Liga Europa: Roma convence, Napoli sofre com desfalques e Milan deixa a vitória escapar | OneFootball

Uma vitória, uma derrota e um empate com gosto amargo. No primeiro compromisso de mata-mata da Liga Europa, o trio italiano jogou longe de casa e entregou atuações bem distintas: a Roma certamente foi o top, enquanto o Napoli amargou o flop e o Milan ficou no meio termo.

Os romanos foram os únicos italianos a vencerem na rodada e, mesmo com vários desfalques na defesa, não sofreram gols em 90 minutos contra o Braga e voltam à Cidade Eterna com uma mão na vaga. Em contraste, os comandados de Gattuso tiveram uma atuação terrível diante do Granada e precisarão de uma bênção de Don Diego para avançar às oitavas de final. Por fim, o Milan empatou com gols fora de casa, mas deixou escapar uma vitória que parecia garantida contra o Estrela Vermelha. Confira, a seguir, o resumo das três partidas de 16 avos de final.

Braga 0-2 Roma

A Roma foi a equipe italiana que teve a melhor atuação na semana de competições europeias: no norte de Portugal, obteve uma vitória incontestável sobre um Braga que sequer incomodou Pau López. O placar foi construído com um gol no começo de Dzeko, recuperado de lesão, e outro de Mayoral, seu concorrente pela posição. O triunfo foi importante para confirmar o momento de recuperação da Loba na temporada, além de quebrar a invencibilidade de 16 jogos dos brácaros no Estádio Municipal.

Para enfrentar sua antiga equipe, Fonseca escalou a Roma no costumeiro 3-4-2-1 e pode contar com os retornos de Pedro e Diawara entre os titulares. Foi o próprio ex-jogador do Napoli que deu início à jogada do primeiro gol: o guineense acionou Spinazzola em profundidade e o lateral acertou um excelente cruzamento para Dzeko marcar, de pé direito.

No minuto seguinte ao gol, Fonseca precisou mexer no time, já que o capitão Cristante sofreu uma lesão muscular e teve que deixar o gramado. No seu lugar, entrou Bruno Peres para compor o lado esquerdo, enquanto Spinazzola foi deslocado para a zaga, ao lado de Mancini e Ibañez – Karsdorp permaneceu na ala direita. Apesar do improviso, os giallorossi mantiveram a consistência defensiva e ainda criaram outras duas chances de perigo, com Mkhitaryan e Pedro.

Na etapa complementar, mais uma dor de cabeça para o treinador romanista: uma lesão em Ibañez obrigou o treinador a abaixar Karsdorp para o trio de zaga e colocar Villar na vaga do brasileiro. No entanto, nem mesmo após as baixas defensivas da adversária, o Braga mostrou poder de reação. Pior: os mandantes passaram a jogar com 10 depois que o brasileiro Esgaio acertou uma cotovelada em Villar e recebeu o segundo amarelo.

Mesmo com a desvantagem, Carvalhal tentou mudar o panorama da partida e por o time para frente, inserindo Zé Carlos, Lucas Piazon e Abel Ruiz. Alterações que surtiram pouco efeito, já que a Roma continuou com o pleno controle da partida durante o segundo tempo e ainda conseguiu dobrar a vantagem, em uma jogada bem trabalhada envolvendo Veretout, Mkhitaryan e Mayoral, que anotou o seu.

Estrela Vermelha 2-2 Milan

Jogando no Marakana de Belgrado, o Milan marcou importantes dois gols fora de casa, mas no 93º minuto, foi castigado pelo centroavante Pavkov – que também tem Milan no nome. Os rossoneri flertaram com a vitória em vários momentos, mas o Estrela Vermelha arrancou um empate com méritos e se manteve vivo para o confronto de volta. Não dá para dizer que o resultado em si foi uma tragédia. Porém, qualquer milanista ficaria indignado de deixar a vitória escapar nos acréscimos, contra uma equipe tecnicamente inferior e que jogou por 15 minutos com um jogador a menos.

