MundoBola Flamengo
·20 de junho de 2025
Mais do que vencer o europeu, o Flamengo venceu como se fosse o europeu

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·20 de junho de 2025
E daí que o torneio que deveria servir pra reafirmar o protagonismo dos times europeus no cenário mundial acabou se mostrando mais decolonial do que uma aula de história do Brasil ministrada por um vereador do PSOL.
Primeiro o Palmeiras empatou com o Porto, então o Boca com o Benfica e aí o Fluminense com o Borussia. O abismo que se imaginava existir entre qualquer médio europeu e um grande da América do Sul já não parecia tão grande, vídeos do Carlos Alberto começavam a pipocar na internet. Mas ainda eram empates, ainda era uma surpresa o time de fora se igualar ao europeu, pontuar era uma vitória e não levar gol contava como nó tático.
Mas aí as coisas começaram a ficar mais estranhas. O Real não conseguiu vencer o Al-Hilal, o Inter Miami bateu o Porto com gol de Messi e o Botafogo venceu o PSG, todo poderoso campeão da Champions League, num resultado histórico, fruto de uma equipe alvinegra extremamente inteligente e dedicada.
Então, na segunda rodada da Copa do Mundo de Clubes, brasileiros já tinham amassado europeus e brasileiros já tinham vencido europeus, mas nenhum clube brasileiro tinha ainda conseguido vencer e amassar um europeu. E foi aí, que entrou na história o Clube de Regatas do Flamengo, para oferecer essa que talvez tenha sido a terceira maior surra já sofrida por uma potência colonial, atrás apenas daquele 2x0 contra o Liverpool em 1981 e de quando o imperador Menelik II expulsou os italianos da Etiópia em 1896.
Porque o Flamengo não apenas venceu e amassou, como ele inverteu o roteiro do que se espera de um confronto entre um um grande europeu e um sul-americano. Quem dominou a partida durante a maior parte do tempo e ditou o ritmo do jogo? Não, não foi a bilionária equipe de Londres, mas sim o time de Filipe Luís, correto na escalação e brilhante nas substituições. Quem encontrou um gol na sorte e dependeu dele e da porrada pra tentar vencer? Não foi o time da América do Sul, foi o badalado Chelsea, que conseguiu abrir o placar no erro bisonho de Wesley e depois disso ofereceu apenas pontapés e reclamação até ficar com um homem a menos.
Então tanto quanto um passo importante rumo às oitavas de finais e um lembrete de que se a Polícia Federal tentar prender Bruno Henrique ela terá que prender também outras 35 milhões de pessoas; a vitória acachapante do Flamengo sobre o Chelsea nesta tarde de sexta-feira representou mais um passo numa verdadeira quebra de paradigma que a Copa do Mundo de Clubes está oferecendo ao futebol mundial.
Porque se antes vencer um europeu parecia um absurdo, agora se tornou real. Se antes passar de fase seria uma conquista, agora é quase uma certeza. E se antes conquistar o mundo mais uma vez, como fizemos em 1981, parecia um delírio absurdo reservado aos torcedores mais otimistas, agora começa a se desenhar no horizonte a ideia de que talvez esse seja um sonho lindo, mas muito possível de ser sonhado. E que com o Flamengo de Filipe Luís, pode se tornar realidade nas próximas semanas.