Glorioso 1904
·12 de setembro de 2024
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Mauro Xavier considera que a situação financeira do Benfica é bastante preocupante. Num artigo de opinião no jornal ‘A Bola’, o conhecido adepto do Clube da Luz aponta o dedo a Rui Costa e chama a atenção para o desequilíbrio das contas dos encarnados, afirmando que, ao dia de hoje, os encarnados necessitam de fazer dois negócios semelhantes ao de João Neves para não dar prejuízo.
"Cenário global deixa muito a desejar"
“Enquanto Benfiquista que acredita na gestão rigorosa como alicerce para o sucesso desportivo, é encorajador ver o nosso Clube contratar profissionais de excelência para a sua estrutura. Da mesma forma que tentamos contratar os melhores jogadores para o plantel, temos que recrutar os melhores gestores para a administração. É, por isso, com grande satisfação que observo a entrada de Nuno Catarino, um profissional com provas dadas, para o papel de administrador financeiro da SAD”, começou por afirmar Mauro Xavier.
“O Relatório e Contas publicado esta semana contém uma série de sinais de alerta que não podemos ignorar. A dívida líquida está a subir de forma preocupante e o passivo aumenta a um ritmo insustentável. Todos sabemos que, no próximo ano, as contas serão positivas, graças às vendas de jogadores realizadas no mês passado. Apesar disso, o cenário global deixa muito a desejar”, alertou Mauro Xavier.
“Excluindo as transações de atletas, o Benfica teve, no exercício passado, um resultado negativo na ordem dos 90 milhões de euros. Isto significa que, para evitar prejuízos, o Benfica precisa de assegurar duas grandes vendas por mercado. Em outras palavras, atualmente, necessitamos de vender quase dois talentos como João Neves por época. E, infelizmente, todos sabemos o quão raros são talentos como o João Neves”, considerou o gestor.
“O Benfica precisa de uma mudança de paradigma do ponto de vista financeiro. O que começou como uma situação conjuntural transformou-se num problema estrutural, que requer uma ação imediata e decisiva”, defendeu Mauro Xavier.
“O único modelo financeiro sustentável passa por um equilíbrio entre as receitas operacionais e as despesas operacionais. A venda de jogadores é uma receita extraordinária, pois o objetivo de um clube é vencer e não vender. Se queremos mais sucesso desportivo, temos de conseguir manter os nossos talentos por pelo menos três anos. Na situação atual, temos 12 meses para mudar de modelo e evitar mais vendas futuras”, afirmou Mauro Xavier.
“É preciso garantir que, nos próximos anos, o Benfica volte a ser não só um exemplo de sucesso desportivo, mas também de rigor e excelência na gestão. Estamos todos com o novo CFO nesta missão: o seu sucesso será o sucesso de todos os Benfiquistas”, finalizou Mauro Xavier.