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·18 de maio de 2022

Mesmo sem título, campanha do Rangers ratifica reconstrução e homenageia tradição dos escoceses na Europa

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O Rangers ficou próximo, muito, muito próximo, de seu primeiro título europeu em 50 anos, mas o Eintracht Frankfurt foi mais competente na disputa de pênaltis no Ramón Sánchez-Pizjuán e conquistou a Liga Europa nesta quarta-feira. A derrota, por mais frustrante que seja, não pode minimizar uma campanha fantástica que ratifica a reconstrução do clube após a falência e homenageia a tradição dos clubes escoceses nas competições continentais.

O primeiro clube britânico vencedor da Copa dos Campeões foi o Celtic, em 1967. Chegou a outra final três anos depois. O Rangers tem até mais finais europeias, com duas na Copa da Uefa/Liga Europa e três na extinta Recopa, na qual conquistou o seu único título continental em 1972. O sucesso não se restringe à dupla, com uma final de Copa da Uefa para o Dundee United e aquela grande vitória do Aberdeen de Alex Ferguson sobre o Real Madrid na Recopa de 1983.


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A última vez que a Escócia havia decidido um título foi em 2008, com o próprio Rangers. Em parte porque a foi sendo cada vez mais relegada a uma liga periférica com a explosão financeira das últimas três décadas e em outra parte porque o Celtic passou a ficar sozinho nessa empreitada, enquanto o Rangers era forçado a recomeçar na quarta divisão devido ao seus problemas financeiros.

O Celtic não brilhou na missão. Desde que foi quadrifinalista da Copa da Uefa em 2003/04, no seguinte a disputar a final, não passou do primeiro mata-mata do torneio secundário, rebatizado de Liga Europa. Na Champions League, chegou algumas vezes às oitavas de final, mas o maior barulho que conseguiu foram aqueles anos nos quais mais ou menos atrapalhou o Barcelona e levou Rod Stewart às lágrimas.

A grande marca da recuperação do Rangers, após o acesso em 2016, foi o título escocês da temporada passada, o seu primeiro em dez anos. O Celtic recuperou a coroa, mas a resposta do time, agora treinado por Giovanni Bronckhorst, foi resgatar essa história rica do futebol do país em competições europeias com uma excelente campanha na Liga Europa, derrubando favoritos.

A maior vitória talvez tenha sido justamente a primeira do mata-mata. Segundo em seu grupo, teve que passar pela repescagem contra um terceiro colocado da Champions League e caiu com o Borussia Dortmund. Aproveitou as oscilações dos alemães e o caos da sua defesa para vencer por 4 a 2 no Signal Iduna Park, antes de completar o serviço em um jogo bastante movimentado no Ibrox.

Nas oitavas de final, Allan McGregor pegou um pênalti, e o Rangers praticamente resolveu a parada no jogo de ida, em casa, ao vencer o Estrela Vermelha por 3 a 0. As quartas de final foram emocionantes. O Braga venceu em Portugal, mas os escoceses amassaram o adversário em um estádio Ibrox que pegava fogo. Em um raro ataque visitante, o Braga forçou a prorrogação. Após dois gols anulados e um gol perdido de maneira absurda, Kemar Roofe garantiu a classificação.

Havia ficado claro como a torcida do Rangers havia comprado a ideia de competir na Liga Europa e foi ainda mais evidente, e importante, a simbiose entre arquibancadas e time de futebol na semifinal. O RB Leipzig era favorito, e com motivo: costuma viver na parte de cima da tabela da Bundesliga, disputa Champions League, chegou a uma semifinal de Champions League outro dia. E havia vencido por 1 a 0 o jogo de ida.

Mas o Rangers, empurrado pelos seus apaixonados, fez um jogo gigante na volta, em que abriu 2 a 0 e chegou a se assustar quando o Leipzig descontou, mas John Lundstram marcou a dez minutos do fim para garantir uma final europeia que foi também um anúncio ao resto do continente de que os Teddy Bear estão definitivamente de volta.

Desfalcado de seus atacantes, fez jogo duro na final em Sevilha, abriu o placar, teve oportunidade clara na prorrogação, exigiu boa partida de Kevin Trapp, converteu quase todos seus pênaltis e fez tudo o que podia para tentar o título. Não chegou dessa vez, mas que a excepcional campanha sirva de inspiração para as próximas do Rangers – e de outros clubes escoceses.

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