Mundo Rubro Negro
·12 de novembro de 2024
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Jornalista da ESPN e torcedores declara do Atlético-MG, Mariana Spinelli comentou as cenas de barbárie vistas na Arena MRV durante a final da Copa do Brasil, no domingo (10), vencida pelo Flamengo. A apresentadora propõe reflexão sobre a relação do torcedor com o futebol, fez críticas à torcida e apontou a elitização do esporte como um dos problemas.
Assim como outros torcedores envergonhados, Spinelli recordou da queda do Atlético-MG em 2005. A torcida contar o hino do clube após a confirmação do rebaixamento ficou marcado entre os atleticanos, mas agora serve como contraste para as cenas de domingo. Bombas jogadas no gramado(uma feriu um fotógrafo), brigas e tentativas de invasão única e exclusivamente por ser uma derrota para o Flamengo.
“Eu estava na Arena MRV ontem. Meu intuito não é atacar torcida A ou B. Eu estava no Mineirão em 2005, quando o Atlético-MG caiu para a Série B. E um dos momentos que mais me marcou na vida e na relação com o futebol foi quando acabou o jogo, o Atlético cai e a torcida canta o hino. Sabe quanto cria a ilha da memória no ‘Divertidamente’. Mas ontem eu senti essa ilha dar uma estremecida. O que aconteceu ontem foi: o Atlético perdeu um jogo. Não é que teve um erro do VAR absurdo, jogadores brigando, queda para a Série B”, iniciou Mariana Spinelli em publicação nas redes sociais.
A jornalista aponta o encarecimento dos ingressos como um dos possíveis motivos para o aumento na violência. Isso porque os altos valores alimentam uma relação de cliente e produto, o que cria a falsa sensação que o time tem a obrigação de vencer e “compensar” os gastos do torcedor.
“(…) Cada vez o ticket médio mais caro, a sensação é de que seu paguei você tem que entrar a vitória, se não vou quebrar tudo. Claro que não é só isso. Confesso que fiquei muito assustada na Arena. Briga e bate boca acontece. Mas era muita briga, gás de pimenta, bomba para tudo quanto é canto, torcedores brigando entre si. Onde o futebol é isso?”
Analisando os dois jogos do Atlético-MG contra o Flamengo na Arena MRV neste ano, um pela 14ª rodada do Brasileirão e outro pela final da Copa do Brasil, o aumento no preço do ingresso chegou a mais de 460% em alguns setores.
A inteira para o setor Inter Sul custava R$ 90 no jogo do Campeonato Brasileiro, enquanto a entrada para o mesmo local na Copa do Brasil custou R$ 510. É justamente esse nível altíssimo de aumento que Mari Spinelli aponta como um dos possíveis causadores de violência.
Ainda que o sócios-torcedores recebam desconto sobre o valor do ingresso, a entrada mais barata para a final com o Flamengo era de R$ 153. Ou seja, um valor maior do que a inteira mais cara do jogo do Brasileirão.
Vale destacar também que o Flamengo possui também uma política de aumentar muito o preço dos ingressos em finais, como fez na partida de ida. Mas ainda assim não há casos recentes de objetos e explosivos arremessados no campo, casos de racismo e invasão.
As cenas de Atlético-MG x Flamengo motivaram a Procuradoria do STJD a pedir a interdição do estádio. Em denúncia de 17 páginas, o documento conta imagens do ocorrido e pede que o estádio seja fechado até o julgamento.
A denúncia será analisada por Luis Octávio Veríssimo, presidente do STJD, que deve decidir em breve se acata ou não o pedido de interdição.
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