Jogada10
·16 de abril de 2025
Jornalista declara ‘começo do fim da carreira’ de Bruno Henrique, do Flamengo

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·16 de abril de 2025
A notícia do indiciamento do atacante Bruno Henrique por parte da Polícia Federal chegou como presságio para o jornalista Juca Kfouri. Ele encarou o indiciamento como o “começo do fim da carreira” do atacante — e ídolo — do Flamengo. O camisa 27 é suspeito de envolvimento em um esquema de manipulação de apostas esportivas, a fim de favorecer familiares.
Juca não mediu palavras ao apontar o impacto do escândalo. “A PF, que não aposta, mas indicia, pegou mensagens comprometedoras dele combinando cartões amarelos com o irmão para favorecê-lo em aposta. E o indiciou”, escreveu. Em sua visão, não há como desconsiderar que “nenhuma derrota da noite equipara-se ao tamanho do indiciamento de Bruno Henrique”. O comunicador se refere às derrotas para o Palmeiras, por 5 a 2 no Brasileirão feminino, e para Franca, no NBB, por 97 a 91.
O colunista ainda questionou o motivo que levaria jogadores bem remunerados — Bruno Henrique, Lucas Paquetá e Luiz Henrique — a se envolver em práticas fraudulentas: “Os parentes, os parças e a falta de neurônios”.
A investigação aponta para um suposto esquema envolvendo familiares do jogador. Isso porque mensagens interceptadas pela PF indicam que Bruno Henrique expôs antecipadamente sua intenção de forçar um cartão amarelo no duelo contra o Santos, no dia 1º de novembro de 2023, no Mané Garrincha. O aviso foi dado ao irmão, Wander Nunes Pinto Júnior.
“Quando (o) pessoal mandar tomar o 3 (cartão) liga nós hein kkkk (sic)”, escreveu Wander. Bruno respondeu: “Contra o Santos”. O irmão, a partir desse diálogo, apostou R$ 3 mil na advertência com expectativa de retorno de R$ 12 mil. Contudo, teve o pagamento bloqueado pela casa de apostas, sob suspeita de fraude.
Devido à falta de pagamento, Wander acionou novamente Bruno Henrique para tratar de razões financeiras. O irmão referiu-se ao bloqueio da aposta para justificar o ’empréstimo’ de R$ 10 mil com o atacante — que fez o pix. Por fim, o jogador sobra: “Pegando o dinheiro, você paga”.
A PF encontrou poucas evidências no celular de Bruno Henrique, mas o aparelho do irmão continha diálogos com fortes indícios de manipulação. As mensagens ainda apontam para participações de terceiros, como a cunhada do atacante e uma prima, todas indiciadas.
Enquanto o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) analisa as informações apuradas pela PF, o Flamengo alega não ter sido notificado por nenhuma autoridade pública por ora. O Rubro-Negro reiterou seu compromisso com o fair play, mas firmou compromisso com o “princípio constitucional da presunção de inocência”.
Embora a defesa jurídica do atleta ainda não tenha se pronunciado, as investigações seguem em curso. Bruno Henrique e os demais indiciados poderão responder por fraude e estelionato — com penas que variam de um a seis anos de reclusão.