OneFootball
·04 de junho de 2021
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·04 de junho de 2021
Vestir a camisa 24 carrega um estigma no Brasil.
Por causa do jogo do bicho, em que há uma associação com o veado, o número é constantemente identificado como uma forma de ofender homossexuais dentro da sociedade.
E isso acabou se aplicando para o futebol: são poucos os jogadores que utilizam a numeração nas costas por conta do preconceito.
E no ano passado, isso causou polêmica.
Na apresentação do volante Cantillo no Corinthians, no início de 2020, o então diretor de futebol do clube, Duílio Monteiro Alves, fez um comentário infeliz.
Antes da coletiva, o hoje presidente do Timão afirmou "24 aqui, não", uma vez que o colombiano recebia a camisa 8 e tinha um carinho pelo número em sua equipe anterior.
A argumentação dos corintianos era que seria uma homenagem ao compatriota Freddy Rincón.
Após pressão popular, Cantillo acabou por usar a 24.
O volante Flávio, do Tricolor, foi o escolhido para usar o número e se disse honrado.
O caso ainda valeu de homenagem a Kobe Bryant, astro da NBA, que havia falecido na época e usava a numeração no Los Angeles Lakers.
Quem também apoiou a campanha pelo fim do ódio foi Gabigol, atacante do Flamengo.
Ele vestiu o número contra o Boavista na final da Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca, de 2020.
Com a modernização do futebol brasileiro, os números fixos foram adotados pela grande maioria dos clubes.
Só que o 24 é ignorado na numeração oficial sempre que possível, quando não é atribuído ao terceiro goleiro - uma solução simples, uma vez que ele raramente é utilizado.
Na Libertadores, Palmeiras, Santos e Atlético-MG inscreveram jovens meio-campistas: Natan, de 21 anos, Kevin Malthus, de 18, e Daniel Borges de 17.
A medida é interessante para dar uma maior visibilidade ao número e buscar diminuir o preconceito.
O Flamengo optou pelo defensor Diegão.
Enquanto São Paulo e Fluminense, por outro lado, preferiram destinar o número a goleiros, como Arthur Gazza e Gustavo Ramalho.
Já o Internacional não inscreveu ninguém.
Isso, no entanto, não é problema na Europa, com diversos craques tendo usado o número em diversas ligas.
É verdade que o 24 não é tão comum por ser distante da numeração tradicional, de 1 a 11, e também dos reservas imediatos, 12 a 18.
Ainda assim, em uma pesquisa pela história do alguns grandes clubes do Velho Continente, achamos uma longa lista.
Confira:
Makelele (2000 - 2004)
Puyol (2000-2002)
Iniesta (2003-2007)
Roque Santa Cruz (99/00 - 07/08)
Carlos Gamarra (02/03 - 04/05)
Christian Eriksen (19/20 - Atualmente)
Lorenzo Insigne (12/13 - Atualmente)
Marco Verratti (12/13 - 14/15)
Emmanuel Adebayor (03/04 - 04/05)
Héctor Bellerín (15/16 - 17/18)
Shaun Wright-Phillips (05/06 - 07/08)
David Beckham (95/96)
Paul Scholes (92/93 - 94/95)
Darren Fletcher (03/04 - 14/15)
Patrick Vieira (09/10 - 10/11)
Foto destaque: Alexandre Vidal, Marcelo Cortes & Paula Reis / Flamengo
Para marcar o Mês do Orgulho Gay - uma celebração global da comunidade LGBTQ + -, o OneFootball apoia e presta uma homenagem aos membros LGBTQ + no mundo do futebol por meio de uma série de conteúdos dedicados.