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·06 de janeiro de 2023

Lenda da Sampdoria, Juventus e Chelsea, Gianlucca Vialli será sempre lembrado pelos seus feitos

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O futebol italiano acordou mais triste nesta quinta-feira, com a notícia do falecimento de Gianluca Vialli, aos 58 anos. Ele foi vítima de um câncer no pâncreas, com o qual lutou por desde 2017. Atacante, Vialli marcou época pelo seu futebol, pelo seu papel nos títulos importantes conquistados pela Sampdoria, Juventus e Chelsea, os clubes que marcaram sua carreira, e pela seleção italiana, pela qual disputou duas Copas do Mundo. Além disso, Vialli era também muito marcante pela sua personalidade, um sorriso que o mundo se acostumou a ver.

Em novembro de 2018, Vialli revelou ao mundo que superou uma batalha de um ano contra o câncer no pâncreas, que infelizmente retornaria em dezembro de 2021. Assistente do técnico Roberto Mancini na seleção italiana, ele se afastou do cargo em dezembro de 2022 quando precisou dar mais atenção à batalha contra a doença. Neste dia 6 de janeiro, foi informada a sua morte, tristemente, aos 58 anos.


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“Gianluca era uma pessoa maravilhosa e deixa um vazio insuportável, na seleção e em todos que apreciaram suas extraordinárias qualidades humanas”, afirmou o presidente da Federação Italiana de Futebol, FIGC, Gabriele Gravina.

A mensagem da Sampdoria sobre a morte de Vialli é emocionante. “Você nos deu tanto, nós demos tanto a você: sim, foi amor, recíproco e infinito. Um amor que não irá morrer hoje com você. Continuaremos a te amar e te adorar porque, como você bem sabe, você é melhor que Pelé. E porque, apesar de tudo, nossa linda temporada está destinada a nunca terminar”.

“Lembraremos de você como um garoto e um incansável centroavante, porque heróis são todos jovens e lindos e você, desde aquele verão de 1984, tem sido nosso herói. Forte e bonito, com a camisa 9 nas costas e a bandeira italiana costurada no coração”, diz ainda a mensagem da Sampdoria.

O Chelsea também deixou uma mensagem sobre o seu ex-jogador. “Você fará falta para muitos. Uma lenda para nós e todos do futebol. Descanse em paz, Gianluca Vialli”, diz a nota do Chelsea. “Assim que entrou pela porta em Stamford Bridge quando já era uma estrela do futebol mundial, Luca declarou seu desejo de se tornar uma lenda do Chelsea. É uma meta que ele sem dúvida alcançou, reverenciado por seu trabalho em campo e no banco de reservas durante alguns dos anos de maior sucesso de nossa história. Amado por torcedores, jogadores e funcionários em Stamford Bridge, Luca fará muita falta não apenas para a comunidade do Chelsea, mas para todo o mundo do futebol, inclusive em sua terra natal, a Itália, onde ele era uma figura tão icônica”.

“Este é realmente um dia terrível para o Chelsea Football Club. A lenda de Gianluca viverá em Stamford Bridge. Seu impacto como jogador, treinador e, mais importante, como pessoa, ficará para sempre escrito na história do nosso clube. Enviamos nossas sinceras e profundas condolências à sua família e amigos”, afirmou o presidente do Chelsea, Todd Boehly.

Pela seleção italiana, esteve em duas Copas do Mundo, em 1986 e 1990, e fez 59 jogos e marcou 16 gols.

Início de carreira na Cremonese

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Gianluca Vialli, no início de carreira pela Cremonese

Gianluca Vialli começou a carreira na Cremonese e passou seus primeiros quatro anos no futebol profissional no clube. Embora ele não tenha disputado a Serie A pelo clube, foi o grande responsável por levar a equipe de volta à primeira divisão depois de 54 anos. Na base do clube desde os 14 anos, estreou pelo time principal aos 16, ainda na Serie C1, em 1980/81. Em 1983/84, foi o craque do time no acesso, com 10 gols em 37 jogos. Antes da estreia na elite italiana, o craque foi vendido à Sampdoria em julho de 1984 e também faria história pelo clube de Gênova.

Ao lado de Mancini e Cerezo, o scudetto da Sampdoria em 1991

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1991 archivio Storico Image Sport / Sampdoria / Gianluca Vialli / foto Imago/Image Sport

Contratado pela Sampdoria, Vialli fez parte de um time que é histórico. Naqueles anos 1980 e 1990, o Campeonato Italiano era a principal liga de futebol do mundo. Já na primeira temporada no clube, conquistou o título da Copa da Itália, em 1984/85, em uma final com o Milan. Depois de vencer o jogo de ida, em Milão, com gol de Graeme Souness, os Blucerchiati venceram em casa com gols de Roberto Mancini e Gianluca Vialli.

