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·17 de setembro de 2020

Meio século depois, a triunfal volta do Stade de Reims ao cenário europeu

Imagem do artigo:Meio século depois, a triunfal volta do Stade de Reims ao cenário europeu

O dia 17 de setembro de 2020 entra para a história do Stade de Reims. A partir das 15h45, os Vermelhos pisam no campo do Stade de Gèneve, na Suíça, para encarar o Servette, na 2ª Pré-Eliminatória da UEFA Europa League, marcando o retorno do clube a um torneio europeu após 57 anos. Um feito e tanto para uma equipe que em 2017 estava na 2ª divisão francesa.

Mais do que triunfal pelo gigantismo, a volta dos Vermelhos ao cenário internacional tem um ar de nostalgia. Apesar de estar renegado ao segundo escalão nacional nos últimos anos, o Reims têm duas finais de Liga dos Campeões no currículo nos anos 50. Nas duas ocasiões, tanto em 1956 quanto em 1959, os franceses foram batidos pelo Real Madrid.


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Das duas decisões, a primeira delas foi a mais dolorosa. Dirigido por Albert Batteux, o Reims ficou três vezes em vantagem no marcador no jogo disputado em Paris, no Parc des Princes, mas dois gols nos últimos 25 minutos fizeram o troféu ficar com Alfredo Di Stéfano e companhia.

Além da final de 1959, o Reims chegou a disputar duas edições da Liga dos Campeões nos anos 60, mas não conseguiu mais do que as quartas de final na temporada 1962/63, ano de sua última aparição internacional.

Desde então, muita coisa mudou na vida do Stade de Reims. Rebaixamentos, dívidas milionárias, problemas com a justiça em função das finanças, mudança de nome para se manter vivo e passos sendo dados um de cada vez, especialmente a partir da década de 1990. Voltou à elite em 2012/13 e, desde então, só ficaram duas temporadas longe da 1ª divisão.

Caillot e Guion: os caras do resgate

Dois nomes personificam o resgate do Stade de Reims e possuem enorme responsabilidade por esse novo momento na história do clube. Um deles é Jean-Pierre Caillot. Nascido em Reims, ele preside o time da cidade desde 2004, mas tem relações estreitas desde os anos 90, quando uma de suas empresas passou a patrocinar a equipe.

Sob a gestão de Caillot, o SdR voltou à elite, se estruturou e, o principal, se equilibrou financeiramente. É um sonhador de marca maior, mas que soube ter os pés no chão para levar o clube do coração a alcançar metas maiores.

O braço direito de Caillot nos últimos anos tem sido o técnico David Guion. Como jogador, teve carreira discretíssima, mas na casamata, virou peça fundamental no progresso do Reims nos últimos anos. Chegou ao clube em 2012, no time reserva, virou diretor do centro de formação quatro anos depois, virou técnico interino no mesmo ano, mas foi efetivado de vez em maio de 2017.

No primeiro ano como técnico, ergueu a taça da Ligue2 e foi eleito o melhor técnico da competição. Subiu para não cair mais e, o principal, subiu para não parar de progredir, agora com essa classificação para a Liga Europa, tendo uma mãozinha do Paris Saint-Germain – os títulos das Copas da França e da Liga na temporada passada deslocaram as vagas da UEL para os 5º e 6º colocados da Ligue1, no caso, Nice e Reims.

Sem líder, mas com muralha

A esperada volta internacional do Reims, porém, será sem o líder e capitão Yunis Abdelhamid. O experiente zagueiro de 32 anos testou positivo para a Covid-19 e cumpre quarentena. A doença, aliás, foi a única razão capaz de quebrar a impressionante sequência do marroquino, que disputou todas as partidas do Reims desde abril de 2018, ainda na Ligue2.

Em compensação, Predrag Rajković estará na meta. Em nível internacional, o goleiro é um dos mais experimentados do elenco, mesmo estando no auge dos 24 anos. Por Estrela Vermelha, da Sérvia, e Maccabi Tel-Aviv, de Israel, disputou mais de 40 jogos UEFA, a maioria pela própria Liga Europa. Passou 14 partidas sem sofrer gols em duelos internacionais.

Especialista em pênaltis – desde a temporada passada na França, defendeu cinco dos seis pênaltis que teve contra na Ligue1 – o sérvio viu um que foi batido contra, em 2015, ir pra fora. Na fase de grupos da Liga dos Campeões, Eden Hazard, ex-Lille, cobrou pênalti por cima no confronto com Rajkovic. No saldo geral, foram três tiros da marca fatal, com dois gols e um pra fora.

Um rival semelhante

O Servette não tem história tão rica quanto a do Stade de Reims, mas pelo menos uma vez viverá um sentimento semelhante ao do rival francês: o de estar voltando a um torneio continental após muito tempo.

Camisa tradicional do futebol suíço, os Granadas ergueram o troféu de campeão nacional 17 vezes, sendo a última apenas em 1999. Terminaram em 4º na temporada passada Super League e conseguiram a vaga na UEFA Europa League, voltando ao torneio pela primeira vez desde 2012/13.

Os suíços já jogaram pela 1ª pré-eliminatória e eliminaram os eslovacos do Ružomberok com uma vitória por 3 a 0. Stevanovic, Mendy e Alexis Antunes fizeram o time de Alain Geiger avançar para encarar o Stade de Reims.

Jogo único

Em função da pandemia de Covid-19, a UEFA determinou que as primeiras fases da Liga Europa sejam disputadas em jogos únicos. Ou seja, venceu levou, perdeu adeus. Por isso, o Reims tenta dar uma resposta rápida ao torcedor, já que em três rodadas na Ligue1, empatou uma partida e perdeu as outras duas.

O Terra de Zizou acompanha a partida entre Servette e Stade de Reims em tempo real através do Twitter a partir das 15h30. Fique atento!

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