Khedira sobre aposentadoria: “Meu corpo não estava mais preparado para jogar em alto nível” | OneFootball

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·07 de junho de 2021

Khedira sobre aposentadoria: “Meu corpo não estava mais preparado para jogar em alto nível”

Imagem do artigo:Khedira sobre aposentadoria: “Meu corpo não estava mais preparado para jogar em alto nível”

Sami Khedira decidiu que era a hora de parar. A idade não foi tanto um problema. Atualmente, jogadores de 34 anos ainda conseguem se manter em alto nível. Mas o seu corpo não aguentava mais as exigências, como contou em entrevista ao jornal Marca.

Khedira não conseguiu entrar em campo pelo menos 20 vezes nas últimas três temporadas. Fez apenas 27 jogos em dois anos e se aposentou após uma breve passagem pelo Hertha Berlim, com nove partidas e 393 minutos de futebol desde a sua contratação, em janeiro deste ano.


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“Não foi uma decisão tomada do dia para a noite. Deixei o que mais amo para trás e tenho que assimilar isso pouco a pouco. Meu corpo não estava mais preparado para seguir jogando no mais alto nível. Se não puder dar tudo de mim, é melhor me afastar. É algo que eu vinha pensando, falando com a família”, afirmou.

“As sensações são estranhas no momento. Por um lado, estou triste, claro, porque não jogarei mais. Mas, por outro, olho para o que conquistei e fico muito feliz e orgulhoso. Tive uma carreira fantástica”, completou.

Entre os principais destaques, estão a Champions League e um Campeonato Espanhol com o Real Madrid, o pentacampeonato italiano com a Juventus e a Copa do Mundo com a seleção alemã. Uma carreira que decolou quando ele trocou o Stuttgart pelos merengues, após uma ligação de José Mourinho.

“O Real Madrid mudou toda a minha vida, nunca imaginei jogar em um clube tão grande”, disse. “Joguei com os melhores do mundo, tive os melhores treinadores, ganhamos coisas incríveis… era outra dimensão”.

“Nós havíamos acabado de ser eliminados pela Espanha na Copa do Mundo da África do Sul. Estávamos todos muito tristes porque aquela geração merecia uma final. Recebi uma ligação: ‘Sami, o Real Madrid o quer e Mourinho vai ligar para você’. É uma piada, pensei. ‘Mourinho vai ligar para você’, insistiram. Meu corpo de repente ficou diferente. Estava muito nervoso e minha maior preocupação era o inglês porque eu ainda não o dominava. E nervoso….”

“Mourinho me ligou e eu perguntei se podíamos conversar por mensagem! Ele riu e disse que sim, claro. Ele disse que me queria no Real Madrid, sem dúvida. E essa conversa mudou a minha carreira. Mourinho é a melhor coisa que aconteceu comigo”, completou.

Khedira também elogiou bastante Carlo Ancelotti, de volta ao Real Madrid para a próxima temporada. Deu um bom panorama do forte do treinador italiano: a maneira como ele administra as relações com os jogadores.

“Ancelotti era completamente diferente de Mourinho. Para mim, pessoalmente, serviu para continuar evoluindo, para jogar de outra maneira. Me dava muita confiança. Me dizia para olhar mais para a área adversária, que poderia marcar mais gols. E eu o fiz. Ele concebia a equipe e o Real Madrid como uma família e cuidava de todos nós”, disse.

Khedira se lembra especialmente de quando sofreu uma ruptura dos ligamentos cruzados do joelho em novembro durante a temporada 2013/14. Ancelotti ligou para ele no hospital todos os dias e confiou o suficiente em seu futebol para escalá-lo na final da Champions League contra o Atlético de Madrid, no lugar dos suspenso Xabi Alonso, após apenas dois jogos em seu retorno.

“Fui operado e fiquei em uma clínica na Alemanha para me recuperar. Eu vivia ali, na clínica, me recuperando todas as horas. Um esforço do qual ninguém soube. Estava sozinho ali, na clínica, com os médicos e os fisioterapeutas. Mas Carlo estava comigo também. Desde que me machuquei até voltar a treinar com o Real Madrid, ele me ligou todos os dias. Um dia, outro, outro… como quando seu pai liga, eu esperava a ligação do treinador todos os dias, porque nunca falhava. Ele tinha 23 jogadores, mil problemas de um treinador, a pressão, a família… e me ligava todos os dias para conversar comigo”, contou.

“Um dia eu disse para ele que aquilo foi incrível e agradeci. E ele me disse: ‘Sami, somos uma família e você estava sozinho no hospital. Como não vou ligar para você? Estamos todos com você!’. Comecei a treinar e Xabi Alonso estava suspenso para a final. Um dia ele se aproximou de mim e disse: ‘Se estiver bem, vou colocá-lo na final’. Me deu dois jogos e eu sentia que tinha que ser sincero com ele, disse que estava 60%, não mais do que isso. ‘Eu sei, mas você está acostumado com esses jogos e irá bem. Preciso de jogadores com experiência. E terá Modric e Di María ao seu lado, fique tranquilo’. Ele tinha pensado em tudo. Não foi o melhor jogo da minha vida, é verdade, mas não esquecerei jamais. E quando Sergio Ramos marcou o gol da final….”, completou.

Sergio Ramos empatou a final contra o Atlético de Madrid em Lisboa, e o Real conquistou seu décimo título europeu com vitória na prorrogação. Khedira saiu de campo por volta dos 15 minutos do segundo tempo, substituído por Isco. O Real Madrid acabou sendo o clube que ele mais defendeu na carreira, em 161 partidas.

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