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Luiz Signor·25 de novembro de 2020

La Mano de D10s, técnico e mais: Maradona fez de tudo com a Argentina

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Diego Armando Maradona, ou pura e simplesmente “Dios” para os argentinos, deixou o mundo que conhecemos nesta quarta-feira (25 de novembro de 2020) sendo, de fato, um verdadeiro Deus para os nossos vizinhos. E fez de tudo um pouco com a seleção da Argentina.

Liderou a Albiceleste ao título da Copa de 1986, deixou o Mundial de 94 pela porta dos fundos e, anos mais tarde, tentou outro título mundial, mas desta vez como treinador e comandando Messi.


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Após explodir com a camisa do Argentinos Juniors, chegou ao Boca Juniors em 1981. E, no ano seguinte, disputou sua primeira Copa do Mundo. Então campeã, a Argentina caiu na segunda fase do Mundial na Espanha, com o futuro craque marcando duas vezes.

La Mano de D10s e o gol do Século

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Após duas temporadas no Barcelona, Maradona já defendia o Napoli, clube onde virou mito, quando liderou a Argentina na Copa de 86, disputada em solo mexicano.

Exibiu o seu melhor futebol, encantando (ainda mais) os argentinos e deixando os rivais boquiabertos.

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Foram cinco gols e cinco assistências. E dois deles ficaram reservados para o aguardado duelo contra a Inglaterra, pelas quartas de final.

O jogo estava 0 x 0 quando Maradona usou a mão para tirar a bola do goleiro Peter Shilton e abrir o placar (foto abaixo). Era a “La Mano de D10s”. Gol ilegal? Não. Foi, na verdade, uma licença poética para os argentinos.

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O jogo em si transcendia ao futebol. Argentina vivia uma Ditadura Militar quando travou guerra com a Inglaterra entre 9 de abril e 14 de junho de 1982 pelas Malvinas, um arquipélago localizado no Oceano Atlântico e próximo ao território argentino.

Foram mais de 904 soldados mortos, sendo 649 argentinos até a rendição do país sul-americano.

Aquele jogo, o primeiro entre as seleções desde o confronto bélico, valia muito mais para os argentinos. Era a chance de tentar curar um ferida histórica. Era uma guerra. Mas em quatro linhas.

E Maradona ainda faria mais. Se livrou de cinco ingleses para fazer o “Gol do Século” e garantir o 2 x 0 – os ingleses só conseguiram marcar uma vez.

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Gol que o consagrou de vez no Estádio Azteca, o mesmo que celebrou o tri do Brasil em 70. O título mundial contra a Alemanha Ocidental foi apenas uma “consequência” para a Argentina do Dios Maradona.


Despedida por baixo em 94

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Após a dolorida derrota na final da Copa de 1990 para a Alemanha – Maradona contribuiu com apenas duas assistências -, a Argentina chegou para o Mundial dos Estados Unidos com a esperança de, enfim, levar o tri.

Aquela seleção tinha, por exemplo, Sensini, Redondo, Caniggia, Simeone, Ruggeri e ele, Maradona. Era uma grande time e vinha do título da Copa América – que segue sendo o último conquistado na história.

E Maradona foi para a Copa nos EUA após 15 meses suspenso por uso de cocaína, quando estava no Napoli – Voltou a atuar pelo Sevilla e foi convocado defendendo o Newell’s Old Boys.

Ele marcou um belo gol no jogo inaugural dos hermanos, o terceiro no 4 x 0 sobre a Grécia – Batistuta tinha feito os dois primeiros. Comemorou com raiva, indo em direção à uma câmera e imortalizando o “El Grito”.

Tinha 33 anos e queria mostrar que ainda era um gênio.

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Só que a sua continuidade na Copa durou pouco. Após a vitória da Argentina sobre a Nigéria, ele foi escolhido para o exame antidoping, deixando o jogo de mãos dadas com uma enfermeira – outra imagem que ficou eternizada.

Ele testou positivo para efedrina antes da partida contra a Bulgária e foi excluído do Mundial. A Argentina cairia nas oitavas de final para a Romênia. E Maradona jamais voltaria a defender a Albiceleste.

Foram 34 gols – oito em Copas – em 91 partidas com a seleção. Além da Copa de 86, levou o Troféu Artemio Franchi de 93 – disputado entre os campeões da Copa América e da Euro apenas duas vezes. E, com a sub-20, o Mundial de 1979.

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Vaga com sofrimento e saída após goleada

Maradona foi o escolhido para assumir o comando da seleção argentina no dia 28 de outubro de 2008, substituindo Alfio Basile, seu treinador na Copa de 90 e demitido após resultados ruins as Eliminatórias.

O maior ídolo argentino na condição de atleta só tinha tido duas curtas experiências como treinador.

A missão de levar a Argentina ao Mundial da África do Sul foi cumprida, mas apenas na última rodada – com uma vitória dramática contra o Uruguai por 1 x 0 graças ao gol de Bolatti aos 39 minutos do segundo tempo.

A Argentina levou 6 x 1 da Bolívia em Laz Paz (foto abaixo) e viu o Brasil fazer 3 x 1 em Rosario. Sofreu, mas foi à Copa.

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Os hermanos não encontraram dificuldade na fase de grupos. Vitórias sobre Nigéria, Coreia do Sul e Grécia. E o time de Messi & Cia. foi às quartas de final ao fazer 3 x 1 no México. Mas não passou de tal fase.

As presenças do já citado astro do Barcelona, Tevez, Mascherano, Higuaín, Di María e Agüero não foram suficientes. A Alemanha fez 4 x 0, colocando um ponto final no sonho argentino.

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E Maradona deixou o comando da seleção 21 dias depois. Ele há havia ameaçado deixar o posto se modificassem a sua comissão técnica, o que aconteceria. E a queda precoce no Mundial também não ajudou.


Foto destaque: Olga Matseva/AFP via Getty Images