Sabendo de suas limitações, o Estrela Vermelha não parecia temer o Milan e se propôs a jogar de igual para igual. O time treinado por Stankovic, ex-jogador de Lazio e Inter, não teve medo de sair para o jogo e agredir os italianos, mesmo que por vezes, deixasse espaços no setor defensivo. O Milan começou em um bom ritmo de jogo, mas não contou com a sorte a seu favor, já que nos primeiros 20 minutos teve dois gols anulados e uma chance claríssima desperdiçada por Rebic.

Com o passar do tempo, os sérvios conseguiram incomodar a saída de jogo do Diavolo, que acabou perdendo a posse de bola em zonas perigosas. Se não fosse pelas boas intervenções de Donnarumma, os visitantes poderiam ter saído atrás no marcador.

O Milan voltou a balançar as redes aos 41 minutos de jogo – e, dessa vez, valeu. Sem nenhuma irregularidade no lance, os rossoneri abriram o placar graças a um gol contra de Pankov e desceram para o vestiário com a vantagem.

Na volta para a etapa complementar, Pioli sacou o apagado Rebic para dar lugar ao português Rafael Leão. O jogo ficou mais movimentado, e o Estrela Vermelha tratou de empatar a partida graças a um pênalti cometido por Romagnoli. Na marca da cal, Kanga venceu o duelo contra Donnarumma, que até acertou o canto, mas não chegou na bola. O Milan retomou a vantagem no marcador aos 61 minutos, quando Hernandez converteu a penalidade que ele mesmo sofreu.

Dali em diante, Pioli tentou administrar o resultado, mantendo a marcação em bloco alto e valorizando a posse de bola. O objetivo parecia ainda mais próximo depois que Rodic recebeu o segundo amarelo e deixou a equipe com um a menos. Stankovic então, colocou mais dois atacantes na equipe, decidiu ir para o tudo ou nada e, no fim das contas, acabou ficando com o “tudo”. Pavkov foi um dos que entraram em campo e, com cabeçada heroica, selou o empate para os alvirrubros.

Granada 2-0 Napoli

Ao contrário de Roma e Milan, o Napoli protagonizou um desastre total, com uma de suas piores atuações da temporada. Na Andaluzia, o Granada venceu com méritos e pôs o Napoli em uma situação delicada na competição: na partida de volta, será preciso jogar tudo o que não jogou na ida para avançar às oitavas. Por outro lado, o time de Gattuso tem um alento, já que o 2 a 0 ficou barato.

Tudo bem que a lista de desfalques dos napolitanos era enorme – e incluía pilares do time como Mertens, Koulibaly e Manolas. Ainda assim, o futebol apresentado no estádio Los Carmenes foi muito pobre, técnica e taticamente. O Granada aplicou muito bem o jogo de posição e levou perigo através da amplitude gerada pelos pontas Machís e Kenedy. O brasileiro foi bastante acionado durante a partida e deu muito trabalho para Mário Rui e Maksimovic, que ocupavam o setor esquerdo da defesa do Napoli.

Foi exatamente dos pés do garoto de Xerém que nasceram os dois gols que definiram a partida: o primeiro com um cruzamento na diagonal, que encontrou a cabeça de Herrera na segunda trave, e o segundo com descida em velocidade de Machís, concluída pelo chute cruzado do camisa 24. Em um espaço de dois minutos o Granada construiu a vantagem e tinha 2 a 0 no placar aos 21.

Com a vantagem, o alvirrubro teve total controle da partida, enquanto o Napoli não encontrou nenhum poder de reação. O que se viu foi uma equipe descendo para o ataque totalmente desorganizada, um meio-campo com pouquíssima capacidade de criação e dois pontas bastante apagados em campo.

Com o passar dos minutos, a partida foi esfriando e o Granada assegurou o triunfo sem passar grandes sustos. Os italianos terminaram o confronto com 62% de posse de bola e apenas uma finalização ao alvo, sem perigo para Rui Silva. No Maradona, o Napoli precisaria de um Diego em seus melhores dias – ou de um correspondente – para reverter o placar e não dar adeus à última chance de título na temporada.