Jogada10
·21 de agosto de 2025
Linchamento em Avellaneda escancara falhas e caos na Copa Sul-Americana; veja vídeo

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·21 de agosto de 2025
A noite que deveria ser de Copa Sul-Americana terminou em barbárie no Estádio Libertadores da América, em Avellaneda, na Argentina. Em uma das cenas mais chocantes da guerra entre torcedores de Independiente e Universidad de Chile, um chileno acabou encurralado, espancado com barras de ferro e despido diante da multidão. Há outros feridos e cerca de 90 detidos pelo episódio.
Seminu e inconsciente, o chileno ficou estendido no cimento das arquibancadas enquanto outros registros mostravam certa correria. Outras gravações mostram objetos sendo arremessados em meio a um pânico generalizado no local.
Argentinos e chilenos empatavam por 1 a 1 quando o árbitro uruguaio Gustavo Tejera precisou interromper a partida pelo princípio de confusão. A bola voltou a rolar por dois minutos antes da paralisação definitiva por faltas de garantias para continuidade, e a partida acabou cancelada pela Conmebol.
Agora, no contexto esportivo, o tribunal disciplinar da entidade definirá o destino do confronto e possíveis punições. Vale destacar que a Universidad de Chile venceu o duelo de ida em Santiago pelo placar mínimo e, portanto, tinha vantagem do empate.
A confusão expôs falhas no modelo argentino e intensificou o debate sobre segurança em estádios. Nacionalmente, a legislação delega aos clubes a responsabilidade pelo controle interno de proteção — algo, inclusive, questionado no âmbito esportivo.
Neste caso, o Independiente, mandante da partida, disponibilizou 150 seguranças privados para o duelo. A medida do clube não serviu para amenizar o ocorrido, tampouco conter a invasão às arquibancadas. Já os 659 agentes responsáveis pela segurança nos arredores permaneceram do lado de fora, sem interferir no tumulto.
Informações divulgadas pela SWI (swissinfo.ch) indicam para dez feridos — um em estado grave — e 90 detidos. A vítima em situação de maior alerta permanece internada e com identidade sob sigilo. De acordo com o embaixador do Chile na Argentina, José Antonio Viera-Gallo, alguns dos atingidos apresentavam ferimentos de faca.
As cenas repercutiram para além do futebol e se tornaram problemas de autoridades. O presidente chileno Gabriel Boric, por exemplo, se manifestou com duras críticas à Conmebol. “(…) Errado em muitos aspectos, desde a violência até a evidente irresponsabilidade da organização. A Justiça deve determinar os responsáveis”.
Dirigentes dos clubes também se posicionaram sobre o episódio. Michael Clark, presidente da La U, destacou que “o futebol agora está em segundo plano”. Já do lado argentino, Néstor Grindetti, mandatário do Independiente, repudiou o ato com exigências para punições aos rivais chilenos.
“Esse nível de violência não pode ser tolerado (…). Não sei onde estava a segurança policial”, lamentou Felipe Loyola, meio-campista da equipe argentina.
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