Mauro Beting: ‘O pai da Heloísa’ | OneFootball

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·12 de agosto de 2022

Mauro Beting: ‘O pai da Heloísa’

Imagem do artigo:Mauro Beting: ‘O pai da Heloísa’

Claudio, 73, é filho de mineiro de Monte Sião. Por isso tem simpatia pelo Galo. Mas é mesmo palmeirense como o pai palestrino. Como o irmão João que é o tio da Heloísa (a caçula do Cláudio).

Os dois irmãos sempre foram ao Palestra. Amavam ir ao Maracanã que sempre foi hospitaleiro com o Palmeiras. Fizeram os três filhos de Cláudio alviverdes. A caçula que debutou no Palestra aos 13 anos, ainda mais. Heloísa:


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“Final de 99. Vice de 2000. Fomos em muitos jogos de Libertadores. Nos decisivos, sempre fiz questão de ver com o meu pai. Troco o estádio pela companhia dele”.

Celebraram em casa o Paulista de 2020. Menos de um mês antes do AVC isquêmico que quase levou Cláudio.

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“A primeira informação dos médicos era que meu pai teria poucas horas de vida. Tanto que o hospital deu um jeito de liberar eu e meus irmãos para a despedida do meu pai”.

Trocaram de hospital quando constataram que o caso era grave, mas havia como virar o jogo. Tinha como se recuperar e resistir se resiliente. Como o Palmeiras de Abel que chegaria logo depois.

“Um mês de UTI. Mais dois meses no quarto. Meu pai é mesmo um palmeirense como esse time. Superou e suportou tudo. Os piores diagnósticos e prognósticos ele tirou de letra”.

Ainda entubado e sedado, Heloísa trazia notícias do Palmeiras. O pai apertava mais forte a mãe da filha quando elas eram boas. Ele sabia. Ele sentia.

“O time melhorava com o Abel. Meu pai, também. Comecei a repetir a rotina dele. De ouvir o Verdazzo todos os dias. Programas de TV. Mostrar fotos dos jogadores. Isso o ajudou demais a se recuperar”.

As sequelas foram menores do que o esperado. Mas ainda pesadas. “Meupai não consegue mais se alimentar pela boca. Tem sondas na barriga. Algumas horas fechamos a traqueostomia e ele pode falar. E ele só fala de Palmeiras nessas horas”.

Heloísa tenta levar a vida de antes. “Ainda pago o Avanti dele. Vou ao Allianz com meu sobrinho. E, quando estou lá, faço questão de ligar pro meu pai pelo vídeo. Pra eu poder ter uma imagem dele com a nossa casa ao fundo. Para ele, no fundo, frequentar ainda o nosso estádio. Como se ele estivesse sempre comigo”.

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Viram juntos Breno Lopes em 2020. E Deyverson, em 2021. “Tudo que acontece é um prêmio pra ele. Também é pra mim. Não imaginava depois do AVC que ele ainda estivesse com a gente. Vendo e abrindo o sorriso com nossas vitórias que a gente também não acreditava”.

Era um milagre. Parecia mesmo o Palmeiras.

Ele já foi internado mais seis vezes. A família está se adaptando à nova vida dele. Não anda mais. A visão piorou. Mas a memória de Cláudio segue ótima. Vive mesmo de passado quem tem história.

Teve pneumonia muito forte há duas semanas. Ficou 12 dias internado. Viu o jogo de ida contra o Galo no hospital. Heloísa, em casa. Na véspera da volta teve alta. Com o sobrinho são eles três no video.

“Meu pai é um vencedor. Como o nosso time. Parece um sonho tudo isso. Como eles conseguem fazer, nosso time e o meu pai, eu não sei”.

Os rivais sabem, Heloísa. E eu acho que no fundo você também sabe.

Isso se chama tudo que você tem pelo seu pai.

Amor. Incondicional.

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