Jogada10
·17 de dezembro de 2024
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·17 de dezembro de 2024
A Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e a Liga Forte União (LFU) soltaram uma nota em conjunto contra partes da reforma tributária, nesta terça-feira (17). As duas ligas são contra o aumento da alíquota para as Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs), de 5% para 8,5%, de acordo com a proposta.
De acordo com as duas entidades, que representam, juntas, mais de 40 clubes do futebol brasileiro, a nova proposta poderia impedir o aumento do interesse estrangeiro no Brasileirão. Atualmente, a taxa é de 5%, sendo reduzida para 4% após o sexto ano da companhia.
O Congresso pode votar a reforma tributária ainda na noite desta terça. Os parlamentares estão votando, nos últimos dias, uma série de medidas antes do recesso, que começa na próxima segunda (23).
Apesar de ser a primeira vez que divulgam algo publicamente juntas, não é a primeira vez que as duas ligas trabalham em parceria. Nos bastidores, a Libra e a LFU estudam fazer uma proposta única para a venda dos direitos de transmissão do Brasileirão no ano que vem.
Em 2021, a Lei 14.193/2021 (“Lei da SAF”) foi publicada após inúmeras discussões envolvendo diversos Clubes de Futebol no Brasil e outros atores relevantes da sociedade civil, em um momento em que o futebol brasileiro sofria com os devastadores efeitos causados pela COVID-19, e pela dinâmica associativa até então vigente.
Ao criar o instituto da Sociedade Anônima do Futebol (“SAF”), a Lei facultou aos Clube a adoção de um modelo empresarial destinado especificamente ao futebol que lhes permitiria, por um lado, alinharem-se às recomendáveis práticas corporativas já adotadas em outros segmentos econômicos e, por outro, submeterem-se a um tratamento tributário e de reorganização de dívidas que tornasse o modelo atrativo a novos investimentos aptos a financiá-lo.
Estabelecendo, portanto, tanto prerrogativas quanto obrigações às SAFs, a Lei 14.193/2021 se mostrou um importante passo para a revitalização e para a modernização e profissionalização do futebol no território nacional. Em menos de três anos, 95 clubes ao redor do Brasil se transformaram ou nasceram enquanto SAFs. Dos clubes que disputaram a série A do Campeonato Brasileiro em 2023, 40% deles são SAFS.
Dentre os motivos que explicam a explosão deste número está, notadamente, o Regime de Tributação Específica do Futebol (TEF), que garantiu segurança jurídica e atraiu investimentos nacionais e internacionais. Isso porque a Lei da SAF estabelece que 5% das receitas de uma SAF devem ser recolhidos mensalmente – sendo que, a partir do início do 6º ano, a alíquota seria reduzida para 4% e a base de cálculo majorada.
Na contramão desse processo bem sucedido, e após longas tratativas sobre o tema, que culminaram em um texto aprovado no Senado Federal, a Câmara dos Deputados sinaliza que poderá rejeitar a manutenção da tributação da SAF e impor um aumento da ordem de 120% (cento e vinte por cento).
A aprovação desta alteração, caso se confirme, poderá impedir a criação, como já se anuncia dentro e fora do País, do futuro maior mercado do planeta; e, pior: afastar investimentos futuros, com enormes impactos esportivos, sociais e econômicos; e desincentivar projetos em andamento – inclusive aqueles que já se revelam exitosos.
Por esta razão, o nosso Clube manifesta publicamente sua enorme preocupação com a iminente reversão do recém-criado Regime de Tributação Específica do Futebol (TEF) proposta na Câmara dos Deputados, que poderá inviabilizar o resgate do futebol brasileiro e a afirmação da empresa futebolística.
17 de dezembro de 2024.