Mano Menezes concede sua primeira entrevista coletiva no Flu e afirma: “Vamos tentar estancar os resultados negativos” | OneFootball

— Decisões se tomam, são tomadas geralmente por departamentos de futebol. Pelo menos nos clubes organizados. Futebol é momento e situação específica em cada lugar. O Renato Augusto entra na relação dos jogadores com mais qualidade técnica que nós temos no Campeonato Brasileiro. Então ele vai ser importante como todos do elenco. – afirmou Mano

— Todos os técnicos que chegassem para substituir o Fernando Diniz, mudaria a forma de jogar. Porque o jeito do Diniz é único. Com pequenas alterações ou maiores, certamente teremos mudança. Ela não vai acontecer com uma ruptura muito grande, pois dois anos de trabalho se fixa uma ideia, e a ideia se tornou vencedora. Mas como no futebol, a dureza é sempre iminente, daqui a pouco as coisas não funcionam como antigamente. Paulatinamente vamos fazer essa transição de modo seguro, para que não cria mais instabilidade para os jogadores.

— Bom, não pensei ainda sobre o Marcelo, porque Marcelo vai ficar um tempo fora, mas acho o Marcelo um jogador diferenciado, capaz de fazer mais funções dentro de uma equipe, e penso que o treinador tem que fazer exatamente isso, tirar o melhor de cada um, seus momentos diferentes, nos lugares que eles podem agregar. E é isso que nós vamos fazer, tornar a equipe mais forte possível, com o elenco que a gente tem, cuidando para respeitar essa individualidade, essas questões de elenco que hoje você tem que gerir bem para tirar também o melhor do seu grupo e não só de um jogador individual. Estamos sempre pensando na equipe que é o mais importante para um treinador de futebol.

— Sou técnico de futebol, aceito desafios, construo trabalhos e essa é minha vida. Aceitei o convite por entender que tenho capacidade em uma hora como essa agregar experiência de ter passado por muitas situações no futebol e liderar o processo, que é um dos papeis do treinador. Os jogadores nessa hora se sentem mais frágeis e ao enxergar alguém que em outros momentos já esteve com eles e conseguiu resultados, passa a enxergar a possibilidade de retomada.

— É trabalhar para sair dessa situação. Mostrar alguns caminhos. Acho que objetivamente com dois treinamentos você estabelece áreas do campo em que você vai fazer o jogo ser jogado. Vamos reforçar as nossas coisas boas, que é o que dá pra fazer no curto espaço de tempo. Trabalhamos um pouco de bola parada, fiz construção de jogada partindo de trás, fiz marcação mais alta na saída de bola. Fui passando especificamente o que eu quero que a equipe faça em termos de função. Acho isso importante, os jogadores entenderem o que eu quero deles em termo de função. Trabalhamos um pouquinho de linha defensiva, porque o Fluminense tinha uma característica diferente de jogar. Precisamos intimidar um pouquinho mais o adversário para não ter que voltar muito para o nosso campo para retomar a bola ficar muito distantes do gol.

— Acho o elenco do Fluminense muito qualificado tecnicamente, muitos jogadores vencedores, experientes. Os valores desses jogadores são muito grandes. Eles já passaram por momentos como esse. Nessa hora ter esse conhecimento, para estabilizar, não oscilar e nem criar crise, tem valor para equipe. Equilibrar a equipe é um trabalho para todo técnico, e será a minha missão no Fluminense. Não sou um técnico que partilha apenas de uma forma de jogar, todas as ideias são boas, mas precisam sem bem executadas. Temos jogadores inteligentes para entender a maneira simples que vejo o futebol. Acredito que o Fluminense, quando foi me convidar, já sabia que seria assim. E será assim, o momento requer essa experiência e esse equilíbrio. A característica dos jogadores não atrapalha o que eu vou pensar para montar a equipe. O que manda no futebol é o rendimento, não a idade. Vamos tentar estancar os resultados negativos no primeiro momento, é assim que eu vejo. E sempre é importante no curto prazo tomar as decisões certas.

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