Venceria novamente o torneio em 1987/88 e depois em 1988/89. Em 1989/90, o clube italiano conquistou uma competição que não existe mais, a Recopa, que reunia os campeões de Copas da Europa. O time, então, partiu para uma conquista que se tornaria ainda mais marcante: a Serie A de 1990/91.

Era uma época que não só o trio de gigantes italianos era concorrente, com Juventus, Milan e Inter, mas tinha também o time de um craque: o Napoli, de Diego Maradona, dono da taça na temporada 1989/90. Com o trio Toninho Cerezo, no meio-campo, e o ataque formado por Roberto Mancini e Gianluca Vialli, a Sampdoria se tornou letal. Vialli seria o artilheiro da Serie A na temporada, com 19 gols. O time superou Milan e Inter, empatados em segundo lugar, além de uma campanha histórica do Genoa, quarto colocado naquele ano, a melhor campanha do clube em décadas.

No ano seguinte, como campeão italiano, representou o país na Champions League e fez uma campanha histórica, batendo na trave para conquistar o título. O time perdeu apenas na final, para o Barcelona de Johan Cruyff e Ronald Koeman, autor do gol do título, na prorrogação. Mesmo assim, deixaria um legado de histórias e grande futebol. Encerrou a sua passagem pelo clube com 328 jogos e 141 gols.

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Na Juventus, campeão italiano e da Champions League

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Gianluca Vialli com a camisa da Juventus

O título italiano conquistado pela Sampdoria chamou a atenção da Juventus, que foi buscar Vialli em 1992. Atuando pela Velha Senhora, Vialli fez mais história. Conquistou a Copa da Uefa pela Juve, em 1992/93, em uma final diante do Borussia Dortmund. Além de Vialli, a Juve tinha no seu time Roberto Baggio, o grande craque do time, além dos alemães Jürgen Kohler e Andreas Möller. Era uma prévia do que vinha pela frente.

Em 1994/95, a Juventus foi arrasadora. Vialli atuou em 46 jogos e marcou 22 gols, somando todas as competições. A Juventus venceu a Serie A com 10 pontos de diferença para o segundo colocado, Parma, sem deixar qualquer margem de dúvida. O time ainda conquistou a Copa da Itália, fazendo a dobradinha local.

Na temporada seguinte, viria a maior glória: a conquista da Champions League. Em uma final repetida do ano anterior, a Juventus desta vez venceu o Ajax, de Louis van Gaal, nos pênaltis, após empatar por 1 a 1 no tempo normal. Vialli era o capitão do time, que já tinha o jovem Alessandro Del Piero vestindo a camisa 10 e Fabrizio Ravanelli como outro companheiro de ataque.

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Desbravador na Inglaterra como técnico-jogador do Chelsea

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Gianluca Vialli em atuação pelo Chelsea, em 1996 (Ben Radford/Allsport)

Em 1996, aos 32 anos, trocou a Juventus pelo Chelsea, se aventurando na Inglaterra. Por lá, continuou conquistando títulos. Logo na sua primeira temporada, conquistou a Copa da Inglaterra, em 1997.

No ano seguinte, aumentaria a lista de troféus com a Copa da Liga e a principal conquista internacional do Chelsea até o título da Champions League em 2012: a Recopa, ou Copa dos Campeões de Copas, em uma final contra o Stuttgart. Na temporada seguinte, ainda venceria a Supercopa da Uefa, que envolvia o campeão da Champions contra o campeão da Recopa.

Em 1998, ele se tornou técnico-jogador do Chelsea e se tornou, assim, o primeiro italiano a ser técnico de um time da Premier League. Pendurou as chuteiras definitivamente em 1999 como jogador, mas seguiu no clube como técnico. Dirigiu o time na conquista do título da Copa da Inglaterra, em 2000, diante do Watford. Acabaria demitido na temporada seguinte.

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Coordenador na seleção italiana junto com Roberto Mancini

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Gianluca Vialli junto a Roberto Mancini no comando da seleção italiana (Claudio Villa/Getty Images)

Depois da experiência como técnico do Chelsea, Vialli ainda atuou como técnico em apenas um clube, o Watford, de julho de 2001 a junho de 2002, na segunda divisão inglesa. Seu sucesso mesmo viria em parceria com o antigo companheiro de ataque, Roberto Mancini, na seleção italiana. Junto com Mancini na comissão técnica da Itália, ajudou a moldar o time que seria campeão da Eurocopa em 2021. Ele se afastou da sua função em dezembro de 2022 na esperança de vencer a doença e voltar ao cargo, mirando a Euro 2024. O câncer não permitiu.

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