Kwadwo Asamoah, africano com mais jogos pela Serie A, brilhou por Udinese e Juventus | OneFootball

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·02 de dezembro de 2022

Kwadwo Asamoah, africano com mais jogos pela Serie A, brilhou por Udinese e Juventus

Imagem do artigo:Kwadwo Asamoah, africano com mais jogos pela Serie A, brilhou por Udinese e Juventus

Entre as 279 partidas que disputou na Serie A, o ganês Kwadwo Asamoah trajou branco e preto na maioria delas. É que ele despontou para o futebol internacional jogando pela Udinese, onde viveu anos incríveis. Depois, alcançou o auge em Turim, com uma Juventus que ganhou todos os títulos nacionais na década de 2010. As lesões, contudo, prejudicaram a reta final da carreira do ala-esquerdo, que teve passagem irregular pela Inter e quase não atuou em seu breve período no Cagliari.

Kwadwo nasceu em Acra, capital e maior cidade de Gana. Ele começou a levar o futebol mais a sério em 2005, quando tinha 17 anos e passou a integrar o setor juvenil do Kaaseman FC. Não demorou muito para que o garoto se transferisse para um clube de maior porte. O Liberty Professionals é um time novo, fundando em 1997, mas que alcançou alto patamar rapidamente. Jogadores como Michael Essien, Asamoah Gyan, Sulley Muntari, entre outros, passaram por lá antes de fazer sucesso na Europa.


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Em 2008, Kwadwo fez parte do grupo que disputou, em casa, a Copa Africana de Nações. Não entrou em campo, mas ganhou experiência e adicionou a seu currículo uma medalha de bronze da mais importante competição de seu continente. Na seleção, herdou a camisa 10, que é tradicionalmente usada pelos grandes jogadores dos Estrelas Negras. Já estamparam o número nas costas atletas como Abdul Razak, Abedi Pelé e Stephen Appiah.

Ainda em 2008, o jovem Kwadwo chamou a atenção do Bellinzona, clube suíço que o contratou e logo teve de repassá-lo ao Torino, porque não obteve um visto de trabalho no país alpino. Asamoah foi adquirido pelo Toro por empréstimo com direito de compra fixado em 3 milhões de euros.

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Na Udinese, Asamoah se valorizou e ganhou destaque no futebol italiano (Getty)

Na Itália, chegou sob olhares desconfiados de torcedores que nunca o tinham visto jogar e não sabiam ao certo se ele era um trequartista ou um volante ofensivo. Asamoah não chegou a atuar no time profissional do Toro e, depois de esquentar o banco em algumas partidas e ser utilizado nas categorias de base dos granata, foi repassado à Udinese. Apesar de poder fazer parte da equipe Primavera, o ganês de 20 anos recém-completados chegava para compor o elenco principal, diferentemente do que alguns apostavam. Demorou pouco mais de cinco meses para que Kwadwo deixasse de ser uma incógnita e mostrasse do que era capaz.

Em janeiro de 2009, finalmente, ganhou uma chance de verdade, com o técnico Pasquale Marino, e não decepcionou. A má fase de Gökhan Inler fez com que o treinador apostasse no jovem ganense. Grande cartada. A estreia de Asamoah na Serie A aconteceu no dia 11 de janeiro, nos últimos 20 minutos do empate contra a Sampdoria.

No domingo seguinte, Kojo, como era apelidado, iniciou a partida entre os 11 titulares e não abandonou mais o posto, chegando a marcar seu primeiro gol em vestes alvinegras na vitória por 3 a 1 contra a Fiorentina. No fim das contas, compôs o meio-campo bianconero com muita eficiência e se tornou uma das grandes revelações daquele campeonato.

Atuando como box-to-box, com grande poder de marcação, habilidade para sair jogando, velocidade e boa visão de jogo, Asamoah ajudou a dinamizar as transições da Udinese, ao lado dos chilenos Mauricio Isla e Alexis Sánchez. Agradou tanto que, ao final da temporada, o clube friulano fez valer seu direito de compra e adquiriu seu passe junto ao Bellinzona pela bagatela de 800 mil euros. Nesse pequeno espaço de tempo, Kojo mostrou o grande atleta que poderia se tornar e se valorizou consideravelmente. Ou seja, a agremiação bianconera provou que estava certa em apostar em seu futebol e que tinha mais um tesouro em mãos.

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Bastante dinâmico, Kojo foi um dos pilares da fase mais vitoriosa da história da Juventus (Getty)

A ascensão meteórica lhe rendeu comparações com compatriotas de peso, como Essien e Appiah, com a vantagem de ser mais habilidoso do que os dois. A serviço da seleção ganesa, Asamoah viveu grandes momentos no ano de 2010. Isso porque foi vice-campeão da Copa Africana de Nações, perdendo do Egito, na final, por 1 a 0, e disputou a Copa do Mundo. No Mundial realizado na África do Sul, os Estrelas Negras estiveram muito perto de alcançar as semifinais, mas pararam nas mãos de Luis Suárez e Fernando Muslera, e na cavadinha de Sebastián “Loco” Abreu. Kwadwo foi titular em todos os jogos, atuando por dentro em uma linha de quatro meio-campistas, no 4-1-4-1 do técnico Milovan Rajevac.

Era de se esperar que o promissor atleta, em destaque no time friulano, chamasse a atenção de gigantes do futebol europeu. Juventus e Inter despontaram como possíveis destinos ao camisa 20. No fim das contas, ele acabou acertando com a Vecchia Signora, no verão de 2012. Deixou a Udinese após 134 jogos, oito gols e nove assistências. O ganês custou 9 milhões de euros aos cofres da Juve, que viu sua nova aquisição marcar um golaço logo em seu primeiro compromisso oficial vestindo a camisa bianconera.

