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OneFootball·26 de novembro de 2020
Maradona enfrentou e quase foi contratado por vários clubes do Brasil

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OneFootball·26 de novembro de 2020
São poucos os torcedores que tiveram a honra de ver Diego Maradona com a camisa de seu time. Três times argentinos – Argentinos Juniors, Boca Juniors e Newell’s Old Boys -, dois espanhóis – Barcelona e Sevilla – e o Napoli, da Itália.
No Brasil, Maradona foi desejado por muitos, mas poucas negociações foram em frente, como nos casos de Portuguesa, Palmeiras e Santos. Clubes como Flamengo, Botafogo, São Paulo, Fluminense, Grêmio e Vasco tiveram a chance de enfrentar o craque argentino em diferentes momentos da carreira.
Aos 14 anos, Maradona era assessorado por Juan Figer, um dos mais importantes empresários sul-americanos. Em 1975, Figer tentou convencer os dirigentes da Portuguesa a contratar a promessa argentina por 300 mil dólares.
Considerando a inflação e as conversões monetárias (na época o Brasil ainda estava longe de usar o Real como moeda), o valor aproximado seria de R$ 7,8 milhões nos dias de hoje.
O presidente da Portuguesa considerou o valor muito alto para uma aposta de 14 anos e descartou o negócio.
Maradona cruzou o caminho do Botafogo em um amistoso vencido pelo Napoli em 1986. Em entrevista ao ge, o volante Luisinho conta que ficou com a camisa 10 do craque argentino depois do jogo e passou a levar o “amuleto” em todas as partidas do Botafogo até o título carioca de 1989.
E foi logo depois que o clube chegou a tentar Maradona, como registraram os jornais da época. Emil Pinheiro, que comandava o futebol do Botafogo, tentou convencer o argentino a mudar para o Brasil. Houve um jantar no Rio com o volante Alemão e o atacante Careca, companheiros do Pibe no Napoli, mas ele acabou ficando mesmo na Itália.
O Palmeiras foi outro clube brasileiro a tentar contratar Maradona no auge. Em 1992, com os cofres turbinados devido à parceria com a Parmalat, o Verdão pensou em oferecer algo perto dos 5 milhões de dólares (cerca de R$ 26 milhões na cotação atual).
Quem relatou a proposta foi José Carlos Brunoro, diretor da parceria Palmeiras-Parmalat, em entrevista ao jornalista Danilo Lavieri, do UOL Esporte.
O problema é que Maradona não gostou da abordagem da Parmalat, e acabou acertando com o Sevilla.
“Não tenho nada contra o Palmeiras, mas não quero jogar lá porque a Parmalat quis fazer publicidade em cima do meu nome. Essa empresa somente buscou se promover e apareceu no momento em que tudo começava a se solucionar para minha transferência”, afirmou Maradona.
O último clube brasileiro a tentar contratar o argentino foi o Santos. Através da Pelé Sports & Marketing, empresa do Rei, a diretoria do alvinegro praiano tentou Maradona no fim de sua carreira.
Os valores eram altos para a época. Pela transferência, o Santos pagaria 6 milhões de dólares em 1995, equivalente a R$ 32 milhões em 2020.
Estava quase tudo pronto para o Santos se tornar o clube que teve Pelé e Maradona vestindo a camisa 10. Mas com as altas cifras envolvidas e o desejo da família em contar com Diego mais perto fez com que ele acertasse o retorno ao Boca Juniors, onde disputou mais duas temporadas antes de se aposentar, em 1997.
O São Paulo é outro clube que teria sondado Maradona no início dos anos 1990. Mas as negociações nunca chegaram ao nível das outras equipes brasileiras que tentaram contratar o craque.
A relação entre Maradona e o Tricolor sempre foi maior dentro de campo. O argentino enfrentou o São Paulo em duas oportunidades, uma delas no Morumbi.
Em 1987, Napoli e São Paulo empataram por 2 x 2. Em 1993, no Morumbi, o Tricolor recebeu o Sevilla de Maradona e Simeone para o jogo da entrega das faixas pelo título mundial. O São Paulo venceu por 2 x 0, com dois gols de Raí. É possível encontrar vídeos da partida no Youtube.
Uma das poucas partidas de Maradona no Maracanã foi diante do Flamengo de Zico, em 1981. O Rubro-Negro que mais tarde naquele ano viria a ser campeão mundial, viu seu camisa 10 marcar dois gols e ofuscar o craque argentino.
Dez anos depois, em 1991, o Fla foi enfrentar o Boca pelas quartas de final da Libertadores de 1991 e fez uma homenagem a Maradona, que enfrentava problemas com drogas e havia sido suspenso.
O Tricolor Gaúcho é outra equipe que teve a honra de enfrentar Diego Maradona. Em 1980, o Argentinos Juniors foi uma das equipes convidadas para as partidas que marcaram a reinauguração do Olímpico. No elenco, um promissor Maradona de 19 anos.
O Grêmio venceu o jogo por 1 x 0, com gol de Leandro. No Tricolor estava outro jovem: Renato Portaluppi.
Em 1984, o New York Cosmos organizou um torneio amistoso que teve a participação da Udinese, do Barcelona de Maradona e o campeão brasileiro Fluminense. Derrotados na primeira rodada, Flu e Barça disputaram o terceiro lugar em uma partida cheia de gols e polêmicas.
Maradona chegou a marcar um gol de mão, que, ao contrário do mais famoso na Copa de 1986, foi anulado. Mesmo assim ele participou das jogadas dos dois gols do Barcelona. Mas Romerito e Paulinho garantiram o empate por 2 x 2 que levou o jogo para a prorrogação e para os pênaltis.
Maradona converteu o pênalti, e o Flu acabou derrotado por 5 x 4. A partida também marcou a despedida do argentino, que seguiu da equipe espanhola para o Napoli. Há vídeos da partida no Youtube.
Em 1994, Maradona voltou à Argentina para jogar pelo Newell’s Old Boys. O Vasco foi convidado a disputar dois amistosos contra a nova equipe do Pibe em Rosario.
O primeiro jogo marcou a estreia de Dener pelo Cruz-Maltino. O habilidoso meia foi o principal destaque do empate sem gols. A partida marcou a despedida de Maradona do clube argentino.
No segundo jogo, Maradona não atuou, e o jogo terminou empatado em 2 x 2, com gol de Dener.
Foto destaque: Patrick Kovarik/AFP via Getty Images
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