brasileira e aceitou o convite do Flamengo. Aproveitando uma das gerações mais talentosas da história do futebol, com Leandro, Júnior, Zico, dentre outros, fez um timaço do Flamengo. Ganhou o Campeonato Carioca nos anos de 1978 e 1979. Neste último ano o Flamengo ganhou as duas edições, se tornando tri. Além disso foi o treinador no primeiro título brasileiro do Flamengo em 1980.

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– O Cláudio Coutinho tinha uma maneira de trabalhar que o diferenciava de qualquer outro treinador. Era um estudioso, não se fechava a novidades e foi muito importante para aquele time do Flamengo – recorda Zico.

Em 1980, após o título, o Flamengo fez uma série de contratações de impacto. Mas elas eram consideradas pouco atraentes pelo treinador. Luis Pereira, por exemplo, chegou sem ser mais o zagueiro dos tempos de Palmeiras. Além disso alguns jogadores estavam envelhecidos. Caso de Paulo César Carpegiani. Os dois foram barrados e ficaram chateados com o treinador.

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Com uma história derrota de 1 a 0 para o Serrano de Petrópolis, o Flamengo viu o sonho do tetra do Campeonato Carioca acontecer. Era uma espécie de prioridade, pois o Botafogo era o único tetracampeão estadual reconhecido. Apesar do prestígio, Coutinho passou a ser questionado.

A lista que derrubou Cláudio Coutinho do Flamengo

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Para tentar melhorar o desempenho da equipe e reformular o elenco, ele fez uma lista de dispensados e entrou ao presidente Márcio Braga. Na lista estavam medalhões como o zagueiro Rondinelli, Carpegiani e Carlos Alberto. Além disso tinha jogadores de moral no elenco como o goleiro Cantarele, o meia Adílio e os atacantes Lico, Nunes e Júlio César.

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A lista acabou vazando para a imprensa e gerou grande comoção junto a dirigentes. Antônio Augusto Dunshee de Abranches, candidato da situação, exigiu a demissão de Coutinho. Márcio Braga percebendo que não havia mais clima mandou ele embora. Acabava ali a história no Flamengo de um dos seus treinadores mais vitoriosos. Carpegiani assumiu o comando do time e aproveitou a equipe montada para levar o Rubro-Negro aos títulos da Copa Libertadores e do Mundial.

Aproveitando o boom do futebol norte-americano, Coutinho passou o ano de 1981 trabalhando no Los Angeles Aztecs. Mas uma fatalidade acabaria com a sua vida em 27 de novembro de 1981. Apaixonado por mergulho, estava praticando pesca submarina nas Ilhas Cagarras, arquipélago próximo à Praia de Ipanema. Acabou perdendo força e morreu afogado. Mas seu legado existe até hoje no futebol.

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