🏳️‍🌈 Marginalizado no Brasil, normalizado fora: o número 24 no futebol | OneFootball

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·04 de junho de 2021

🏳️‍🌈 Marginalizado no Brasil, normalizado fora: o número 24 no futebol

Imagem do artigo:🏳️‍🌈 Marginalizado no Brasil, normalizado fora: o número 24 no futebol

Vestir a camisa 24 carrega um estigma no Brasil.

Por causa do jogo do bicho, em que há uma associação com o veado, o número é constantemente identificado como uma forma de ofender homossexuais dentro da sociedade.


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E isso acabou se aplicando para o futebol: são poucos os jogadores que utilizam a numeração nas costas por conta do preconceito.

E no ano passado, isso causou polêmica.


🤦‍♂️ Polêmica e ações contra homofobia 👏

Na apresentação do volante Cantillo no Corinthians, no início de 2020, o então diretor de futebol do clube, Duílio Monteiro Alves, fez um comentário infeliz.

Antes da coletiva, o hoje presidente do Timão afirmou "24 aqui, não", uma vez que o colombiano recebia a camisa 8 e tinha um carinho pelo número em sua equipe anterior.

A argumentação dos corintianos era que seria uma homenagem ao compatriota Freddy Rincón.

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Após pressão popular, Cantillo acabou por usar a 24.

Na época, o Bahia utilizou do episódio para combater a homofobia no Brasil.

O volante Flávio, do Tricolor, foi o escolhido para usar o número e se disse honrado.

O caso ainda valeu de homenagem a Kobe Bryant, astro da NBA, que havia falecido na época e usava a numeração no Los Angeles Lakers.

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Quem também apoiou a campanha pelo fim do ódio foi Gabigol, atacante do Flamengo.

Ele vestiu o número contra o Boavista na final da Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca, de 2020.


🧤 Números fixos e solução simples

Com a modernização do futebol brasileiro, os números fixos foram adotados pela grande maioria dos clubes.

Só que o 24 é ignorado na numeração oficial sempre que possível, quando não é atribuído ao terceiro goleiro - uma solução simples, uma vez que ele raramente é utilizado.

Na Libertadores, Palmeiras, Santos e Atlético-MG inscreveram jovens meio-campistas: Natan, de 21 anos, Kevin Malthus, de 18, e Daniel Borges de 17.

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A medida é interessante para dar uma maior visibilidade ao número e buscar diminuir o preconceito.

O Flamengo optou pelo defensor Diegão.

Enquanto São Paulo e Fluminense, por outro lado, preferiram destinar o número a goleiros, como Arthur Gazza e Gustavo Ramalho.

Já o Internacional não inscreveu ninguém.


🇪🇺 Não tem isso na Europa...

Isso, no entanto, não é problema na Europa, com diversos craques tendo usado o número em diversas ligas.

É verdade que o 24 não é tão comum por ser distante da numeração tradicional, de 1 a 11, e também dos reservas imediatos, 12 a 18.

Ainda assim, em uma pesquisa pela história do alguns grandes clubes do Velho Continente, achamos uma longa lista.

Confira:


🇪🇸 Real Madrid

Makelele (2000 - 2004)

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🇪🇸 Barcelona

Puyol (2000-2002)

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Iniesta (2003-2007)

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🇩🇪 Bayern de Munique

Roque Santa Cruz (99/00 - 07/08)

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🇮🇹 Internazionale

Carlos Gamarra (02/03 - 04/05)

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Christian Eriksen (19/20 - Atualmente)

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🇮🇹 Napoli

Lorenzo Insigne (12/13 - Atualmente)

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🇫🇷 PSG

Marco Verratti (12/13 - 14/15)

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🇫🇷 Monaco

Emmanuel Adebayor (03/04 - 04/05)

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🏴󠁧󠁢󠁥󠁮󠁧󠁿 Arsenal

Héctor Bellerín (15/16 - 17/18)

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🏴󠁧󠁢󠁥󠁮󠁧󠁿 Chelsea

Shaun Wright-Phillips (05/06 - 07/08)

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🏴󠁧󠁢󠁥󠁮󠁧󠁿 Manchester United

David Beckham (95/96)

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Paul Scholes (92/93 - 94/95)

Darren Fletcher (03/04 - 14/15)

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🏴󠁧󠁢󠁥󠁮󠁧󠁿 Manchester City

Patrick Vieira (09/10 - 10/11)

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Foto destaque: Alexandre Vidal, Marcelo Cortes & Paula Reis / Flamengo

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