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·19 de janeiro de 2021

Marta x Neymar: a desigualdade no futebol feminino brasileiro

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No último domingo (17), a questão do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) abordou discussão sobre igualdade de gênero no esporte. Com base na remuneração de Marta e Neymar, a questão 42 do caderno rosa despertou novamente a desigualdade no futebol feminino brasileiro.

Inclusive, em  uma das  declarações do presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido), houve uma crítica sobre a questão da prova. Na ocasião, ele argumentou que “o futebol feminino não é realidade no Brasil“.


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Marta x Neymar: desigualdade no futebol feminino brasileiro

Para uma comparação básica, Marta possui seis títulos de melhor jogadora do mundo pela Fifa, enquanto Neymar nunca recebeu o prêmio. Porém, o jogador recebe 290 mil dólares por gol, enquanto a melhor do mundo recebe 3,9 mil dólares. Marta claramente é melhor que Neymar, mas sua visibilidade, remuneração e condições de trabalho são muito diferentes.

O mundo tem raízes machistas, e, se tratando de Brasil, esse cenário é ainda mais crítico. Em 1900 já haviam times de futebol masculino profissional, como o Sport Clube Rio Grande. Mas apenas 21 anos depois existiu a primeira pelada de mulheres, entre moças do bairro Tremembé e Santana, na zona leste de São Paulo. A desigualdade no futebol feminino brasileiro tem histórico bem longo.

Quando o futebol se profissionalizou, entrou muito mercado e patrocínio, enquanto o feminino não era considerado nem amador. Hoje em dia isso não mudou. Não há às quartas-feiras nem no domingo de churrasco uma transmissão ao vivo do Campeonato Brasileiro Feminino, por mais profissional que seja.

O machismo no esporte não é um problema apenas do Brasil. Porém, já observa-se que na Europa e no EUA o futebol feminino recebe mais atenção, público e investimento. Um bom exemplo seria a campeã mundial de futebol Megan Rapinoe, que coleciona fãs além de possuir o título mundial.

Há quem argumente que o futebol feminino não é atrativo, que o time não é bom, que as jogadoras são inexperientes. Mas é preciso reconhecer que o futebol masculino é assim porque tem quem compre a ideia, que vá aos estádios, enfim, que invista nele.

Arregaçando as mangas contra o patriarcado

Em protesto, no dia 18 de junho de 2019, a atacante Marta entrou no jogo contra a seleção italiana usando um batom roxo, da marca Avon. Além disso, a melhor do mundo tem optado pelo uso de chuteiras pretas, sem patrocínio algum, em protesto contra a desigualdade de gênero.

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O esporte, na visão machista, é para o homem realizar. Nas categorias femininas não é diferente. Infelizmente, por mais que tenha mulheres jogando na quadra, a comissão técnica quase sempre é masculina.

Quando a mulher tem incentivo desde cedo a entrar no caminho do esporte, ela adquire confiança. Nas escolas de futebol para crianças, quantas meninas têm no time? Na família, como a jovem obtém incentivo ou motivação para o esporte?

A fala de Bolsonaro, “o futebol feminino não é realidade no Brasil“, é um erro, porque elas estão entrando em campo e não pretendem parar até chegar ao gol. Se é que somente o gol é seu objetivo, porque elas merecem muito mais.

Foto destaque: Divulgação/Glamour

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