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·14 de abril de 2025
Landim descumpriu Estatuto do Flamengo, diz parecer

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·14 de abril de 2025
A reunião do Conselho Deliberativo do Flamengo desta terça-feira (15) promete ser agitada. Conselheiros vão se reunir para a votação do balanço financeiro de 2024, e o parecer do Conselho Fiscal aponta que a gestão anterior descumpriu de regras fiscais que podem levar à responsabilização de Landim. Aliados do ex-presidente falam em acusações políticas.
O Demonstrativo Financeiro do Flamengo indica um recorde na receita recorrente na última temporada: R$ 1.227 bilhão. Por outro lado, o clube apresentou déficit e teve aumento significativo no endividamento, algo que não ocorria desde 2020, ano afetado pela pandemia de Covid-19. O resultado negativo foi de R$ 700 mil, e a dívida líquida saltou de R$ 50 milhões para R$ 327 milhões.
Isso foi resultado principalmente da redução de caixa no final da temporada passada. E o parecer do Conselho Fiscal aponta que a gestão Landim descumpriu regras fiscais ao aumentar consideravelmente os gastos no segundo semestre de 2024.
O documento feito pela comissão de finanças que será apresentado ao CoDe nesta terça diz que o ex-presidente descumpriu o artigo 145 da Lei de Responsabilidade do Flamengo. Os conselheiros terão acesso ao parecer antes da votação. A informação é do jornalista Rodrigo Mattos, do 'UOL'.
O argumento é que, durante os 180 dias finais de mandato, Landim não poderia ter assinado compromissos que extrapolassem o período no cargo ou não houvesse caixa para bancar. Esse aumento de gasto se deu pela compra do terreno do Gasômetro e investimento em contratações na segunda janela, Plata e Alcaraz.
O parecer aponta que o endividamento líquido do clube foi R$ 247 milhões acima do orçado e critica a antiga gestão por não pedir uma revisão de orçamento. Por fim, afirmar que o déficit de 700 mil reais foi acima do permito pelo clube.
Aliados do ex-presidente alegam que o clube multiplicou a receita durante os mandatos e garantem que o Conselho Fiscal referendou as contas. Além disso, acusam o atual presidente, Luiz Eduardo Baptista, de ter descumprido o Estatuto ao impedir a votação do orçamento proposto pela antiga gestão. A previsão orçamentária deste ano será apresentada em abril.
Essa ala defende que o déficit está relacionado também com a alta do dólar e que as contas do clube estão muito melhores em comparação com 2019, quando Landim assumiu a presidência. Outra argumentação é que o presidente deixou R$ 70 milhões em caixa. Vale destacar, no entanto, que Bap atribui o aumento de caixa a ações prévias de sua gestão.
De acordo com o 'UOL', conselheiros ligados à atual gestão devem lutar para a reunião deste terça aprovar as contas de 2024 com ressalvas. Isso abriria a possibilidade de Landim ser responsabilizado pelo descumprimento de regras.
O Artigo 29 do Estatuto do Flamengo estabelece que os dirigentes são responsáveis por perdas e danos causados ao patrimônio do clube, bem como por prejuízos decorrentes de atos praticados com dolo ou culpa, ou por omissão. Mas isso depende de confirmarem as irregularidades após investigação e a abertura de um processo do caso.
Em outubro, os presidentes dos poderes do Flamengo emitiram uma nota em conjunto para cobrar explicações de Landim sobre situação financeira do clube. O documento citou os gastos restando 180 dias para o fim da gestão e solicitou a apresentação do orçamento e o saldo que o clube possui em caixa.
As acusações feitas pelos presidentes do Conselho renderam a defesa do Flamengo em forma de nota oficial. Documento que cita os bons resultados financeiros e aprovações de contas da gestão Landim, além de acusar o movimento de ser eleitoreiro.
"A gestão exercida pelo Presidente Rodolfo Landim sempre se pautou pela responsabilidade orçamentária e fiscal, todas as suas contas foram submetidas a auditoria externa e jamais houve qualquer descumprimento das normas estatutárias, em especial aquelas imputadas no citado Ofício, que, repita-se, foi indevidamente levado ao conhecimento público."
" (...) É preciso esclarecer que todas as despesas e atos do Presidente do Conselho Diretor foram praticados em estrita obediência às normas estatutárias do Clube de Regatas do Flamengo. O Clube vem realizando a execução orçamentária dentro da meta estabelecida e respeitando o limite previsto no artigo 146, inciso III, do Estatuto Social, o que revela ser ainda mais inapropriada a interferência ora tratada", dizem trechos da nota.