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·16 de junho de 2020
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A coluna Lado B do Futebol, segue trazendo entrevistas com atletas que praticam esse esporte em países pouco abordados pela mídia brasileira. Portanto, hoje trazemos um pouco da trajetória de Lucas Salinas, 24, Meia Ofensivo, nascido em Sorocaba. Iniciou a carreira no Sub-17 do São Bento em 2012 e permaneceu no clube até 2015. No ano seguinte, jogou pelo Atlético Sorocaba.
Logo, o paulista arrumou as malas e partiu para o exterior. Ainda em 2016, chegou em Portugal e passou a integrar o Lusitano VSRA. Também defendeu o Armacenenses, Olhanense e Sertanense. Então, na temporada de 2019/20, mudou os planos e seguiu carreira na Bulgária. Atualmente, veste a camisa do Loko Plovdiv, que ocupa a 2º posição na Primeira Liga Búlgara.
Primordialmente, Lucas acredita que o fato de jogar na cidade – no ano de 2016 -, o ajudou muito na formação como atleta. Sempre confiante sobre o futuro no esporte, declarou: “Eu acreditava que tinha potencial pra ser profissional sim. Sabia que as dificuldades eram grandes, mas que com oportunidade poderia realizar esse sonho”.
Como dito anteriormente, logo após a passagem pelo Atlético Sorocaba, o futebolista partiu para a Europa. Sobre a ida, contou que tudo começou com o então empresário, que tinha uma parceria com um clube da 4ª divisão portuguesa. Nesse período, havia recebido uma proposta da Ferroviária (SP), porém, decidiu arriscar e ir para Portugal. “Cheguei lá, fiz um treino e um amigo do meu empresário na época disse que eu conseguiria jogar em um patamar superior. Então me levou ao Lusitano, onde pude jogar a minha primeira temporada na 3ª divisão”.
“Minhas inspirações sempre foram jogadores da minha posição. O Kaká era e é uma grande referência pra mim. Gostava muito de ver o Conca, Riquelme, meias argentinos. Hoje em dia gosto muito do Bernardo Silva, Messi e Neymar“, disse Salinas quando perguntado sobre os ídolos no futebol.
Quanto a comunicação em Portugal, o atleta disse que muda o sotaque em algumas palavras, mas que em pouco tempo se adaptou. Comentou que na época, foi muito bem acolhido pelos jogadores e pela comissão técnica. “Duas pessoas que me ajudaram muito não só na adaptação, como em tudo que era possível, foi um casal (Anderson e Vanessa) parceiros do meu empresário da época. Eles me trataram como família e sou muito grato a eles”, relembrou.
Decerto, a questão da distância do Brasil e dos familiares, foi um grande obstáculo a ser superado, Lucas contou que o primeiro ano é o mais difícil. Mas que a internet auxilia neste quesito. Também disse que o povo português é muito organizado e direto, e que fez grandes amigos por lá. No paladar, confirmou que a comida lusitana é muito boa e que não teve problemas em se adaptar.
“Meus pais sempre me deixaram muito a vontade pra seguir os meus objetivos. E o meu sonho acabou se tornando o sonhos deles também. Aos 4 anos entrei pra minha primeira escolinha e a partir disso nunca mais parei. Meus pais e meu avô sempre me apoiaram e se nao fosse por eles, não estaria em atividade hoje”, comentou sobre o apoio dos pais.
A fim de uma mudança na carreira, em janeiro deste ano, o jogador chegou ao Lokomotiv Plovdiv FC. A oportunidade surgiu da excelente temporada que performou no Sertanense FC. O clube é o atual campeão da Taça da Bulgária e pôde disputar a qualificação da Liga Europa. Aliás, o futebolista contou que este é o objetivo principal para a próxima temporada.
“Quando cheguei ao clube, treinei 2 dias no nosso centro de treinamento e logo depois fomos estagiar na Turquia por 15 dias pela pausa do campeonato devido as condições climáticas da Bulgária. Na Turquia pude conviver 24 horas com os jogadores, conhecer o modelo tático da equipe, a comissão técnica e outras coisas que me ajudaram na adaptação”
Sobretudo, quando perguntado sobre a estadia no país, Lucas disse que está gostando e que Plovdiv é uma excelente cidade. Comentou que a grande maioria do time fala inglês, e que isso é muito bom porque a Língua Búlgara é muito difícil. Além disso, conta com a ajuda de um argentino, um português e um brasileiro, que são atletas da equipe e que o ajudam na adaptação ao clube e ao país.
De antemão, o paulista relembrou que a torcida que presenciou e tem mais admiração, é a de São Bento. Isto, por um dia ser torcedor e no outro poder estar defendendo as cores do clube da cidade. Mas também destacou a do Sertanense, que não é a mais numerosa mas que é visível a paixão dos torcedores. Por fim, a do Lokomotiv Plovdiv que mesmo atuando em pouco jogos, observou que é uma torcida de massa e que vive o futebol.
“Atualmente o meu sonho e objetivo é ser campeão da Taça da Bulgária e jogar a Europe League. Sempre tive o sonho de jogar contra o Barcelona no Camp Nou e contra o Real Madrid no Santiago Bernabeu. E também de jogar a Série A do Brasileirão”, proferiu.
Questionado se alguma vez já pensou em desistir, disse: “O futebol é um caminho incerto e muitas vezes injusto. Quando saí do São Bento fiquei dividido entre começar uma faculdade ou continuar no futebol, mas o meu sonho acabou falando mais alto. Depois disso decidi que iria até o final.”.
Por fim, Lucas aconselhou aos futuros atletas: “O futebol não tem uma fórmula exata de sucesso. Dê o melhor todos os dias com foco, persistência e fé. Seja você mesmo com humildade e ambição. Além disso procure conhecimento, queira aprender todos os dias.”.
Foto Destaque: Reprodução/Arquivo Pessoal
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