LFV: «Se impusesse treinadores, Rúben Amorim era treinador do Benfica» | OneFootball

Na primeira entrevista em dois anos, Luís Filipe Vieira abordou o momento do clube, incluindo a saída de Roger Schmidt e a presidência de Rui Costa.

Depois de abordar a saída de João Neves e deixar críticas ao atual presidente, o ex-dirigente encarnado referiu que Rui Costa «não aguenta a pressão» e que Rúben Amorim - treinador do Sporting - seria o seu treinador.

«O Rui Costa não tem a minha pedalada»

Sobre Rui Costa: «Os momentos que o Benfica viveu são fortes. Ele (Rui Costa) não aguenta a pressão, conheço-o bem. Fez bem ir de férias, o início da época foi muito violento. Toda a gente sabe que eu não ia de férias. O Rui Costa não tem a minha pedalada. Sei que estava com uma pressão enorme.», disse LFV sobre as férias do atual presidente.

«Trabalhei com Jorge Jesus durante 6 anos e, contra a vontade todos, ele ficou. Não há lá uma pessoa que diga o contrário. O Rui Costa? Foi o primeiro. Chegámos às finais, era sinal que havia muito trabalho. Não vou desfazer uma equipa. Quando o Rui Vitória veio para o Benfica já estava escolhido há um ano. Disse-lhe que no dia que Jorge Jesus fosse embora ele podia treinar o Benfica»

Sobre a hipótese Amorim e a escolha Bruno Lage: «Nunca impus um treinador. Se assim fosse, Rúben Amorim era nosso treinador. O Bruno Lage, na primeira divsão, devia ser o mais caro do futebol português. Quando chegámos a acordo com o Rui Vitória, passado uma hora liguei para o Lage e disse-lhe que ia treinar o Benfica», disse  o ex-presidente sobre a entrada de Bruno Lage na equipa principal do Benfica.

«Entra num período muito difícil do Benfica. Se foi a primeira opção, à noite era comunicado que o treinador era o Bruno Lage. De certeza que Bruno Lage não foi a primeira opção de Rui Costa. Basta ver as notícias dos jornais. Quando o pus o Lage no Benfica, foi com uma convicção e fomos campeões. O Bruno Lage é um treinador de grande trabalho e qualidade.»

«O Bruno Lage, na minha ótica, é um grande treinador. Se despedi? Há alturas em que temos de tomar decisões. Vencemos o FC Porto, tínhamos 7 pontos de avanço. O Bruno, na minha ótica, foi muito idolatrado nos primeiros tempos, até pela comunicação social. Um dia cheguei a Itália e até disse ao Jorge (Mendes): "Já o chamam de novo Mourinho". A pressão mediática derrubou-o. Ficámos amigos, mas tinha de tomar uma decisão naquele momento.»

«Quando Schmidt disse para os adeptos ficarem em casa, não passava dali»

Sobre o despedimento de Roger Schmidt, Vieira glorificou o lançamento dos jovens, mas considerou que a sua saída pecou por tardia.

«Fez o primeiro campeonato e ganhámos. Lançou o João Neves, que era suplente na equipa B, o António Silva, e dificilmente um outro treinador lançaria esses dois jogadores. Houve um grande trabalho da parte dele nesse sentido.»

«Na segunda época, para além de correr tudo mal, foi o facto de destratar os adeptos do Benfica. Também me faziam o mesmo a mim, mandavam-me garrafas de água, faz parte. Para mim, quando disse para os adeptos ficassem em casa, ficava ali. 'Míster, fale com o seu advogado e amanhã não treina', era o que dizia.»