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Luiz Signor·18 de julho de 2020
💪🏼 Jorge Jesus deixa legado, recordes e muito mais ao Flamengo

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Luiz Signor·18 de julho de 2020
A saída de Jorge Jesus foi, naturalmente, um duro golpe para torcida, diretoria e elenco do Flamengo. A passagem iniciada no dia 1º de junho do ano passado foi marcada por atenção aos detalhes, recordes e muitos títulos. E muito mais.
O Mister deixa o clube como um dos maiores da história rubro-negra. Deixa, acima de tudo, um legado vitorioso. Que caberá à diretoria manter.
O Mister chegou e, em pouco, tempo transformou o Flamengo em um time letal, que dominava seus adversários e raramente sofria.
O baque pela eliminação na Copa do Brasil para o futuro campeão Athletico-PR – em seu terceiro jogo pelo Rubro-Negro – foi superado rapidamente.
Após a dramática classificação contra o Emelec, pelas oitavas de final da Libertadores, o Flamengo foi superado no Brasileirão pelo Bahia e iniciou uma longa série de 29 jogos sem derrotas.
Conquistou o Brasileirão com quatro rodadas de antecedência e a Libertadores com uma virada histórica em tal intervalo invicto.
A mentalidade vencedora continuou na atual temporada com os títulos da Supercopa do Brasil, da Recopa Sul-Americana e do Campeonato Carioca – já tinha levado a Taça Guanabara.
O aproveitamento é de incríveis 81,6% dos pontos. São mais títulos (cinco) do que derrotas (quatro) em 58 jogos.
Intensidade, orientações e tecnologia. Esses foram os três pilares dos treinamentos comandados por JJ no Flamengo. Teve drone, o “carrinho tático”, novo corte de grama no CT rubro-negro e marcações diferentes no gramado.
O drone comandado por membros da equipe de análise de desempenho do clube começou a filmar as atividades pelo alto, o que facilitou a correção do posicionamento dos jogadores.
Um carrinho passou a levar uma uma prancheta acoplada que entra em campo levando instruções aos atletas ou somente água para hidratação – o que ele copiou de Marcelo Bielsa.
Jesus ainda pediu para o Flamengo diminuir em quatro milímetros a altura da grama para fazer a bola correr mais, deixando a troca de passes mais velozes. Houve, ainda, novas marcações no gramado, o que passou a ajudar no posicionamento dos jogadores.
O CT do clube passou a contar com um campo de grama sintética com iluminação após pedido do treinador.
Gabigol já vinha de uma boa temporada com o Santos em 2018 e marcava seus gols sob o comando de Abel Braga. Mas a chegada do Mister fez o camisa 9 se tornar ainda mais letal, terminando 2019 com 43 gols e as artilharias do Brasileirão e da Libertadores.
Bruno Henrique teve a melhor temporada da carreira sob o comando do Mister, sendo eleito o melhor jogador da Libertadores e chegando à Seleção Brasileira.
Gerson, por exemplo, voltou ao futebol brasileiro e, em pouco tempo, tomou conta do meio de campo rubro-negro. Houve, ainda, o caso de Pablo Marí, que chegou como um desconhecido, se destacou intensamente e foi negociado com o Arsenal.
O estilo do técnico fez com que o quarteto Gabigol, Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Arrascaeta se movimentasse em campo de forma incessante.
O número de possibilidades de gol cresce, além de garantir mais opções de passes pelas laterais. E o Rubro-Negro passou a contar com atletas de alto nível no setor.
O jogo do Flamengo é quase sempre vertical, de um time que sai da zona de conforto e busca o ataque naturalmente. Jogo coletivo que JJ garantiu ao Rubro-Negro fez toda a diferença.
É inegável que o investimento feito pelo Flamengo antes mesmo da chegada do técnico ajudou. Mas os acréscimos que vieram durante a temporada só reforçaram um elenco de alto nível para o futebol brasileiro.
O elenco que já era bom ficou ainda melhor com as chegadas de Michael, Pedro, Pedro Rocha e Thiago Maia. Pablo Marí saiu, mas vieram Léo Pereira e Gustavo Henrique.
Jesus teve material para trabalhar. E entregou o que dele se esperava.
Foto destaque: Alexandre Vidal/CRF