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·27 de outubro de 2022

Mata gigantes! Depois de eliminar o River, Patronato também derruba o Boca e vai à final da Copa Argentina

Imagem do artigo:Mata gigantes! Depois de eliminar o River, Patronato também derruba o Boca e vai à final da Copa Argentina

O Boca Juniors comemorou um título insano no Campeonato Argentino no último domingo. Porém, o sonho xeneize de conquistar a tríplice coroa nacional seria interrompido nesta quarta-feira. Os boquenses caíram nas semifinais da Copa Argentina, diante do verdadeiro “mata gigantes” da competição. Mesmo rebaixado na liga, o Patronato é a grande sensação da copa. A equipe já tinha deixado pelo caminho o River Plate nas quartas de final e agora se consagrou como algoz do Boca. O empate por 1 a 1 prevaleceu com bola rolando em San Juan, até que os rojinegros se dessem melhor nos pênaltis, com a vitória por 3 a 2. O goleiro Facundo Altamirano pegou três. O clube da cidade de Paraná vai em busca do maior título de sua história, em decisão contra o Talleres. A façanha também pode garantir a participação inédita do Patrón na Libertadores, caso leve a taça.

Localizado na província de Entre Ríos, fronteiriça com o Uruguai, o Patronato é um clube de pouca história na elite do Campeonato Argentino. Disputou o antigo Torneio Nacional em 1978 e só voltou à primeira divisão em 2016. Desde então, os rojinegros emendavam sete participações na primeira prateleira. Acabaram rebaixados exatamente em 2022, apesar da campanha razoável na liga nacional. O Patrón terminou na décima posição do último Campeonato Argentino, com 40 pontos, apenas 12 a menos que o campeão Boca Juniors. O problema estava mesmo no promédio, com uma fraca campanha nas duas temporadas anteriores, bem como na Copa da Liga disputada no primeiro semestre.


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Se a boa fase recente do Patronato não rendeu a salvação no Campeonato Argentino, ela ofereceu uma participação histórica na Copa Argentina. O desempenho dos rojinegros era promissor desde as fases anteriores, quando venceu nos pênaltis no Colón durante os 16-avos de final e depois derrubou o Gimnasia de La Plata nas oitavas. Nada comparado, ainda assim, ao triunfo sobre o River Plate nas quartas. Durante o tempo normal, as duas equipes empataram por 2 a 2, num jogo em que o Patrón chegou a virar o placar antes de ceder a igualdade. Já nos pênaltis, os azarões foram mais competentes na vitória por 4 a 3.

O Boca Juniors pintou no caminho do Patronato. E não parecia o adversário mais temível, já que os rojinegros ganharam por 3 a 0 o confronto no final de julho, pelo Campeonato Argentino, disputado na cidade de Paraná. Os xeneizes podiam vir embalados pelo título no Campeonato Argentino, mas o desgaste físico do time na maratona recente era evidente e os desfalques por lesão atrapalhavam. Não seria dessa vez que os boquenses comprovariam sua força na Copa Argentina, com quatro títulos na competição, incluindo o da edição passada. O Patrón abriu caminho para o ineditismo na final.

A partida no campo neutro de San Juan era movimentada de início e os dois times tinham suas chances. O Boca Juniors quase abriu o placar aos 22, num tiro cruzado de Sebastián Villa que passou perto. O Patronato aproveitou e saiu na frente aos 32. Sebastián Medina deu uma enfiada de bola fantástica, para que o centroavante Chelo Estigarribia saísse em velocidade. Tocou na saída do goleiro Javier García e correu para o abraço. Quando Martín Payero tentou o empate de falta, o goleiro Facundo Altamirano salvou do outro lado. O Patrón manteve a vantagem até o intervalo, mais inteiro na parte física.

O Boca Juniors tinha problemas para criar oportunidades e só voltou à partida com 28 minutos do segundo tempo, quando empatou. Villa sofreu um pênalti e converteu. Apesar das tentativas de matar o jogo, nenhum dos times teve força. A definição seguiu para os penais. E, depois da classificação contra o River Plate, o Patronato reiterou sua eficiência na marca da cal com a vitória por 3 a 2. O goleiro Altamirano pegou três cobranças xeneizes – de Óscar Romero (no meio do gol), Alan Varela e Sebastián Villa. Seria o herói do momento histórico dos rojinegros.

“Não merecíamos ser rebaixados. Creio que fomos a todos os campos jogar de igual. Somamos 40 pontos, em uma campanha histórica. Esse grupo vem fazendo as coisas bem e hoje tínhamos a revanche. Saímos para jogar a melhor partida de nossas vidas, estamos na final e estamos muito felizes. Nos pênaltis ficamos tranquilos, porque Facu [Altamirano] teve um campeonato tremendo e demonstrou isso com os pênaltis na copa. Domingo trataremos de desfrutar, porque chegar a uma final no futebol argentino não é nada fácil”, comentou o argentino Chelo Estigarribia, na saída do campo.

Na outra semifinal, o Talleres venceu o Banfield por 1 a 0. O atacante Michael Santos anotou o gol decisivo para os cordobeses, que voltam à final da Copa Argentina um ano depois da derrota para o Boca Juniors nos pênaltis em 2021. A nova final está marcada para o próximo domingo, no Estádio Malvinas Argentinas, em Mendoza. O Talleres é o favorito por seu elenco e por sua tradição, embora a conquista possa representar o primeiro título do clube na elite nacional – por mais que tenha uma Copa Conmebol no currículo. Mas não é isso que intimida o Patronato, em busca de sua melhor história e com uma caminhada que torna real o conto de fadas.

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