Na eletrizante vitória por 4 a 2 sobre o Napoli na decisão da Supercopa Italiana, Arturo Vidal inverteu o jogo, da direita à esquerda, buscando Asamoah, totalmente livre: ele pegou de primeira, na veia, sem chances para o goleiro Morgan De Sanctis. A boa impressão contra os napolitanos foi um prelúdio do que o camisa 22 entregaria posteriormente. Ala canhoto no 3-5-2 de Antonio Conte, ele atravessou temporadas de alto nível na Juventus. Não à toa, foi eleito o melhor atleta da Supercopa Italiana de 2012, jogador ganês do ano duas vezes (2012 e 2013) e entrou para a seleção dos melhores da Serie A em 2014.

No entanto, depois de três campanhas de solidez pelo flanco canhoto da Juventus, Asamoah começou a sofrer com lesões. Em 4 de novembro de 2014, a equipe do Piemonte bateu o Olympiacos, por 3 a 2, em Turim, pela Grupo A da Champions League. O africano, contudo, deixou o campo contundido. Ele havia machucado o joelho. A contusão o fez se ausentar dos gramados por sete meses. O retorno ocorreu no final da temporada 2014-15, quando a Vecchia Signora já tinha garantido a dobradinha – Serie A e Coppa Italia. Os italianos ainda perderam a Liga dos Campeões naquela temporada, após sucumbirem ante o Barcelona, por 3 a 1, em Berlim.

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Já em declínio físico, Asamoah defendeu a Inter (Getty)

Asamoah voltaria a se machucar com frequência em 2015-16, de modo que finalizaria a temporada com apenas 13 jogos e duas assistências – a lesão também lhe deixaria longe da seleção ganesa por um longo período. Bom para o brasileiro Alex Sandro e o francês Patrice Evra, que tomaram conta da ala canhota. No decorrer da temporada 2016-17, Massimiliano Allegri passou a utilizar com frequência um sistema tático com linha de quatro na defesa. Kojo, acostumado a atuar mais adiantado, teve de jogar como lateral-esquerdo.

Após seis anos de Juventus, Asamoah optou por não renovar contrato com os bianconeri ao fim da temporada 2017-18. Deixou o clube com seis scudetti, quatro títulos da Coppa Italia e três taças da Supercopa Italiana. A parada seguinte do ganês, entretanto, fez alguns juventinos torcerem o nariz. O atleta reforçaria a Inter, uma das grandes rivais da Velha Senhora. Sob o comando de Luciano Spalletti, jogou como lateral-esquerdo, no 4-2-3-1 implementado pelo técnico. Kojo fez uma temporada 2018-19 regular com a camisa nerazzurra, mas falhou em um momento crucial.

Contra o PSV Eindhoven de Mark van Bommel, em duelo válido pela última rodada do Grupo B da Liga dos Campeões, o camisa 18 perdeu a bola no campo de defesa para Steven Bergwijn, que avançou e cruzou na cabeça de Hirving Lozano, atacante mexicano que mais tarde viria a defender o Napoli. Os italianos chegaram a empatar a peleja, mas foi só. Assim, o clube milanês teve de se contentar com a transferência para Liga Europa.

Na temporada seguinte, Conte, seu velho conhecido da época de Juventus, aportou em Milão para treinar a Inter. A situação, porém, era totalmente diferente do início da década de 2010, quando o africano estava em seu auge. Asamoah, mais uma vez, foi prejudicado devido às lesões, e a Beneamata fechou com o inglês Ashley Young para servir como opção à ala esquerda. Assim, Kwadwo ficou de fora do projeto técnico do técnico salentino, que não o escalou em sequer uma partida no returno da temporada.

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O ganês se despediu do futebol após melancólica passagem pelo Cagliari (Getty)

Descartado pelo treinador interista, Asamoah rescindiu contrato com os nerazzurri em outubro de 2020 e permaneceu alguns meses parado. Também já havia se aposentado da seleção ganesa, com a qual disputou cinco edições da Copa Africana de Nações e duas da Copa do Mundo. Kojo ficou sumido até fevereiro de 2021, quando especulações o ligavam à Sampdoria. No entanto, atleta assinou com o Cagliari: aquele contrato, válido apenas até o fim da temporada, seria seu último antes de pendurar as chuteiras.

Na Sardenha, Kojo jogou pouco: entrou em campo nove vezes, disputou apenas uma peleja inteira e não participou de gols. Uma trajetória curta pelos rossoblù, que se encerrou em junho de 2021. Combalido por problemas físicos, Asamoah não encontrou mais equipes para defender desde a saída do time sardo e, em outubro de 2022, aos 33 anos, se aposentou dos gramados, com o status de jogador africano detentor de mais partidas pela Serie A (279).

Asamoah, contudo, segue ligado ao mundo do futebol. É que o agora ex-jogador entrou para o mundo dos negócios esportivos, trabalhando na empresa de agentes comandada por Federico Pastorello, eleito em 2021 como o melhor agente da Fifa pelo Globe Soccer Awards.

Kwadwo Asamoah Nascimento: 9 de dezembro de 1988, em Acra, Gana Posição: ala-esquerdo, lateral-esquerdo e meio-campista Clubes: Liberty Professionals (2006-07), Bellinzona (2008), Torino (2008), Udinese (2008-12), Juventus (2012-18), Inter (2018-20) e Cagliari (2021) Títulos: Supercopa Italiana (2012, 2013 e 2015), Serie A (2013, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018) e Coppa Italia (2015, 2016, 2017 e 2018) Seleção ganesa: 74 jogos e 4 gols

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