Jogada10
·19 de fevereiro de 2025
Justiça ‘poupa’ vítima de Daniel Alves em nova decisão sobre o caso: ‘seria revitimizá-la’
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·19 de fevereiro de 2025
O Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) rejeitou o pedido da defesa de Daniel Alves para submeter a vítima do caso à nova perícia. Os advogados pediram que a mulher fosse examinada novamente por dois peritos, a fim de determinar se as sequelas são compatíveis com o crime de estupro. A Justiça, porém, considerou que o procedimento implicaria numa revitimização para a jovem.
“Não cabe um segundo exame, pois a sentença não fixou indenização à vítima com base na extensão dos danos morais. Mas limitou-se a afirmar que a vítima sofre de sintomas pós-traumáticos”, dizia um trecho da decisão acessada pela EFE e posteriormente divulgado no ‘La Razon’. “Não sendo possível determinar qual parcela está relacionada exclusivamente ao evento traumático sofrido e qual estaria atrelada ao estresse ambiental posterior como fator potencializador”, conclui.
Em contrapartida, o TSJC permitiu a inclusão de 900 reportagens de imprensa publicadas durante a investigação. Tratam de documentos que visam provar a existência de um julgamento paralelo. Vale pontuar que o Tribunal de Barcelona havia rejeitado tais evidências durante o julgamento e, por fim, lamentado o vazamento das mesmas.
Segundo consta na reportagem, a jovem segue de licença médica e em tratamento para lidar com o trauma causado pelas ações do ex-jogador. O laudo psiquiátrico da vítima aponta para sintomas severos de ansiedade e depressão com somatizações – compatíveis, portanto, com transtornos secundários a ‘um evento estressante ou traumático’.
Os médicos afirmam que trata-se de um quadro que envolve “repercussões funcionais nos níveis ocupacional e social”. Eles também esclarecem que o “estresse ambiental subsequente” agiu como agravante nessa situação. Por fim, também consta no diagnóstico que o “impacto psicológico se estende às áreas pessoal, social, familiar e de saúde física e mental”.
“Ela está recebendo apoio psicológico por meio de uma entidade pública especializada no atendimento a vítimas de violência. O hospital prescreveu a ele um tratamento completo visando evitar qualquer tipo de doença infecciosa, já que o jogador não utilizou preservativo. Além disso, ela está tomando medicamentos para ajudá-la a dormir, mas ela me disse que não conseguiu dormir desde que fez sua declaração”, contou o advogado à época do julgamento.
Condenado, ex-jogador deixou a prisão após pagamento de fiança – Foto: Reprodução
A vítima compareceu ao legista acompanhada da mãe e disse, à época, que sentiu “raiva, tristeza e repulsa” ao recordar o acontecimento. Seus medos imediatos relacionados ao ocorrido também repercutiram durante a visita.
“Ela menciona a angústia que sente por ter suas palavras frequentemente questionadas. Também tem medo de sair, caso um detetive contratado pelo réu ou sua equipe jurídica a esteja seguindo, o que pode acabar revelando sua identidade. Recordar os acontecimentos faz com que ela chore incontrolavelmente e sofra ataques de pânico”, esclareceram profissionais na época.