MundoBola Flamengo
·24 de dezembro de 2024
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Tite deixou o comando o Flamengo no fim de setembro, mas o trabalho ruim do treinador segue repercutindo, principalmente depois da grande evolução e título com a chegada de Filipe Luís. Para a jornalista Daniela Boaventura, da ESPN, o maior erro do antigo técnico foi tentar impor o seu modelo de jogo sem considerar as características dos jogadores e o desejo do torcedor.
Em participação no podcast Barbacast, no Youtube, a jornalista começou classificando o trabalho de Tite no Flamengo como muito ruim. Ela apontou dificuldade em identificar alguma herança positiva deixada pelo treinador, que poderia ser Léo Ortiz de volante. Mas as grandes atuações na zaga sob o comando de Filipe mostraram, na verdade, que Adenor errou ao não colocar o defensor como titular. Além disso, afirma que os jogadores pouco falavam com Tite nos últimos momentos da passagem.
Foi então que a jornalista apontou o maior erro do treinador. Tite tentou montar um estilo de jogo mais físico e não tão focado na posse da bola e domínio do adversário, completamento oposto ao que o rubro-negro deseja assistir e ao modelo que fez muitos jogadores do elenco vitoriosos com o Manto Sagrado.
“A gente entra naquele ponto da identificação da torcida, de modelo de jogo, do que o flamenguista tá acostumado a ver dentro de campo. Não houve uma identificação. Quando ele chega e coloca o Flamengo para jogar no molde dele sem observar o que cada jogador tem a oferecer, para mim é um erro grave. Gravíssimo”, afirmou.
Erro esse que não é exclusivo de Tite e acontece com treinadores, mas fazem dele o principal responsável pelo fracasso: “Acho que muitos treinadores cometem esse erro. Acho que o Diniz, em determinado momento, cometeu esse erro por onde passou, de querer moldar o elenco ao que ele enxerga de futebol. E foi o que o Tite tentou fazer no Flamengo. Não deu certo. Acredito que ele tem uma grande parcela de responsabilidade”.
Essa insistência em um modelo que não agrada os jogadores e a torcida foi o principal motivo para os jogadores ficarem desmotivados com o trabalho de Tite, na avaliação da jornalista. Ela considera o sentimento compreensível e traça paralelo com o seu trabalho no jornalismo.
“Acho que os caras foram ficando desmotivados. Não é 'vou derrubar o treinador', não é isso. Mas se trabalho com você, e todo dia chego aqui e você fala: 'Dani, vamos fazer o programa gravado?' Falo, pô, mas sou boa no ao vivo. É o que faço melhor. Não, mas vai ser gravado. Aí faço o gravado um dia. Aí no dia seguinte o mesmo. Aí dez dias depois eu já tô rendendo menos, e por quê? Quando é gravado erro muito, e a gente volta, eu gravo mais, eu fico cansada”, disse, antes de completar:
“Ou seja, [o atleta] corre mais, corre errado, tá sem a bola. Eu acho que isso é humano, sabe? Não tô dizendo que algum jogador tentou derrubar o Tite, não é isso. Mas eu acho que houve uma desmotivação geral ali a partir de determinado momento, o que consigo compreender completamente. No Flamengo, o trabalho do Tite foi muito ruim.”