Trivela
·29 de março de 2022
In partnership with
Yahoo sportsTrivela
·29 de março de 2022
A Polônia decepcionou em suas últimas aparições nos torneios internacionais, mas sempre se manteve competitiva em eliminatórias. Desta vez, mesmo passando pela repescagem, o time se confirmou no Mundial de 2022. Os alvirrubros precisaram lidar com a saída do técnico Paulo Sousa às vésperas da fase decisiva, mas pegaram um atalho diante das sanções à Rússia, que classificaram a equipe diretamente para a final. Empurrados pela torcida em Chorzów, então, os poloneses fizeram sua parte contra a Suécia e carimbaram o passaporte rumo ao Catar. Seria uma partida equilibrada, até que o time da casa punisse os erros dos escandinavos e dominasse o segundo tempo. Lewandowski abriu o placar por 2 a 0 e, mais uma vez, terá a chance de referendar seu talento com a aparição na Copa.
A Polônia vinha escalada num 4-1-4-1. Robert Lewandowski era a referência no ataque. Outro destaque ficava à dupla de zaga formada por Kamil Glik e Jan Bednarek. Já Piotr Zielinski, principal peça na armação, vinha mais aberto na direita. A Suécia entrou em campo num 4-4-2, mas modificado em relação à vitória sobre a República Tcheca. Robin Quaison entrou no ataque após ser herói nas semifinais, ao lado de Alexander Isak. Dejan Kulusevski fazia a meia direita, enquanto Emil Forsberg seguia na esquerda. Jesper Karlström era outra novidade no meio.
Os primeiros minutos de jogo foram mais travados, sem que nenhuma das equipes se estabelecesse. Lewandowski apareceu pela primeira vez aos 11 minutos, mas não cabeceou bem o cruzamento de Matty Cash. Do outro lado, a Suécia começou a acelerar e a arriscar mais os chutes. Os escandinavos cresceram nesse momento, apostando principalmente na velocidade de seus homens de frente. Aos 19, após uma bola roubada no meio, Forsberg bateu cruzado e forçou ótima defesa de Wojciech Szczesny.
Com o passar dos minutos, a Suécia apresentava mais organização. Tinha uma equipe mais bem postada defensivamente e isso conteve a Polônia, com dificuldades de conectar Lewandowski. O centroavante precisava se movimentar mais e buscar o jogo, bem marcado na frente. Depois dos 25 minutos, os poloneses teriam outras oportunidades de finalizar, mas sem tanto espaço para conseguir causar grandes problemas aos suecos. Cash apareceu na área, sem precisão. Com o passar do tempo, o embate voltou a ficar mais truncado, entre um time com problemas para criar e outro que não fazia tanto nos contragolpes.
A Polônia voltou para o segundo tempo com Grzegorz Krychowiak no meio. E, mesmo que a primeira finalização tenha sido da Suécia, o substituto fez a diferença. Krychowiak acabou derrubado na área logo aos três minutos, num pênalti claro cometido por Karlström. Lewandowski cobrou e, com muita calma, balançou o barbante. Com isso, os suecos precisavam sair ao ataque. Os escandinavos não demoraram a responder, mas a defesa polonesa se desdobrou. Szczesny realizou boa defesa contra Forsberg, antes que Victor Lindelöf mandasse uma cabeçada ao lado da meta.
A Polônia esfriou um pouco o jogo depois disso e voltou a arriscar em batidas de longe. Num momento em que a Suécia precisava de energia, Mattias Svanberg e Anthony Elanga entraram na equipe aos 22. Os suecos voltaram a intensificar as ações ofensivas. Aos 27, porém, um erro dos escandinavos permitiu que os poloneses ampliassem a diferença. Zielinski bateu a carteira de Marcus Danielson e avançou sozinho para a área. Diante de Robin Olsen, o meia bateu no canto e correu para o abraço.
A situação da Suécia se tornava dramática e a Polônia aproveitava o baque para tentar o terceiro. Olsen seria providencial, com uma defesaça em cabeçada de Bednarek aos 30 e logo depois fazendo milagre ainda maior em testada de Lewandowski. Os escandinavos estavam nas cordas e só seguiam no confronto graças ao goleiro. Logo depois, a Suécia acionou seu banco, com Zlatan Ibrahimovic e Jesper Karlsson em campo. Pouco fizeram. Os suecos estavam uma pilha de nervos, contra os poloneses bem mais confiantes. E de novo Olsen salvaria a pele de seu time nos acréscimos, em pancada de Lewandowski. Do outro lado, os auriazuis se limitavam a chuveirinhos. Não teriam forças para mudar o panorama do duelo e impedir a festa merecida dos alvirrubros pelos 90 minutos mais contundentes.
A Polônia se classifica à sua nona Copa do Mundo, a segunda consecutiva, após as ausências em 2010 e 2014. Lewandowski concentra os holofotes e, até considerando a decepção de outras ocasiões, o sucesso dos alvirrubros parece mais dependente de seu craque. Não foi uma campanha tão reluzente nas Eliminatórias, inclusive pelas dificuldades para perseguir a Inglaterra em sua chave. Nessa terça, ao menos, o time funcionou como deveria e abriu um confronto duro para garantir a classificação ao Mundial. Dependerão da continuidade do trabalho do técnico Czeslaw Michniewicz para ver se a equipe ganha mais recursos no Catar e, enfim, Lewa tenha uma campanha marcante pela seleção. Do outro lado, a Suécia até parecia ter mais alternativas que os poloneses por seus destaques individuais. O futebol tantas vezes burocrático, porém, não contou com a eficiência desta vez e os escandinavos se ausentam da Copa após o bom papel em 2018. Assim como ocorreu no grupo contra a Espanha nas Eliminatórias, os suecos derreteram na hora de maior pressão.