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·02 de junho de 2020
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A coluna Lado B do futebol, hoje traz a história de Matheus Leoni, 28, nascido em Porto Velho (RO), e naturalizado italiano. Atualmente vive na Bulgária, um país do sudoeste da Europa. No Brasil, iniciou a carreira no Salgueiro, time pernambucano, e também teve passagens nos times: Guarany de Sobral, Vitória da Conquista, Caxias e Luverdense. Logo no ano de 2016, o rondoniense arruma as malas e segue para a Suíça, contratado pelo time Neuchâtel Xamax.
Ao passo que se adaptava ao país mundialmente conhecido pela fabricação de chocolate e relógios, Matheus decide dar mais um passo em sua carreira. Desta vez, o jogador se mudou para a Bulgária e vestiu a camisa do Beroe, um dos principais clubes do país. Atualmente, defende o clube Arda Kardzhali, este que disputa a Liga Parva, 1ª divisão do futebol búlgaro.
Com a finalidade de conhecer um pouco mais sobre a trajetória do brasileiro residente em um país europeu, realizamos uma entrevista exclusiva com o jogador. O pai de Matteo e Eva, nos conta sobre o impacto que tais mudanças performaram em sua vida pessoal e profissional. Também sobre seus sonhos e paixões no mundo do futebol. O atleta durante o período de quarentena, por conta da Covid-19, escreveu um livro com o propósito de transmitir aprendizados que adquiriu, dentro e fora de campo.
“Eu creio que na base meu maior ensinamento tenha sido o companheirismo com os outros atletas que eu convivi, porque imagina… a gente chega muito novo, cada um vem de uma cidade, cada um tem a sua cultura, seus ensinamentos dos pais, e acaba chegando em um lugar novo. E o companheirismo é uma das coisas que eu aprendi, a conviver com o próximo, com o teu companheiro que tá ali buscando o mesmo sonho que o teu.”
Quais eram os seus sonhos nessa época? E eles já foram realizados ou ainda falta algo?
“O meu sonho eu acredito que seja igual a todos que estiveram comigo na base, que era se tornar um jogador de futebol profissional e poder viver financeiramente disso, então eu acredito que eu tenha conseguido realizar. Claro que eu sempre busco melhorar, crescer dentro do futebol, mas de uma forma geral eu já me sinto realizado só pelo fato de ter chegado a me tornar profissional.”
“Eu saio do Luverdense, que foi o meu último clube no Brasil e vou para a Suiça, para o Neuchâtel Xamax. Foi uma experiência muito positiva mas muito difícil porque o primeiro ano na Europa sempre é muito difícil, a questão da adaptação foi muito complicada, o estilo de jogo deles era muito diferente, aqui na Europa em si é mais tático e no Brasil ele é mais jogado. Então foi um pouco diferente para mim, mas eu tentei extrair o máximo possível nos treinamentos. Mas eu creio que o primeiro ano é muito importante para se estabilizar aqui na Europa, ele que vai dizer se você vai conseguir se adaptar ou não.”
“O frio com certeza é muito difícil, principalmente no início porque você não está adaptado. Mas depois de uns 3, 4 meses de vivência você consegue se adaptar. A questão da língua, hoje aqui na Bulgária, já estou 3 anos, já consigo me comunicar no dia a dia e com os meus amigos no treino. Aprendi no dia a dia, perguntando, convivendo. Quanto mais você ouve mais você consegue aprender. Na Suiça eu também procurei aprender o Francês, e fui estudando todos os dias, e perguntava também para os meninos.”
“Eu costumo dizer que a família é o nosso pilar, então além do futebol constituir uma família era um dos meus sonhos, que eu já realizei e estou muito feliz. Quando meu filho nasceu, eu estava longe dele e da minha esposa, fui conhecer ele com 3 meses só. Esse foi um dos momentos mais difíceis. Apesar de estar vivendo um bom momento aqui na Bulgária no futebol, era muito difícil ficar longe deles. Hoje, ter eles por perto é muito bom.”
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“Na temporada passada meu pensamento era um pouco mais forte para voltar pro Brasil. Mas hoje, eu penso em continuar aqui na Europa, claro que a gente nunca fecha as portas para o Brasil, mas se tiver alguma oportunidade para continuar aqui na Europa, eu vou dar preferência. É como eu sempre falo, se tiver uma situação no Brasil que seja muito interessante, um clube muito bom, um clube grande, acho que é muito difícil dizer não.”
Foto Destaque: Arquivo Pessoal/Matheus Leoni