Manchester United conta com inspirado Rashford para derrotar Newcastle na final da Copa da Liga Inglesa | OneFootball

Erik ten Hag é mais um técnico estrangeiro a obter sucesso no Manchester United. Após seis anos de espera, o time de Old Trafford ergueu uma taça, desta vez, a da Copa da Liga Inglesa, diante do Newcastle. Em Wembley, neste domingo (26), o placar de 2 a 0 deu mais um caneco aos Red Devils.

Dois trabalhos que estão em fase inicial. Duas equipes com muito talento e futuro. Dois treinadores que buscam dar um novo passo em suas carreiras. Acima de tudo, dois times que na década de 1990 duelaram por troféus e que hoje reviveram o tira-teima da decisão da Copa da Inglaterra de 1999, que fez parte da histórica Tríplice Coroa do United de Sir Alex Ferguson.

Embora não pareça, o Newcastle não era pleno azarão ou vencido de véspera na partida de hoje. Apesar do desfalque de Nick Pope, suspenso após uma expulsão no fim de semana passado, contra o Liverpool, Eddie Howe não teve sua vida dramaticamente alterada pela participação de Loris Karius na final. O arqueiro alemão, famoso por ter cometido falhas grotescas na decisão da Liga dos Campeões de 2018, pelo Liverpool, tentou superar a própria sina e uma ausência de quase dois anos em partidas oficiais. É justo que se diga que Karius não comprometeu o resultado neste domingo, mas também não teve uma atuação de classe diferenciada como o colega David De Gea, do outro lado.

Quem acompanhou o jogo sabia que Karius provavelmente estava pronto para uma narrativa redentora, só faltou um pouco mais de sorte para que ele superasse os momentos tristes vividos diante do Real Madrid, cinco anos atrás. Dito isso, o Newcastle fez uma partida bastante honesta, coerente com seu ótimo trabalho na elite inglesa. E tentou, desde o início, fazer o Manchester United ficar desconfortável em defender.

O problema é que essa equipe de Ten Hag sabe ser pressionada e também sabe bem demais como fazer para, com a posse recuperada, atacar espaços e criar chances. Além de Casemiro, que comandou com tranquilidade a intermediária, Lisandro Martínez também teve papel fundamental para garantir que De Gea não fosse vazado. A partida estava bastante travada, mas aberta para qualquer time marcar primeiro. Quis o destino que, aos 32′, em cobrança de falta perto da lateral, os Red Devils conseguissem fazê-lo. Na bola alçada na área, Casemiro subiu bem e testou para o fundo da rede de Karius, abrindo caminho para o título.

Bem armado e com muita eficiência na saída para o campo ofensivo quando Bruno Fernandes carregava a bola, a equipe mancuniana capitalizou em cima do gol e colocou o Newcastle nas cordas, tentando obter uma vantagem ainda maior. E aí brilhou a estrela do melhor jogador do time desde o fim de 2022: Marcus Rashford recebeu ótimo passe de Wout Weghorst e, posicionado na pequena área, finalizou. A bola resvalou de leve na canela de Sven Botman e encobriu Karius, que não aparentou ter se esticado o bastante para evitar o gol, aos 39′. A arbitragem marcou gol de Botman, embora o holandês não tenha alterado a direção da bola.

O baque foi grande para os Magpies, que tiveram de se ajeitar para a etapa final. Até ali, Bruno Guimarães, Joelinton e Kieran Trippier eram as principais ameaças. Callum Wilson, escalado como titular em detrimento de Alexander Isak, que entrou apenas nos 45 minutos finais, não foi capaz de pressionar a retaguarda adversária com qualidade.

Houve oportunidade para que o Newcastle diminuísse o estrago. Allan Saint-Maximin e Miguel Almirón, marcados de perto e anulados pela defesa do United, apenas causaram algumas faíscas, mas nada de efetivo. Saint-Maximin, aliás, havia vencido um duelo de 1×1 contra Diego Dalot, mas bateu em cima de De Gea, ainda na primeira etapa. O principal lance de perigo ocasionado pelos alvinegros veio nos minutos finais, quando Joelinton escorou de cabeça um cruzamento e quase acertou o ângulo. De Gea se atirou e salvou de mão trocada.

O abafa nos minutos finais não foi suficiente porque o Newcastle de Howe teve pouca pontaria. O volume de jogo foi demonstrado e de fato foi satisfatório, mas os Magpies precisam treinar um bocado a mais as finalizações. Em um jogo de pouquíssima margem de erro, ser ineficiente dentro da área é sempre um erro que pode ser punido.

Ten Hag prova que merece todos os votos de confiança da diretoria e que, pelo menos por ora, é o cara certo para recalcular a rota e conduzir o Manchester United ao patamar que a agremiação merece e ostentou em décadas anteriores. O estilo de jogo está consolidado, o elenco comprou o discurso do treinador e os frutos estão sendo colhidos desde já.

Ao Newcastle, novo integrante do clube dos ricaços da Premier League, a decisão (com o mesmo desfecho de 1999) não deve trazer amargura. O apoio da torcida e o bom desempenho em campo provam que essa deve ser a primeira de muitas aparições em grandes palcos da Inglaterra nos anos que virão.