Zerozero
·26 de agosto de 2025
Mais de 20 anos depois, Estrela e Alverca voltaram a medir forças na I Liga

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·26 de agosto de 2025
O tempo não para, isso é uma realidade. E, querendo ou não, ele passa depressa para toda a gente, sempre da mesma forma. A forma como tudo se desenrola é tão alucinante que, por vezes, temos de nos colocar em máquinas do tempo para conseguirmos reviver e relembrar várias coisas.
O Estrela da Amadora e o FC Alverca voltaram a defrontar-se no principal escalão do futebol português 20 anos depois, tendo a partida terminado com um empate (2-2). Estes emblemas históricos passaram longos anos a disputar as mesmas competições e os mesmos campos, mas essa não foi a realidade nas últimas duas décadas. Apesar de na viragem do século terem existido alguns duelos entre as formações, ambas seguiram caminhos totalmente diferentes, encontrando-se agora em reconstrução - ainda que de formas muito distintas.
No terceiro mês de 2004, FC Alverca e Estrela da Amadora enfrentaram-se pela última vez na I Liga, então chamada SuperLiga, tendo a equipa da casa vencido os tricolores por 3-0. A nove jornadas do término do campeonato, este duelo era de grande importância para os estrelistas, que se encontravam na última posição da tabela classificativa, com apenas 13 pontos (oito a menos do que o penúltimo lugar). Por outro lado, o FC Alverca ocupava o 11.º lugar, com 29 pontos, oito acima da linha de água.
A partida ficou fortemente marcada pela grande exibição de Miguel Vargas, antigo internacional jovem por Portugal, que acabou o jogo com dois tentos e os três pontos conquistados. As atenções também recaíram sobre algumas caras bem conhecidas que integraram a ficha de jogo. O homem do leme ribatejano era José Couceiro, enquanto do lado visitante atuava um experiente Paulo Madeira, junto de Paulo Fonseca - agora treinador do Lyon - que não saiu do banco.
A vitória ribatejana acabou por não ser tão importante no fim da temporada, pois a equipa desceu de divisão. Até ao fim da época só conseguiu conquistar mais seis pontos, terminando na 16.ª posição. O Estrela da Amadora também não se conseguiu salvar, acabando no último lugar da SuperLiga, com 17 pontos. As equipas voltaram a encontrar-se na II Liga, mas no ano seguinte a história mudou: os amadorenses asseguraram o regresso à I Liga, ao contrário da formação de Alverca, que apenas garantiu a manutenção. Esse foi o início de um longo interregno sem se defrontarem.
Desde que o FC Alverca confirmou o regresso à I Liga, começou-se a aguardar bastante este inevitável embate, que marcaria o começo de uma nova era na rivalidade destes dois históricos. O destino quis que acontecesse na terceira jornada da presente edição da Liga Portugal Betclic, mais precisamente no Estádio José Gomes, reduto do Estrela da Amadora.
Por um lado, temos a equipa da casa, já estabelecida no principal escalão há mais de um par de anos, com vários jogadores experientes e pronta para tentar fazer uma campanha melhor do que a da época transata. A equipa visitante chega de uma temporada em que alcançou uma histórica subida consecutiva, com um dos plantéis mais jovens do campeonato e ambição de voltar a fazer barulho. Apesar das diferenças, algumas coisas unem estas instituições: as duas vinham de derrotas contra emblemas extremamente conceituados no país (Benfica e SC Braga) e, mesmo com plantéis com níveis de experiência distintos, foram das formações que mais reforços garantiram no mercado de verão.
A renovação nos plantéis trouxe incerteza para o arranque do campeonato e para esta partida. José Faria e Custódio Castro apostaram em formações com linhas de três, assegurando coesão defensiva desde o apito inicial. Nada dura para sempre e, eventualmente, as defesas quebraram.
O caos instalou-se neste reencontro, e os amantes de futebol tiveram direito a tudo: quatro golos - com um golaço de livre de Sidny Cabral -, duas expulsões, tapetes de publicidade no terreno de jogo, um penálti falhado e o árbitro principal a ressentir-se e a ser obrigado a dar o seu lugar ao quarto árbitro. Isso não impediu que houvesse muita competitividade e muita animação nas bancadas. Os adeptos, na sua maioria, fizeram-se ouvir do início até ao fim.
Uma coisa é certa: este jogo correspondeu às expectativas no que toca a entretenimento. Nenhuma das equipas alcançou ainda uma vitória na presente edição da liga, mas há muito campeonato pela frente. O dia de hoje fica marcado pelo reencontro destas formações, lançando a questão para a partida da segunda volta: voltam a repartir pontos ou alguém conquista os três?