Jogada10
·05 de agosto de 2025
Julgamento pela morte de Maradona tem novo capítulo

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Advogados dos oito profissionais de saúde acusados pela morte de Diego Armando Maradona reforçaram a linha de defesa dos réus em audiência na segunda-feira (5), em San Isidro. O jurisperito se baseia na desconexão entre as funções de seus clientes e a responsabilidade pelo óbito, buscando diluir o vínculo direto com decisões médicas que antecederam a parada cardiorrespiratória. O ex-camisa 10 da Argentina morreu em novembro de 2020.
O Ministério Público os acusa de homicídio simples com dolo eventual — tipificação que considera previsibilidade do risco e consciência de ignorá-lo. As penas, em caso de condenação, podem variar de oito a 25 anos de prisão.
Entre os acusados estão o neurocirurgião Leopoldo Luque e a psiquiatra Agustina Cosachov. O psicólogo Carlos Díaz, a clínica geral Nancy Forlini, os enfermeiros Dahiana Madrid e Ricardo Almirón, a coordenadora médica Nancy Colombo e o chefe de enfermagem Mariano Perroni compõem o processo.
Advogado de Leopoldo Luque, Julio Rivas sustentou que o neurocirurgião não detinha comando da internação domiciliar. Ele também alega que a relação do profissional com Diego não correspondia a um papel assistencial contínuo. A defesa entende que a equipe de cuidados não contava com um coordenador único. Assim, não se pode atribuir ao médico a responsabilidade sobre o quadro geral.
“Não existia uma única cabeça responsável”, alegou Rivas.
Um caso distinto ao de Agustina Cosachov, mas na mesma linha de defesa. Os representantes argumentaram que a psiquiatra mantinha apenas vínculo terapêutico remoto, sem interferência no acompanhamento clínico. Segundo Vadim Mischanchuk, sua atuação não envolvia vigilância das funções cardíacas ou da medicação clínica geral.
“Em nenhum momento ela teve essa obrigação. Nem o papel de controlar o estado clínico global do paciente”, pontuou.
A defesa de Carlos Díaz sustentou que o psicólogo tampouco tinha autonomia para intervir fora de sua área técnica. Já os advogados de Nancy Forlini destacaram que ela atuava mediante diretrizes recebidas da prestadora responsável pela internação. Assim, sua atuação se limitava à execução de tarefas formais.
Julgamento pela morte de Diego Armando segue na Argentina – Foto: Reprodução
Ricardo Almirón e Dahiana Madrid, que prestavam serviços de enfermagem, também negaram qualquer envolvimento direto com decisões críticas. Seus defensores alegaram que ambos seguiam instruções médicas, sem qualquer orientação sobre possíveis sinais de deterioração do estado clínico do paciente.
Nancy Colombo e Mariano Perroni, por sua vez, argumentaram que exerciam funções restritas à supervisão logística da equipe. As defesas alegam, ainda, que nenhuma conduta médica foi autorizada ou conduzida por eles.
O julgamento ainda está em curso e deve continuar com oitiva de testemunhas e análise de documentos anexados à investigação. Isso incluí conversas extraídas de celulares, relatórios médicos e pareceres técnicos. A promotoria sustenta que houve falhas coordenadas no acompanhamento a Maradona e que todos acusados tinham ciência da gravidade do quadro. Portanto, não agiram de forma compatível com a urgência necessária.
Diego Maradona faleceu em 25 de novembro de 2020, aos 60 anos, em Tigre, região metropolitana de Buenos Aires. O ídolo argetino morreu na casa onde cumpria recuperação pós-cirúrgica. Laudos apontam que o ex-jogador apresentou sinais de insuficiência cardíaca e não recebeu assistência especializada no momento da crise fatal.
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